Profissionais de saúde dos 39 municípios que compõem a Regional de Saúde de Belo Horizonte participaram na última sexta feira (26/08) de uma reunião sobre arboviroses. O tema inclui doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

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A situação epidemiológica dos municípios foi apresentada e alguns pontos foram reforçados como a detecção de formas mais rápidas dos casos suspeitos, a notificação dos casos graves, assim como o incentivo da hidratação oral na sala de espera e a realização da prova do laço.

Alguns municípios apresentaram seus planos de contingência que tem como objetivo descrever uma série de ações de prevenção e enfrentamento. No município de Belo Horizonte as ações estratégicas são definidas pelo Grupo Executivo para Intensificação do Combate ao Aedes aegypti. Todo o planejamento é orientado pelas ações recomendadas pelo “Marco de Hyogo”, documento da Estratégia Internacional de Redução de Desastres da Organização das Nações Unidas. Entre os objetivos do plano estão: incrementar as ações de monitoramento da população de Aedes aedypti na cidade, implementar ações de prevenção de mitigação dos riscos de modo a reduzir a população do vetor e potenciais criadouros, principalmente durante o período chuvoso, mobilizar a população para ações de autoproteção e proteção comunitária de modo a criar uma cultura de eliminação de possíveis criadouros nas residências e mobilizar o setor privado para o envolvimento na prevenção das doenças transmitidas pelo mosquito.

O município de Betim também apresentou as ações que já estão sendo realizadas para o combate ao mosquito Aedes aegypti. A elaboração de folders e cartilhas para serem trabalhados com as crianças nas escolas, a utilização de um planejamento estratégico para enfrentamento da dengue para a execução de ações nas regionais de saúde, entrega de tela de proteção para caixas d’água e a realização de mutirões de limpeza também são outras atividades já desenvolvidas. Betim também realiza a orientação da população sobre o correto acondicionamento de água, a eliminação de possíveis criadouros do mosquito, além da conscientização sobre o armazenamento dos recicláveis junto à população em situação de rua.

Em Contagem diversos profissionais das unidades de saúde foram capacitados sobre arboviroses por meio da educação à distância (EAD). A Referência Técnica em Atenção Primária do município, Ivana Santana Andrade, afirmou que o curso foi uma mudança na forma de capacitação dos profissionais de saúde da atenção básica. “Procuramos dar ênfase para que a atenção básica fosse a porta de entrada para os casos de dengue na assistência. Os profissionais precisavam estar qualificados para prestar o atendimento adequado dentro dos protocolos do ministério”, disse. Para esta capacitação foi criada uma metodologia simples e online que permitia que o profissional fizesse a maior parte do treinamento em serviço, com horário protegido dentro da unidade de saúde. Foram 5 módulos, cerca de 8 casos clínicos trabalhados e 180 profissionais capacitados. “Além da parte teórica e de conteúdo trabalhamos também com casos clínicos e simulações de assistência. O profissional também era avaliado e recebia um feedback”, disse Ivana.

Para o combate ao mosquito Aedes aegypti os profissionais de Igarapé contam com a Lei municipal 1.717 de 03 de abril de 2016. A lei dispõem sobre a política municipal de combate a dengue e aplicação de penalidade em moradores que descumprirem as diretrizes elencadas. Foi estabelecido que proprietários de imóveis ou lotes vagos que estiverem com mato alto, com focos do mosquito Aedes aegypti ou impossibilitando a vistoria dos agentes de zoonoses serão notificados e multados. Aqueles proprietários que não apresentam em seus imóveis ou lotes nenhum foco do mosquito recebem um selo de “Casa Modelo” e um desconto de 5% no valor do IPTU.

A enfermeira e coordenadora da vigilância epidemiológica do município de Santo Luzia, Emanuela Cardoso Cotrim, avaliou que a reunião foi um momento de reforço sobre a importância de colocar o plano de contingência em prática antes de acontecer a epidemia. “Voltaremos para o município com a missão de articular o plano não somente com os segmentos da saúde mas também de forma intersetorial com educação, obras e defesa civil. Melhor trabalharmos com a prevenção do que lidar com um problema maior depois”, disse.

A superintendente da Regional de Saúde de Belo Horizonte, Débora Marques Tavares, agradeceu a presença dos profissionais e enfatizou a importância dos planos de contingência. “Agradecemos muito a presença de cada profissional nesta reunião. Discutam com os gestores, com os outros secretários, com as áreas afins para articularmos cada vez mais os planos de contingência e combatermos as arboviroses”, disse.

Por Alessandra Maximiano