O Sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.
No quadro clínico clássico as manifestações incluem tosse, coriza, rinorréia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar à óbito. As complicações frequentemente acometem crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença pode manter-se em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.
Desde o início de 2019, foram notificados 137 casos suspeitos de sarampo provenientes de 53 municípios no estado de Minas Gerais. Desses, 69,4% (95/137) foram descartados; 27,7% (38/137) estão sob investigação e 2,9% (4/137) casos foram confirmados, sendo um importado.
O primeiro caso confirmado, importado, refere-se a um italiano, morador de Betim, com histórico de viagem recente à Croácia e à Itália nos meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019. As ações de bloqueio vacinal e pesquisa diagnóstica foram oportunamente realizadas pelas equipes das vigilâncias locais.
O outro caso confirmado é de um adulto jovem, 25 anos, sem comprovante vacinal, residente no município de Contagem. Esteve em Trindade (PE), em 28 de fevereiro de 2019. Foi atendido na UPA da capital e hospitalizado com suspeita de dengue, mas com clínica compatível com sarampo. No período de transmissibilidade, trabalhou em condomínio fechado em um município da região metropolitana da capital. Sem história evidente de contato suspeito. Os sintomas iniciaram em 01 de março. Foi realizada a investigação e realização de exame, confirmando laboratorialmente como sarampo nas duas coletas testadas pela Funed, além de pesquisa de Biologia Molecular pela Técnica de PCR no Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz/RJ). Devido à impossibilidade técnica, não foi possível identificar o genótipo da amostra enviada. Quanto às ações de controle, foi realizado bloqueio vacinal nos familiares.
O terceiro caso confirmado é de uma adolescente, 13 anos, portadora de Lúpus, residente em Belo Horizonte. Esteve em Porto Seguro-BA e Almenara no mês de janeiro. Apresentava no cartão de vacinação uma dose de tríplice viral em 2011. Procurou por atendimento em hospital de Contagem no dia 17 de fevereiro de 2019, com queixa de artralgia. Realizou testagem para dengue, com resultado positivo. Em 06 de março, apresentou sintomas compatíveis com caso suspeito de sarampo. Procurou uma Unidade de Pronto Atendimento de Contagem, foi orientada a buscar atendimento em Belo Horizonte, onde foi hospitalizada em isolamento. Foi realizada a investigação e realização de exames, confirmando laboratorialmente como sarampo, nas duas coletas testadas pela Funed, além de pesquisa de Biologia Molecular pela Técnica de PCR no Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz/RJ). Devido à impossibilidade técnica, não foi possível identificar o genótipo da amostra enviada. Quanto às ações de controle, foi realizado bloqueio vacinal nos familiares e na UPA onde ocorreu o primeiro atendimento.
O quarto caso confirmado é de uma criança, 1 ano, residente de Belo Horizonte, vacinada em 13 de novembro de 2018 com apenas 1 dose da tríplice viral. Com início dos sintomas em 12 de fevereiro de 2019, a criança foi atendida, inicialmente, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da capital, posteriormente transferida para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e hospitalizada. Durante o período de incubação da doença, a criança e seus familiares estiveram na cidade de Carmópolis de Minas e na casa de familiares em Contagem. Durante o período de transmissibilidade, a criança estudava em UMEI, foi à UBS local para primeiro atendimento, mas neste período não foi evidenciada situação de risco nem contato com outros suspeitos. Foi realizada a investigação e realização de exames, confirmando laboratorialmente como sarampo, em uma das duas coletas testadas pela Funed, além de confirmado pelo exame de pesquisa de Biologia Molecular pela Técnica de PCR no Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz/RJ). Devido à impossibilidade técnica, não foi possível identificar o genótipo da amostra enviada. Quanto às ações de controle, foi realizado bloqueio vacinal no quarteirão de sua residência, na escola e nos familiares.
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