Diante do atual cenário epidemiológico da Sífilis no Brasil e em Minas Gerais, a Regional de Saúde de Varginha promoveu, nos dias 23 e 25/4, uma capacitação a fim de atualizar os profissionais de saúde dos municípios de sua região acerca do manejo clínico da doença e da Investigação da Transmissão vertical das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

O encontro foi iniciado pela coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Regional de Saúde de Varginha, Monique Borsato, que abordou sobre os aspectos clínicos da infecção, como sintomatologia, classificação clínica, métodos de diagnóstico e tratamento adequado. Durante o tema abordado, houve grande participação por parte dos profissionais presentes com perguntas de casos vivenciados em seus municípios, demonstrando a realidade encontrada em relação ao manejo desta infecção.

Créditos: Mariana Ribeiro

Na ocasião, também foi apresentado o cenário epidemiológico da sífilis em âmbito estadual e regional, no período de 2014 a 2019, onde são demonstrados os números ascendentes de casos notificados de sífilis adquirida, em gestante e congênita. “Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a notificação de sífilis adquirida no Estado aumentou em 331%, enquanto na Regional de Varginha este aumento foi de 731% no período avaliado”, disse.

Foram expostos, ainda, os critérios de notificação do agravo considerando as alterações na Nota Informativa nº 2 SEI/2017, do Ministério da Saúde, e debatido com os participantes os dados levantados das fichas de notificação sobre possíveis inconsistências de preenchimento, gerando informações não fidedignas.

A referência técnica de IST da Regional de Saúde de Varginha, Lilian Valladão, ao finalizar a capacitação, relatou que “para atender a Agenda de Ações Estratégicas para redução da sífilis congênita no Brasil, publicada pelo Ministério da Saúde em 2016, e a Deliberação CIB-SUS/MG Nº 2.690, de 20 de março de 2018, que aprova a criação dos Comitês Estadual, Regionais e Municipais de Investigação da Transmissão Vertical das Infecções Sexualmente Transmissíveis, será necessário a reinvestigação dos casos da sífilis congênita, HIV/Aids em menores de 5 anos e hepatites B e C em menores de 2 anos notificados a partir de 2017. O objetivo é identificar vulnerabilidades no eixo social, individual, assistencial, dos serviços e de gestão”, explicou.

Por Mariana Ribeiro