Visando a prevenção da Esquistossomose, doença transmitida pelo Planorbídeos (caramujo), apoiadores técnicos da Regional de Saúde de Uberaba, estiveram no município de Araxá, juntamente com equipe municipal, durante toda a semana (19 a 23/03), realizando trabalho de investigação de malacologia para controle da verminose.

O trabalho consiste na investigação dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e sua autoctonia, ou seja, de onde se originam. A partir da confirmação de casos autóctones no município é iniciada pesquisa malacológica, que consiste na retirada in loco de caramujos para pesquisa laboratorial de identificação do agente causador da doença. Com esta confirmação, iniciam-se o tratamento do paciente e as ações do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose, que inclui mapeamento regular de todos os rios, córregos e lagoas da região, em estações de cinquenta em cinquenta metros.

Crédito: Fabrizio Gomes

O município, que em 2017 notificou 08 casos importados da doença, é uma área de constante vigilância, devido ao histórico endêmico da região, que durou cerca de trinta anos (1940 a 1970). 

O supervisor de endemias da Regional de Uberaba, Clênio Franco Borges, afirma que “foram quatro dias de pesquisa de campo em 28 coleções hídricas das áreas urbanas, das quais quatro foram positivas para a presença de caramujos de várias espécies, porém todas negativas para a doença. A conclusão é que ao final da semana de trabalho, Araxá conta com quatro técnicos preparados para atuarem na vigilância e controle de moluscos de importância como hospedeiro intermediário da esquistossomose em humanos”, afirmou.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Diane Dutra, todos os casos da doença nos últimos anos foram diagnosticados em pessoas vindas de outras cidades: dois em 2016, oito em 2017 e dois em 2018. Ela afirma que “é um trabalho que tínhamos vontade de executar a tempos. Já estávamos agendados para fazer esse monitoramento para conhecer nossa realidade e, a partir do resultado, desenvolveremos as ações. O ideal é conseguirmos trabalhar sempre em caráter preventivo”, afirma a secretária.

Transmissão

Para a transmissão da doença é necessário a presença, no ambiente aquático, de um tipo de caramujo, onde o parasita passa uma parte do seu desenvolvimento. A doença é adquirida pela penetração do parasita através da pele, quando o homem entra em contato com águas contaminadas pelo verme.

Barriga d'água

Uma vez contraída, a esquistossomose pode causar febre, perda de apetite, dor abdominal, dor de cabeça, diarreia, vômitos, inchaço do fígado, coceira, tosse, diarreia e emagrecimento. Na fase crônica, há o aumento do fígado e do baço, hemorragia no esôfago e dilatação do abdômen, característica que dá à doença o nome popular de barriga d'água.

Por Sara Braga