A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu nesta quinta-feira (11/7), na microrregião de Saúde de Janaúba/Monte Azul, a realização de encontros com referências técnicas de Imunização para planejar a realização do Monitoramento das Estratégias de Vacinação (MEV) contra a poliomielite e o sarampo. Os trabalhos foram iniciados no dia 4/7, na microrregião de Saúde de Bocaiuva. No dia seguinte o encontro reuniu referências técnicas da microrregião de Saúde de Montes Claros. Já no dia 9/7, os trabalhos tiveram continuidade com municípios da microrregião de Saúde de Salinas/Taiobeiras.

A referência técnica de Imunização da SRS, Mônica de Lourdes Rochido, explica que o Monitoramento das Estratégias de Vacinação deverá ser realizado por todos os municípios até 31/7. Conhecido anteriormente como Monitoramento Rápido de Cobertura Vacinal, a ação faz parte de compromissos assumidos pelo Ministério da Saúde (MS) com outros países visando a erradicação da poliomielite e a eliminação do sarampo, em conformidade com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das suas comissões globais e regionais.

A metodologia permite avaliar o progresso das atividades realizadas pelos municípios e identificar locais com fragilidade de cobertura das ações de vacinação, por meio do rastreamento e da imunização de crianças menores de cinco anos de idade.

Encontro da SRS com referências técnicas da microrregião Salinas/Taiobeiras

“O monitoramento é realizado pelos municípios com visitas de casa em casa para verificar a situação vacinal de crianças, procurando identificar áreas onde há concentração de não vacinados. Os resultados possibilitam aos municípios, estados e o Ministério da Saúde avaliar o risco de exposição de crianças a doenças imunopreveníveis, uma vez que permite mapear áreas com bolsões de pessoas suscetíveis a doenças pela não vacinação”, pontua Mônica Rochido.

A coordenadora de Vigilância em Saúde na SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, entende que a realização do Monitoramento das Estratégias de Vacinação constitui trabalho de fundamental importância para viabilizar a identificação de segmentos da população que precisam aumentar os índices das coberturas vacinais.

No caso específico das crianças menores de cinco anos, a coordenadora observa que “a poliomielite e o sarampo precisam ter uma atenção especial por parte tanto dos pais ou responsáveis, bem como dos serviços de saúde. Isso porque, em 2022 e 2023, o país foi classificado como região de muito alto risco e alto risco, respectivamente, para a reintrodução do poliovírus selvagem, além do surgimento de poliovírus derivado vacinal”.

O Ministério da Saúde entende que “o risco pode ser ainda maior se for considerada a facilidade de deslocamento de pessoas oriundas ou que se deslocam para áreas com circulação do poliovírus”.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença em processo de eliminação. Porém, o vírus foi reintroduzido no país em 2018 e, por isso, o Brasil perdeu a certificação de “área livre”, restabelecendo a transmissão endêmica da doença no território nacional.

“Entre 2019 e 2022 foram confirmados 29 mil 712 casos de sarampo no Brasil. O último caso ocorreu em junho de 2022. Mas, em janeiro deste ano, foi notificado no país um caso importado de sarampo. Atualmente o Brasil está classificado como pendente de reverificação”, aponta o Ministério.

A pasta adverte ainda que “a ocorrência de casos de sarampo, independente do tipo (importado ou autóctone), demonstra a importância de a população estar protegida no âmbito dos territórios pois, diante da introdução do vírus em uma dada localidade, a chance de sua disseminação é mínima, devido ao número reduzido de pessoas suscetíveis, considerando a proteção coletiva conferida pela vacinação”.

Operacionalização
A realização do MEV envolve oito etapas: mapeamento dos municípios e setorização conforme a quantidade de salas de vacinas; identificação de áreas/localidades a serem visitadas e monitoradas; definição da amostra populacional a ser avaliada; identificação dos recursos necessários e da logística para a realização da ação; abordagem dos pais ou responsáveis; checagem do cartão ou da caderneta de vacinação; coleta e registro de dados; e avaliação da proporção de crianças encontradas vacinadas.

Por Pedro Ricardo / Foto SRS Montes Claros