A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, por meio da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde (Cras), realizou, nos dias 4 e 9/7, no auditório do Sindicato dos Produtores Rurais de Ponte Nova, reunião de alinhamento acerca da Política de Ampliação da Média Complexidade na microrregião de Saúde de Ponte Nova.
Representantes dos 21 municípios que integram a microrregião - entre coordenadores de Atenção Primária à Saúde (APS), médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde (ACS) e integrantes da equipe multiprofissional - se dividiram em dois dias de encontro, que contaram com a presença de membros do Núcleo Regulador e da equipe assistencial da Média Complexidade do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), de Ponte Nova, responsável por executar as cinco de linhas de cuidado prioritárias: Pré-Natal de Alto Risco, Crianças de Risco, Propedêutica do Câncer de Mama, Propedêutica do Câncer de Colo de Útero, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus de Alto e Muito Alto Risco.
Para a estruturação e o custeio do serviço, que começou a operar em março de 2024, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) efetuou o repasse no valor de R$ 4.469.826,54, conforme Deliberação CIB-SUS/MG n° 4.039/2022. De acordo com a referência técnica da CRAS, Ana Flávia de Paiva Mendes, a estruturação da Rede de Atenção à Saúde (RAS) deve ter a APS como ordenadora do cuidado. “A ampliação da média complexidade no território vem qualificar ainda mais a assistência, cobrindo um vazio assistencial e possibilitando a oferta de cuidado integral em todos os níveis de atenção”, pontuou.
Ana Flávia Mendes também destacou a importância do Núcleo Regulador exclusivo da política, que faz a interface entre a APS e a AAE, atuando na gestão da oferta do cuidado. “A regulação do acesso se dá por meio desse núcleo, que define critérios de encaminhamento, realiza o matriciamento da APS e é responsável pelos formulários de referência, por meio do encaminhamento e da contrarreferência previstos no Plano de Cuidados Compartilhado. Ele deve ser composto por médico, outro profissional da saúde de nível superior e um administrativo, com acesso regulado de acordo com protocolos clínicos e assistenciais disponibilizados SES-MG”, explicou.
Programação
Os dois dias de evento reuniram mais de 200 profissionais que puderam ter acesso à contextualização da política de ampliação de Média Complexidade, à apresentação do Núcleo Regulador e às cinco linhas de cuidado ofertadas.
Para a coordenara da CRAS, Sakia Drumond, foi uma experiência única devido à possibilidade de discussão e troca multidisciplinar. “Podemos dizer que a informação chegou, definitivamente, à ponta. Conhecer a política é fundamental para que ela chegue ao usuário de forma humanizada e qualificada e é isso que faz o Sistema Único de Saúde (SUS) ser tão singular e diferente”, atestou.
A superintendente da SRS Ponte Nova, Josy Duarte, corroborou o depoimento de Saskia, comemorando a possibilidade de reunir tantos profissionais dos diferentes níveis de atenção. “Ninguém faz nada sozinho e todos temos nosso papel dentro da rede. Hoje, ainda mais, reforçamos que o cuidado do paciente não pode estar apenas centrado no médico e que, para ser abrangente, ele depende da intervenção de toda uma equipe multiprofissional”, frisou.
Monitoramento
A reunião também tratou da necessidade do cumprimento de indicadores por parte do Serviço de Média Complexidade, quais sejam: Produção Assistencial, correspondente à meta de 50% ou mais da execução de procedimentos estipulados pela SES-MG por linha de cuidado; Abrangência Regional, correspondente à meta de 70% ou mais dos municípios utilizando ao menos 30% da cota de consultas médicas para o ano; Composição da Assistência, com disponibilização de equipe mínima para as linhas de cuidado ofertadas; e Regulação do Acesso, com a garantia de equipe mínima e cumprimento de carga horária estipulada para o Núcleo Regulador.
Por Tarsis Murad / Foto: Maria Fernanda So
