Com previsão de realizar anualmente 996 análises, atendendo demandas de 32 municípios jurisdicionados às Gerências Regionais de Saúde (GRSs) de Januária e Pirapora, já está em operação o Centro Colaborador – Laboratório de Saúde Pública da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Montes Claros. A iniciativa faz parte de decisão tomada em novembro de 2022 por parte da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) com a publicação das Resoluções 8.440 e 8.441, que disponibilizou incentivo financeiro a instituições que desejam participar da descentralização de serviços de vigilância laboratorial.

Durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), realizada na última sexta-feira (5/7), a diretora de Vigilância Epidemiológica da SMS de Montes Claros, Maria Clara Lélis, anunciou o início das operações do Centro Colaborador. Por meio do Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiágua), o Centro está iniciando a análise de 174 amostras mensais contemplando sete municípios da GRS Pirapora. Também nesta fase inicial serão realizadas 882 análises mensais atendendo demandas de 25 municípios da GRS de Januária.

10.07.2024-Centro Colaborador Divulgação SMS Montes Claros

Já para o atendimento de demandas dos 54 municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros está em fase de definição o fluxo do encaminhamento das amostras. O Centro Colaborador está instalado na Praça da Tecnologia, 77, bairro Alto São João (antiga sede da Escola Técnica de Montes Claros).

A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, avalia que “o início das operações do Centro Colaborador de Montes Claros constitui importante avanço para o reforço das ações de vigilância em saúde no Norte de Minas, levando em conta que, até então, todo o trabalho estava centralizado no Laboratório Macrorregional, mantido em Montes Claros pela SES-MG. Além de agilizar as análises envolvendo um maior número de profissionais, o Centro Colaborador contribuirá para possibilitar aos gestores de saúde rapidez nas tomadas de decisões, com isso contribuindo para reforçar e preservar a saúde da população”, prevê a coordenadora.

Entomologia
Além do Centro Colaborador da SMS Montes Claros, em abril deste ano, o Laboratório de Entomologia do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), sediado em Salinas, iniciou a realização de análises laboratoriais para o diagnóstico da doença de Chagas, malária, leishmanioses tegumentar e visceral, vetores da febre maculosa, dengue, febre chikungunya, zika vírus e da febre amarela.

Durante reunião da CIB-SUS realizada em abril, quando apresentou o Laboratório de Entomologia como Centro Colaborador da SES-MG, o professor Filipe Vieira Santos de Abreu informou aos gestores de saúde que a unidade tem capacidade para realizar cinco mil análises por ano, com liberação de resultados dos exames até 72 horas após o recebimento das amostras.

Além disso, observa o professor, com o envolvimento de profissionais com titulação de doutorado e mestrado em parasitologia e apoio de universitários, o Instituto Federal tem condições de realizar três treinamentos anuais envolvendo profissionais de saúde dos municípios.

O serviço
Os Centros Colaboradores instituídos pela SES-MG são unidades laboratoriais especializadas e estão inseridos em secretarias municipais de saúde; universidades estaduais ou federais; centros de pesquisa ou em entidades filantrópicas. Devem apresentar instalações físicas, equipamentos, protocolos técnicos e profissionais aptos para desenvolver atividades relacionadas à vigilância laboratorial em amostras biológicas.

As instituições credenciadas atuam na investigação das arboviroses: dengue, zika, chikungunya, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, febre de Mayaro e infecção pelo vírus Oropouche. Também atuam na investigação de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave associada ao coronavírus, Influenza e outros vírus respiratórios; doenças febris, entre elas, febre maculosa; meningoencefalite viral; viroses emergentes ou reemergentes (hantavirose, Poxvírus) e outros patógenos que venham a emergir em Minas Gerais.

Para viabilizar a descentralização da vigilância laboratorial a SES-MG disponibilizou R$ 52,3 milhões para que as instituições sediadas no estado, por meio da técnica de biologia molecular, possam atuar na investigação de doenças de notificação compulsória. Para o Norte de Minas estão sendo disponibilizados mais de R$ 3,5 milhões.

10.07.2024-Centro Colaborador Divulgação SMS Montes Claros

Por Pedro Ricardo / Foto: Divulgação SMS/Montes Claros