Em Minas Gerais, entre janeiro e agosto de 2024, foram registradas 19.858 mortes por doenças do aparelho circulatório e 3.502 óbitos por infarto agudo do miocárdio, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
As doenças cardiovasculares, que incluem infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos, conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A prevenção é fundamental para reduzir esses números alarmantes. Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e controle do estresse, pode salvar vidas.
Segundo o Ministério da Saúde (MS), o Infarto Agudo do Miocárdio é a maior causa de mortes no país. Estima-se que, no Brasil, ocorram de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto e que, a cada 5 a 7 casos, haja um óbito. No caso de ocorrência, para diminuir o risco de morte, é importante o atendimento de urgência e emergência, nos primeiros minutos, ligando para o número de telefone 192, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Os principais fatores de risco são tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto, estresse em excesso, histórico familiar, idade e tabagismo. Além do infarto, essas condutas podem provocar hipertensão, AVC, obesidade, depressão e diabetes.
Diabéticos e hipertensos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Nesse contexto, ações e programas de prevenção estão presentes na Atenção Primária à Saúde (APS). Como os principais fatores de risco para as Doenças Cardiovasculares são causas evitáveis, a Atenção Primária à Saúde torna-se ainda mais estratégica. “No âmbito da APS, como porta de entrada dos serviços de saúde e coordenadora do cuidado, são propostas, incentivadas e implementadas atividades de Educação em Saúde, com o intuito de promover a saúde e prevenir as Doenças Cardiovasculares e suas consequências”, ressalta a referência técnica em Promoção da Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte, Ângela de Cássia Rover da Silva.
Silva ressalta os destaques da Nota Técnica nº 11/SES/SUBRAS-SPAH-DAHUE-CGCIH/2024 como a necessidade de planejamento intersetorial e interdisciplinar, incorporação das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos como práticas periódicas. “Além disso há a proposição do diálogo com os usuários, facilitando a adoção do conceito do autocuidado apoiado, para o controle de fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares e efetivação do emprego de hábitos de vida saudáveis”, enfatiza a referência técnica em Promoção da Saúde da SRS-BH.
Tratamento no SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento integral e gratuito para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. No primeiro atendimento, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), estão disponíveis ações de prevenção, como o acompanhamento e monitoramento de fatores de risco, que, entre outros, são hipertensão e diabetes. Se houver necessidade, com o diagnóstico de doença cardiovascular, o paciente é encaminhado para a Atenção Especializada, onde terá toda assistência para o acompanhamento com especialista, exames, tratamento e os procedimentos necessários, ambulatoriais ou cirúrgicos. O Brasil tem mais de 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular.