Com apoio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, o Centro Colaborador do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNM) concluiu nesta sexta-feira, 13 de setembro, um curso voltado para a capacitação de laboratoristas dos municípios de Monte Azul, Jaíba e Salinas, para a identificação de vetores transmissores de doenças. A unidade é especializada no diagnóstico da doença de Chagas, malária, leishmaniose tegumentar e visceral, febre maculosa e das arboviroses (dengue, febre chikungunya, zika vírus e febre amarela). 

Durante cinco dias os trabalhos realizados no Laboratório de Zoologia de Invertebrados do IFNMG foram focados no preparo e identificação de larvas de mosquitos transmissores de doenças, bem como a realização de exame parasitológico de barbeiros para a detecção do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.

“A capacitação de profissionais que atuam nos laboratórios municipais de saúde é de fundamental importância para agilizar o diagnóstico de várias doenças e, com isso, proporcionar maior rapidez no tratamento de pacientes”, ressalta a bióloga Patrícia Brito, referência técnica da SRS de Montes Claros. Segundo ela, a estrutura disponibilizada pelo Centro Colaborador do Instituto Federal do Norte de Minas e a atuação de profissionais com larga experiência na realização de trabalhos de campo, bem como em salas de aula, possibilita aos municípios o acesso a treinamentos de alto nível. “Consequentemente, isso vai refletir no alcance de melhores resultados em benefício do reforço das ações de vigilância epidemiológica, ambiental e de saúde”, afirma a bióloga.

Foto: Pedro Ricardo

Entre outros temas, a programação do treinamento contou com a realização de aulas teóricas e práticas sobre os principais mosquitos vetores de importância médica na transmissão de arboviroses e exame parasitológico de triatomíneos. Durante a capacitação os laboratoristas receberam material didático e kits para a coloração de lâminas.

 

O Centro

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que “o Centro Colaborador do Instituto Federal do Norte de Minas entrou em operação em abril deste ano e integra a rede de apoio instituída pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para a descentralização de análises laboratoriais no Estado”. A iniciativa foi viabilizada por meio da Resolução 7.797 publicada em outubro de 2021. 

Os Centros são unidades especializadas e estão inseridos em secretarias municipais de saúde; universidades estaduais ou federais; centros de pesquisa ou em entidades filantrópicas. Devem apresentar instalações físicas, equipamentos, protocolos técnicos e profissionais aptos para desenvolver atividades relacionadas à vigilância laboratorial em amostras biológicas. 

As instituições credenciadas atuam na investigação das arboviroses: dengue, zika, chikungunya, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, febre de Mayaro e infecção pelo vírus Oropouche. Também atuam na investigação de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave associada ao coronavírus, Influenza e outros vírus respiratórios; doenças febris, entre elas, febre maculosa; meningoencefalite viral; viroses emergentes ou reemergentes (hantavirose, Poxvírus) e outros patógenos que venham a emergir em Minas Gerais.

Na área de atuação da SRS Montes Claros, além do IFNMG está credenciado como Centro Colaborador o laboratório da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, que também já está atendendo demandas dos 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde do Norte de Minas. 

Para viabilizar a descentralização da vigilância laboratorial a SES-MG disponibilizou R$ 52,3 milhões para que as instituições sediadas no Estado, por meio da técnica de biologia molecular, possam atuar na investigação de doenças de notificação compulsória. Para o Norte de Minas foram disponibilizados mais de R$ 3,5 milhões.

 

Por Pedro Ricardo