A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Ministério da Saúde (MS), a Fundação Novartis e a Sociedade Brasileira de Dermatologia realizam, no período de 3 a 7/6, em Almenara, no baixo Jequitinhonha, ações do projeto Roda-Hans: Carreta da Saúde de Hanseníase. O projeto visa divulgar informações sobre a hanseníase, capacitar os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) para o diagnóstico e realizar atendimentos gratuitos para diagnóstico e tratamento da doença para a população.

O evento de capacitação teórica ocorreu no dia 3/6 e contou com a presença de representantes de 25 municípios da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Pedra Azul, sendo que 17 desses municípios participaram também da capacitação prática na carreta. O Ministério da Saúde disponibilizou as especialistas, a médica Olívia Helena Rafael e a enfermeira Danielle Lages, para participarem da realização do projeto. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais contribui com o apoio técnico, fornecendo as técnicas Elisângela Lima e Ludmila Tavares para auxiliar na ação.

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A coordenação do evento está a cargo de Maria da Glória Botelho, referência técnica regional em Hanseníase da GRS Pedra Azul; Jana Karoline Negreiro, coordenadora de Epidemiologia e Pablo Moreira, coordenador da Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Almenara.

O diretor da GRS Pedra Azul, Marcelo Barbosa Alves, enfatizou a relevância do projeto que conta com diversos parceiros. “O projeto Roda-Hans tem como objetivo capacitar os profissionais da atenção primária no diagnóstico precoce, no tratamento dos novos casos de hanseníase, na busca ativa dos contatos e também na educação em saúde. É um trabalho realizado de forma intersetorial para a capacitação e qualificação das equipes de saúde dos municípios”.
As categorias profissionais que foram treinadas são médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e farmacêuticos, além de dentistas e psicólogo de Almenara.

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A enfermeira do Ministério da Saúde, Danielle Lages, destacou que, além da capacitação dos profissionais, outro ponto relevante é o tratamento dos pacientes diagnosticados de forma oportuna, interrompendo a transmissão da hanseníase e possibilitando melhor qualidade de vida aos pacientes. “Estamos promovendo ações de vigilância por meio da busca ativa de contatos e da educação em saúde sobre hanseníase. Um grande ator dessa edição da carreta está sendo o teste rápido ML Flow, usado para investigar os contatos”, explicou.

A referência técnica regional de Hanseníase, Maria da Gloria Botelho Reyna, reforçou que o projeto é importante para a detecção de casos de hanseníase na região e ressaltou que o Vale do Jequitinhonha é uma área endêmica para hanseníase, portanto, é fundamental esse trabalho que está sendo realizado pelo projeto.

“A capacitação dos profissionais no Roda-Hans permitirá a implantação dos Testes Rápidos de Hanseníase na área da GRS Pedra Azul, como apoio à vigilância de contatos, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. É necessário destacar que os contatos de hanseníase precisam ser examinados, porque tem maior chance de adoecer”, informou.

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Maria da Gloria Botelho Reyna esclareceu que, durante o período de realização do projeto Roda-Hans em Almenara, a equipe da carreta estará focada também em examinar os contatos de hanseníase dos anos 2019 a 2023, além de casos suspeitos e indivíduos já em tratamento.

Carreta Roda-Hans
Em uma iniciativa pioneira e abrangente, o projeto Roda-Hans: Carreta da Saúde de Hanseníase vem revolucionando a abordagem de saúde pública no combate à hanseníase no Brasil. Fundado a partir do Acordo de Cooperação Técnica nº 4/2020 entre a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS) e a Novartis Biociências S.A., o projeto, em desenvolvimento desde 2018, agora se estende em uma parceria estratégica com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O principal objetivo do Roda-Hans é simples e essencial: capacitar profissionais da atenção primária para diagnosticar precocemente casos de hanseníase e oferecer tratamento oportuno. No entanto, sua abordagem vai além do consultório, alcançando comunidades em diferentes contextos sociais, culturais e epidemiológicos da doença.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa e crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, que pode resultar em incapacidades físicas se não tratada precocemente. Diante do desafio que a pandemia de covid-19 representou para os serviços de saúde, com uma redução de cerca de 35% nos casos novos diagnosticados, de acordo com o Ministério da Saúde, a importância do projeto tornou-se ainda mais evidente. Manter suas atividades é fundamental para enfrentar a negligência em torno da hanseníase e garantir que nenhum caso seja deixado para trás.

Os objetivos específicos do projeto abrangem desde a qualificação de profissionais da saúde até o estímulo à participação da população em ações de promoção à saúde. A metodologia adotada inclui etapas teóricas e práticas em serviço, com especialistas fornecendo conhecimento especializado em diagnóstico e tratamento, seguido por atendimentos supervisionados nos consultórios da carreta.

Por Allan Gomes Campos / Fotos: Maria da Gloria Botelho Reyna