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CADERNETA DA CRIANÇA | IMUNIZAÇÃO | TRIAGEM NEONATAL
O nascimento de uma criança traz muitas novidades para a rotina da família. O bebê já nasce com um comportamento próprio: uns são mais quietos, outros solicitam os pais toda hora e outros choram mais. Procure entender seu bebê, respeitando o seu jeito. O recém-nascido precisa de muito carinho, amor, atenção e de um ambiente confortável e seguro.
Bebês gostam de sentir que os pais estão junto dele e de ouvir as vozes da mãe e do pai. Então, converse com seu bebê, cante canções de ninar, fale seu nome e faça carinho tocando-a suavemente. O contato físico com seu bebê e o toque são muito importantes para criar laços afetivos e ajudar o desenvolvimento emocional e social da sua criança. O colo acalma a criança e faz com que ela se sinta segura.
O leite materno contém tudo de que o bebê precisa para se nutrir. Além de ser a principal fonte de alimento, o peito é também uma fonte de proteção. Os bebês que se alimentam só no peito adoecem menos do que os demais. No início, o bebê precisa sugar tanto para se alimentar quanto para se sentir seguro no novo ambiente.
O bebê recém-nascido dorme muito. Por isso, ele precisa de um lugar tranquilo, arejado e limpo para dormir. Cuide para que ele permaneça de barriga para cima. Observe se sua boca e nariz estão descobertos. Não use travesseiro e cobertor, e agasalhe-o com roupa adequada à temperatura do ambiente. Durante o dia o sono do bebê pode ser em ambiente normalmente iluminado e com exposição ao barulho normal, e à noite em ambiente escuro e silencioso.
A hora do banho pode ser um momento muito relaxante. Segure seu bebê com firmeza e converse com ele, tocando-o com delicadeza. Prefira uma banheira, bacia ou balde, que dão mais segurança ao bebê. Coloque em um local protegido, onde não haja risco de o bebê ficar exposto ao vento. Use água morna e sabonete neutro em pequena quantidade. Nunca coloque seu bebê na água sem antes experimentar a temperatura com a própria mão. Passe seu braço por trás das costas dele e apoie sua cabeça e use a outra mão para lavá-lo. Enxague bem o bebê e seque bem as dobrinhas da pele e o umbigo antes de vestir a roupinha.
Para limpar o umbigo após o banho, seque a região e passe apenas álcool 70% no local. Evite que o álcool pingue na pele ao redor do umbigo ou em outras partes do corpo do bebê. Se a área ao redor do umbigo ficar vermelha ou se aparecer secreção amarelada, com pus e mau cheiro, pode ser sinal de infecção. Neste caso, procure um profissional de saúde.
O coto, a parte do umbigo que seca, costuma cair até o final da segunda semana de vida dos bebês. Não coloque faixas, moedas ou qualquer outro objeto ou substância sobre o coto, pois isso pode causar infecção.
Observe a pele do bebê. A cor amarelada significa icterícia, doença conhecida como amarelão. Se a cor amarela aparecer nas primeiras 24 horas de vida, espalhada por todo o corpo, ou se durar mais de duas semanas, é necessário que seu bebê seja avaliado pelo profissional de saúde. Já a cor excessivamente branca pode sinalizar albinismo, uma condição de saúde de origem genética que não é contagiosa, mas interfere na cor da pele, pelos e olhos, e pode acarretar a dificuldade na visão, alta sensibilidade a luz solar e outros cuidados específicos de saúde.
Procure trocar as fraldas sempre que estiverem molhadas ou sujas. Limpe o bebê preferencialmente com água. Não use talco. Antes e depois da troca, lave suas mãos com água e sabão, e se não for possível, use álcool em gel. A vermelhidão nas áreas cobertas pela fralda pode ser assadura ou alergia. Procure orientação do profissional de saúde sobre os cuidados.
A Caderneta da Criança é um documento importante e único no qual devem ficar registradas todas as informações sobre o atendimento à criança nos serviços de saúde, de educação e de assistência social para o acompanhamento desde o momento do seu nascimento até os 9 anos de idade. Ao registrarem as informações na Caderneta da Criança, os profissionais compartilham esses dados com a família e facilitam a integração das ações sociais.
A Caderneta traz orientações sobre os cuidados com a criança e com o ambiente para que ela cresça e se desenvolva de forma saudável. Traz também informações sobre os direitos e deveres das crianças e dos pais, aleitamento materno, alimentação complementar saudável, vacinas, saúde bucal, marcos do desenvolvimento, consumo, e informa sobre o acesso aos equipamentos e programas sociais e de educação.
A vacinação infantil é uma das principais e primeiras medidas para a garantia da saúde do recém-nascido, nos primeiros anos de vida.
A partir da vacinação, o sistema imunológico do bebê, ainda em desenvolvimento, inicia a produção de anticorpos que vão protegê-lo contra uma série de doenças potencialmente graves, como a paralisia infantil (poliomielite), varicela (catapora), pneumonias, meningites, sarampo, gripe (influenza), febre amarela, entre outras, causadas por vírus e bactérias.
O calendário vacinal do bebê começa logo ao nascer e segue durante a infância, conforme recomendações do Programa Nacional de Imunizações. A vacinação é considerada uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública no Brasil, em especial pelo importante impacto obtido na redução de doenças.
Pais e/ou responsáveis devem verificar os locais e horários de funcionamento das salas de vacinação mais próximas da sua residência, e manter o cartão de vacinação dos bebês e crianças atualizado. Acesse o Calendário Nacional de Vacinação da Criança neste link.
O Programa de Triagem Neonatal é um conjunto de ações preventivas, responsável por identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que estes possam ser tratados em tempo oportuno, evitando as sequelas e até mesmo a morte. Além de propor o gerenciamento dos casos positivos através de monitoramento e acompanhamento da criança durante o processo de tratamento.
Conhecido como teste do pezinho, o exame de triagem neonatal é coletado nas Unidades Básicas de Saúde e algumas maternidades, é um exame e analisado em laboratório a partir de amostras de sangue retiradas do calcanhar do recém-nascido. O exame mostra se o bebê possui alguma alteração que possa indicar o diagnóstico de uma doença de origem genética grave ou que se desenvolveu no período fetal (congênita). A partir dessa triagem, o recém-nascido com suspeita para alguma dessas doenças passa por exames confirmatórios. Caso o diagnóstico seja confirmado, a criança começa a receber os cuidados necessários antes da ocorrência de sequelas graves, danos diversos ao organismo e até mesmo a morte.
Exame alterado não significa doenças, mas uma suspeita que necessita de confirmação diagnóstica através de exames específicos e consultas com especialistas.
Em Minas Gerais, o Programa de Triagem Neonatal (PTN-MG), está sob a gestão da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), e execução técnica do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad), que oferta o exame para todas as crianças nascidas nos 853 municípios de Minas Gerais, de forma gratuita. Atualmente são triadas 12 doenças. Para mais informações acesse o site saude.mg.gov.br/triagemneonatal.
O Teste do Reflexo Vermelho, mais conhecido como Teste do Olhinho, tem a finalidade de detectar alteração visual e possível cegueira. O diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado. De acordo com a Lei nº 16.672 de 08 de janeiro de 2007, tornou-se obrigatórios o Teste do Reflexo Vermelho em recém-nascidos no Estado e o exame oftalmológico completo em crianças com idade entre 7 e 10 anos. A recomendação é que o Teste do Olhinho seja feito logo que o bebê nasce. Se isto não ocorrer, o exame deve ser feito logo na primeira consulta de acompanhamento.
A Oximetria de Pulso, mais popularmente conhecido como Teste do Coraçãozinho, foi incorporada aos testes de triagem neonatal, a ser realizada de forma universal, conforme Portaria nº 20, de 10 de junho de 2014. O teste do coraçãozinho é um exame simples, capaz de detectar precocemente cardiopatias críticas. É realizado com um aparelho, o oxímetro, para medir a oxigenação do sangue na mão e no pé do bebê. O teste deve ser feito antes da alta hospitalar, entre 24 e 48 horas de vida, em todo recém-nascido com idade gestacional inferior a 34 semanas, antes da alta hospitalar. Aqueles que apresentarem alterações deverão ser encaminhados para exame mais específico, o ecocardiograma.