Com o objetivo de alinhar as informações sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI) junto aos municípios do território, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi), promoveu, em 17/2, uma reunião técnica. Ocorrida no auditório do Sindicato dos Produtores Rurais de Ponte Nova, o encontro contou com a presença das referências municipais de Imunização e representantes da Atenção Primária à Saúde (APS), com o objetivo de estreitar laços e compartilhar responsabilidades entre as duas áreas. A reunião também foi uma oportunidade para conhecer as referências recentemente incorporadas às equipes municipais, aproximando-as da SRS Ponte Nova. 

Coordenada pela referência em Imunização do Nuvepi, Priscila Câmara de Moura, a reunião trouxe as principais notas técnicas e documentos publicados pelo PNI, como a atualização da indicação da vacina contra o rotavírus humano, ampliando o acesso de crianças não vacinadas nas idades recomendadas. A vacina foi introduzida na rotina em 2006 para proteger menores de seis meses de idade das complicações decorrentes da infecção pelo rotavírus, sendo administrada aos 2 e 4 meses (1ª e 2ª dose, respectivamente).  “Para oportunizar a oferta da vacina a crianças não vacinadas nas idades indicadas, a 1ª dose poderá ser administrada entre 1 mês e 15 dias até 11 meses e 29 dias, e a dose 2 entre 3 meses e 15 dias até 23 meses e 29 dias”, explicou.

Foto: Priscila Câmara de Moura

A vacinação dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular) adulto para gestantes, puérperas e profissionais da saúde e a ampliação temporária – de 09 de dezembro de 2024 a 31 de março de 2025, para alguns grupos, também foi pauta da reunião. Foram incluídos trabalhadores da saúde que atuam nos serviços de saúde públicos e privado, ambulatorial e hospitalar, com o atendimento em Ginecologia e Obstetrícia; Parto e Pós-parto imediato, incluindo as Casas de Parto; Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) neonatal convencional, UCI Canguru etc; Berçários (baixo, médio e alto risco) e Pediatria. Também foram incluídos profissionais que atuam como doulas e trabalhadores de berçários e creches (que atendem crianças até 4 anos de idade). 

“A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) considerou o cenário epidemiológico da coqueluche para a ampliação da vacinação, devido à sua alta transmissibilidade e o fato de afetar, principalmente, crianças menores de seis meses”, informou Priscila.

 

Febre amarela 

Um dos pontos de maior destaque da reunião foi a apresentação do cenário da febre amarela, com enfoque na emissão do Alerta Epidemiológico do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS Minas), emitido em 09/01/2025, contendo orientações aos profissionais e serviços de saúde diante da ocorrência de caso humano de febre amarela em Minas Gerais. 

Priscila tratou da estratégia estadual para intensificação das ações de rotina de vacinação contra febre amarela. Ela destacou que a vacina deve ser administrada nas crianças aos 9 meses, com reforço aos 4 anos e que pessoas de 5 a 59 anos são consideradas imunizadas com o registro de uma dose. “É de extrema importância sensibilizar a população para manter a caderneta de vacinação atualizada. Para isso, as equipes de saúde devem estar preparadas e lançar mão de estratégias diferenciadas para alcançar altas coberturas vacinais, principalmente nas populações mais vulneráveis", pontuou. 

A cobertura recomendada para a vacina febre amarela é de 95%. Dos 30 municípios da área da SRS Ponte Nova, 20 atingiram a meta preconizada (dados do ano de 2024). “A cobertura vacinal maior ou igual a 95% para a vacina contra febre amarela é necessária para a proteção indireta daqueles que não podem ser vacinados por alguma contraindicação”, observou. 

Um próximo encontro está sendo planejado e, na ocasião, serão repassados assuntos relacionados ao Plano Mineiro de Imunizações (PMI).

Por Tarsis Murad