Com o objetivo de discutir o atendimento humanizado e integral na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) para os pacientes na Atenção Primária à Saúde (APS), no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e nos hospitais gerais que possuem leitos de saúde mental habilitados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, promoveu uma reunião nesta quinta-feira, 13/6, para o alinhamento com as equipes municipais e hospitalares.

O encontro contou com a participação de diretores, gestores e profissionais da saúde como médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais dos diferentes pontos de atenção que articulam o atendimento dos pacientes da saúde mental e que também articulam o cuidado com outros órgãos e pessoas físicas, como a Secretaria Municipal de Assistência Social e familiares.

Reunião Raps Uberlândia

A referência técnica regional da Atenção Psicossocial, Maria Lúcia dos Reis, explica que a reunião visa esclarecer questões internas e externas às instituições. “Este primeiro encontro alinha as gestões municipais e hospitalares no atendimento e internação dos pacientes, além de capacitar as equipes para transformar a vida do paciente”, disse a referência.

Ela ressaltou ainda sobre a necessidade de reduzir o tempo de internação e oferecer a medicação pelo SUS local. “É necessário haver o envolvimento dos familiares no processo de alta e o referenciamento do paciente no Caps e na Atenção Primária, bem como disponibilizar os medicamentos mais utilizados nos tratamentos na Relação Municipal de Medicamentos Especiais (Remume)”, finalizou Reis.

Reunião Raps Uberlândia - parte hospitalar

O paciente da Raps deve ser olhado em sua integralidade. Rosana Gervásio, referência técnica em Urgência e Emergência da SRS Uberlândia, deu um exemplo de como deve ser feito o preenchimento da solicitação no SUSFácil, que é o Sistema Informatizado de Regulação Estadual que controla a transferência e o atendimento de pacientes conforme as vagas disponíveis e o atendimento demandado, para a média e alta complexidade nos hospitais da região. “Se o paciente da Raps é hipertenso, cardíaco ou mesmo esteja com dengue grave, a solicitação de transferência nestes casos não requer demandar leito de saúde mental e sim leito clínico para tratar o sintoma grave na especialidade correta, com o suporte da equipe de saúde mental”, exemplificou Gervásio.

Ao longo das discussões, foram destacadas a importância dos hospitais em atualizar o Projeto Terapêutico Singular (PTS) e o Projeto Terapêutico Institucional (PTI), bem como a participação intensiva da equipe multiprofissional para otimizar os serviços e melhoria do cuidado na Rede.

Serviços voltados para a humanização dos pacientes
A Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio é referência para os municípios vizinhos e possui atualmente 15 leitos de saúde mental habilitados pelo Sistema Único de Saúde. A assistente social da instituição, Mariana de Freitas, destaca as atividades promovidas quando a pessoa está sob cuidados hospitalares. “Na Santa Casa a equipe, além de tratar de forma medicamentosa, busca acrescentar oficinas terapêuticas como pintura em panos, roda de conversa literária e música”, disse a assistente social.

O Caps I da região mais recente é o de Nova Ponte, que foi habilitado pelo Ministério da Saúde em 2021 e atende a população própria. Atualmente, possui 110 pacientes cadastrados. Kelly Fernandes, coordenadora do Caps, explica que a unidade do município trabalha de forma integrada com a Atenção Primária. “Os pacientes que frequentam o Caps são engajados nos tratamentos, oficinas terapêuticas, rodas de conversa e artesanato. As famílias também contribuem para essa rede de apoio e o referenciamento na Unidade de Saúde.”

Fernandes complementa que as atividades no Centro são adaptadas às necessidades e as reuniões regionais proporcionam trocas de experiências. “As reuniões com os hospitais e demais municípios na Superintendência Regional ampliam a visão e o olhar do serviço que cada hospital e cidade fazem. Permite uma compreensão maior da rede interna e como os outros profissionais complementam o tratamento dos paciente”.

Por Lilian Cunha e Vitória Caregnato (estagiária sob supervisão) / Fotos: Lilian Cunha e Vitória Caregnato