A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, realizou na quinta-feira, 26/9, uma reunião on-line para alinhar as ações da Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis: coqueluche, Mpox e sarampo. O encontro foi direcionado às referências técnicas e coordenadores de vigilância epidemiológica, atenção primária e núcleos de vigilância hospitalar das microrregiões de Saúde de Guanhães, Itabira e João Monlevade.

Segundo Fernanda Ferreira Soares Pires, referência técnica em Doenças Transmissíveis da GRS Itabira, um dos focos da reunião foi a Mpox, também conhecida como varíola dos macacos - apesar de não ter nenhuma relação de transmissão com os macacos. Desde sua classificação como emergência de saúde pública de importância internacional, em julho de 2022, a doença tem sido monitorada de perto pelas autoridades de saúde. “Destacamos durante a reunião a recente elevação dos casos no Brasil, com 945 confirmações até a semana epidemiológica 35 de 2024, sendo que a maioria está concentrada na região Sudeste. Minas Gerais registrou 47 casos confirmados, dos quais 44 ocorreram na região central do estado”, afirmou Fernanda.

Foto: Reprodução/Microsoft Teams

Outra doença de grande relevância abordada foi a coqueluche, uma infecção bacteriana que afeta o sistema respiratório, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Durante a reunião, foi enfatizada a importância da vacinação, especialmente em crianças menores de 6 meses, que ainda não completaram o esquema vacinal. Também foram discutidas as medidas essenciais para a investigação epidemiológica de surtos da doença, destacando a definição de casos em situações de surtos e epidemias, o diagnóstico laboratorial e as abordagens importantes que devem constar no relatório final.

Fernanda Pires reforçou que a vacinação contra a coqueluche é uma das principais medidas de prevenção da doença, e faz parte do calendário vacinal de rotina, sendo administrada em três doses iniciais, seguidas de reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. "As coberturas vacinais em Minas Gerais têm avançado, mas ainda há oportunidades de melhoria, especialmente nas doses de reforço. Com o fortalecimento das campanhas de conscientização, temos a chance de aumentar a adesão vacinal e, assim, garantir uma melhor proteção da nossa população contra essas doenças", destacou a referência técnica.

 

Vigilância e controle do sarampo

Aline Graziele Fernandes Martins da Costa, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da GRS Itabira, informou que a reunião também teve o objetivo de divulgar informações cruciais aos profissionais de saúde sobre as ações de vigilância do sarampo. Entre os temas abordados, destacaram-se a definição de caso suspeito, o fluxograma para confirmação ou descarte de casos suspeitos, o cenário epidemiológico da GRS Itabira e a necessidade de busca ativa retrospectiva. “Além disso, foram repassadas orientações sobre a investigação epidemiológica do caso importado de sarampo. É essencial que os profissionais estejam preparados para responder de forma rápida a esses casos, a fim de evitar o restabelecimento da transmissão endêmica”, enfatizou a coordenadora.

Aline Costa ressaltou que a vacinação é a medida mais eficaz para prevenir, controlar e eliminar o sarampo. Atualmente, a cobertura vacinal em Minas Gerais é de 104,88% para a primeira dose (D1) e 79,96% para a segunda dose (D2). “É fundamental que haja uma mobilização para melhorar essas coberturas vacinais, além de realizar um monitoramento contínuo, avaliando e atualizando a situação vacinal em diferentes faixas etárias. Também é importante aproveitar todas as oportunidades para vacinar, bem como realizar busca ativa daqueles que não completaram o esquema vacinal, identificando os indivíduos suscetíveis”, esclareceu Aline.

Diante da confirmação de um caso importado de sarampo em Minas Gerais, proveniente da Inglaterra em agosto de 2024, Aline destacou que é imprescindível que os profissionais de saúde do estado estejam atentos ao potencial surgimento de novos casos suspeitos ou confirmados. “Esses casos podem ser importados de outras regiões do mundo e gerar surtos de magnitude variável”, concluiu a coordenadora.

 

Por Flávio A. R. Samuel