A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, realizou na quarta-feira, 18/9, no auditório da Faculdade UNA Itabira, uma reunião técnica com representantes dos municípios para discutir o alinhamento e o aprimoramento do uso dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), incluindo o SIM (Sistema de Informação da Mortalidade), SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) e SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O encontro teve como objetivo fortalecer a gestão de dados e capacitar os responsáveis pela administração desses sistemas nos 27 municípios que compõem as microrregiões de saúde de Guanhães, Itabira e João Monlevade.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Aline Graziele Fernandes Martins da Costa, enfatizou que a reunião vinha sendo planejada há algum tempo, com o intuito de aprimorar o uso desses sistemas. "É fundamental que os municípios estejam devidamente capacitados para lidar com as funcionalidades desses sistemas, para garantir a qualidade da coleta e do processamento dos dados", explicou Aline.

Durante o encontro, destacou-se a importância da notificação correta, do preenchimento adequado das fichas e do encerramento dos casos. Esses procedimentos são essenciais para qualificar os bancos de dados. "Discutimos a necessidade de manter as fichas de notificação devidamente preenchidas e garantir o encerramento correto dos casos. Isso é vital para que os dados gerados sejam os mais precisos e completos possíveis. Esses sistemas são fundamentais para o planejamento das ações de saúde em nosso território", ressaltou Aline.

Aline e Viviane, referências técnicas do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da GRS Itabira - Foto: Flávio A. R. Samuel e Núcleo de Vigilância Epidemiológica/GRS Itabira

Além disso, foram dadas orientações sobre a extração de dados do Tabnet, uma plataforma fundamental para a elaboração de boletins epidemiológicos. "Orientamos os participantes a extrair dados relevantes dos sistemas de informação, que vão possibilitar a geração de informações cruciais para o planejamento das ações de saúde nos territórios. A qualificação desses dados é essencial para garantir um planejamento eficiente e baseado em evidências", concluiu a coordenadora.

De acordo com Viviane Fortunato Almeida Santos, referência técnica em Sistemas de Informação em Saúde, a capacitação foi especialmente necessária devido à rotatividade de profissionais e à importância de garantir que os dados sejam enviados corretamente para o nível central, permitindo sua distribuição e uso eficaz. "Os sistemas são antigos, e com a constante troca de referências nos municípios, muitos profissionais enfrentam dificuldades para operar as plataformas e gerar dados adequados. Por isso, essa reunião foi crucial para orientar os municípios sobre como utilizar corretamente os sistemas", pontuou Viviane.

Ela também destacou o problema dos chamados "municípios silenciosos", onde os dados existem, mas não são lançados nos sistemas. "Ainda enfrentamos dificuldades com municípios silenciosos, onde os dados não são reportados corretamente. Na semana passada, conseguimos colocar todos os municípios em dia no SINAN, mas ainda estamos ajustando os registros no SIM e no SINASC", explicou.

 

Sistemas de Informação em Saúde (SIS)

Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS) são ferramentas padronizadas para monitoramento e coleta de dados, fundamentais para a análise e compreensão de problemas de saúde que afetam a população. Esses sistemas fornecem subsídios essenciais para a tomada de decisões em diferentes esferas governamentais, facilitando a implementação de políticas públicas de saúde.

Entre os principais sistemas utilizados no Brasil, destacam-se o SIM, SINASC e SINAN, que desempenham um papel central no processamento e análise de dados de saúde pública. Essas plataformas são imprescindíveis para o monitoramento epidemiológico e contribuem diretamente para a vigilância em saúde.

O SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), implantado em 1990, é a principal ferramenta para o registro de nascimentos no Brasil, consolidando-se como um dos maiores sistemas de dados sobre nascidos vivos no mundo. Com cerca de 3 milhões de registros anuais, o SINASC fornece informações detalhadas sobre o recém-nascido, a gestação, o parto e as condições de saúde materna, sendo crucial para o planejamento de ações voltadas à saúde da mulher e da criança.

O SIM (Sistema de Informações de Mortalidade), criado na década de 1970, permite o monitoramento contínuo das causas e características das mortes no Brasil. Esse sistema é fundamental para a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), ao oferecer dados que permitem a elaboração de estratégias para reduzir a mortalidade, especialmente em áreas prioritárias, como doenças crônicas, acidentes e causas externas.

Por sua vez, o SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), criado nos anos 1990, coleta informações sobre doenças e agravos que são de notificação compulsória no Brasil. Esse sistema é vital para o controle de surtos e epidemias, além de fornecer uma base sólida para a análise do perfil de morbidade da população. Por meio do SINAN, é possível identificar padrões de disseminação de doenças e atuar na prevenção e controle de agravos em saúde pública.

Esses sistemas de informação, ao consolidarem dados de diferentes níveis da administração pública, tornam-se instrumentos essenciais para a formulação de políticas de saúde mais eficazes e para o planejamento de ações estratégicas que impactem positivamente a saúde da população.

Por Flávio A. R. Samuel