O fortalecimento e a ampliação dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e do Programa Mais Médicos tem sido eficaz na redução da mortalidade infantil, além de viabilizar o atendimento de demandas da população de menor renda e a residente em áreas rurais. Atualmente o Programa Mais Médicos possui mais de 25 mil profissionais, porém ainda há escassez de mão de obra em áreas de vulnerabilidades econômicas e sociais e na Amazônia Legal.
Esses foram alguns dos temas abordados nesta quinta-feira (11/7), durante a realização do 11º encontro de acolhimento de profissionais do Programa Mais Médicos, realizado em Montes Claros. Ao todo, 40 profissionais participaram do evento que integra a última etapa do Módulo de Acolhimento e Avaliação, coordenado pelo Ministério da Saúde (MS).
Ao falar sobre a importância do Programa Mais Médicos, a referência técnica do Ministério da Saúde em Minas Gerais, Priscila Nogueira, lembrou que, no país, existem 55 mil equipes de saúde da família, que são responsáveis pela maior quantidade de atendimentos à população. Com a reformulação do programa, estamos ampliando a quantidade de profissionais, visando suprir as demandas de médicos nas áreas de maior vulnerabilidade econômica e social e nas regiões mais remotas. A falta de profissionais é um problema mundial e, no Brasil, as regiões Norte e Nordeste é que mais carecem de médicos”, observou a referência técnica.
Para atrair mais profissionais para o Programa Mais Médicos, Priscila Nogueira destacou que, além de incentivo para o pagamento da dívida do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o programa está ofertando cursos de especialização em saúde da família e comunidade; cursos de aperfeiçoamento e extensão, além de mestrado e doutorado.
A secretária municipal de Saúde de Montes Claros e presidente regional do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Dulce Pimenta, salientou que, “embora o sistema público de saúde ainda possua fragilidades, o Programa Mais Médicos se constitui iniciativa de fundamental importância para o fortalecimento das políticas públicas de saúde contemplando, principalmente, os serviços de atenção primária”.
Segundo a secretária, em 2017, Montes Claros possuía 130 equipes de saúde da família, das quais 30% não possuía médicos. Atualmente o município tem 174 equipes, todas elas com médicos atuando, inclusive por meio do Programa Mais Médicos. Por isso, a implementação do programa foi e continua sendo uma política necessária para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS)”, pontuou Dulce Pimenta.
Na abertura do encontro de acolhimento dos médicos, a superintendente regional de Saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, observou que “a chegada de novos profissionais ao Norte de Minas proporciona a redução da escassez de mão de obra qualificada em vários municípios, além de dar novo alento ao atendimento das demandas de saúde da população”.
Por sua vez, ao lembrar que a região foi o berço da origem do Sistema Único de Saúde (SUS), o médico e supervisor do Programa Mais Médicos no Norte de Minas, João Batista Silvério, reforçou a necessidade do contínuo aprimoramento das políticas públicas de saúde. “Nos últimos meses, o Programa Mais Médicos teve uma expressiva ampliação e a chegada de novos profissionais ao Norte de Minas é importante para auxiliar os municípios no encaminhamento de soluções para as questões relativas à área da saúde”, destacou João Batista.
Norte de Minas
Dos 40 novos médicos que passam a atuar no Norte do estado, 36 vão suprir vagas em 18 municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. As localidades contempladas são: Montes Claros (dez médicos); Salinas (quatro); Espinosa (três); Bocaiuva, Ninheira, Riacho dos Machados e Santa Cruz de Salinas (dois médicos para cada município); Berizal, Cristália, Indaiabira, Jaíba, Jequitaí, Padre Carvalho, Pai Pedro, Porteirinha, Rio Pardo de Minas, Rubelita e São João do Paraíso (um médico para cada município).
Outros três municípios da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Pirapora também vão receber quatro médicos: Várzea da Palma (dois); Pirapora e Santa Fé de Minas (um médico para cada localidade).
Por Pedro Ricardo / Fotos: Pedro Ricardo
