A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha concluiu nesta semana o Ciclo de Formação da Terceira Onda de Expansão do Projeto Saúde em Rede. As atividades finais para o polo de São Lourenço foram realizadas na terça-feira, 18/6, na escola municipal Coronel Manoel Dias Ferraz, em São Lourenço. Já as atividades do polo Varginha foram concluídas na quinta-feira, 20/6, no auditório do Centro Administrativo do Sul de Minas, em Varginha.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lançou o projeto Saúde em Rede com o objetivo de organizar a forma de trabalho das equipes de saúde e, dessa maneira, melhorar a integração entre atenção primária e atenção especializada, tendo como foco as linhas de cuidado materno infantil e hipertensão e diabetes.

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Tatiana Vilela Pessoa, referência técnica da Atenção Especializada em Saúde da SRS Varginha, destaca que o Saúde em Rede reúne um conjunto de ações educacionais, voltadas para o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes necessárias para a organização e qualificação dos processos assistenciais.

“Os municípios que aderiram ao projeto assinaram um termo de compromisso e, em seguida, indicaram os tutores, que são os profissionais responsáveis por aprender os novos processos de trabalho e suas tecnologias. Assim que iniciam a formação, os tutores municipais multiplicam esses conhecimentos entre os profissionais que atuam nos setores de saúde dos seus municípios”, detalha Tatiana.

A referência esclarece ainda que a metodologia de formação dos tutores foi dividida em nove ciclos de formação. A SES-MG, juntamente com a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) desenvolve os conteúdos para os tutores, discutindo os processos de trabalho dentro da rede por meio de oficinas, dinâmicas e vídeos.

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Os ciclos de formação buscam instruir os tutores para serem os multiplicadores dos conhecimentos nos seus municípios. São os tutores que vão atuar nas unidades da rede de saúde, compartilhando o aprendizado com os outros profissionais que atuam no território.

Eliane Bezerra da Silva Cruz, tutora do Saúde em Rede no município de Três Corações, avaliou a capacitação como enriquecedora para o profissional de saúde e para o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). “A iniciativa é importante pela proposta de realmente a saúde funcionar em rede, com serviços integrados, fazendo com que o paciente tenha menos dificuldade de acesso e a saúde de acompanhamento dos casos”.

Eliane destaca que, para esse alinhamento, há muitas dificuldades a serem superadas, desde a gestão à resistência do próprio paciente e dos profissionais de saúde em relação às mudanças.“Mas realmente funciona, nossos profissionais estão notando uma diferença grande, mesmo que a gente ainda não tenha feito totalmente a replicação do conteúdo. Médicos, por exemplo, que já fazem parte da unidade piloto no município, em reuniões, comentam experiências com os outros destacando o quanto algumas mudanças foram positivas e isso é motivador”, concluiu.

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Na área de atuação da SRS Varginha, os 50 municípios aderiram ao projeto. Nesta terceira onda de expansão foram formados seis tutores na atenção especializada, 32 tutores formados na atenção primária à saúde, realizados 24 encontros de formação de tutores e 199 listas de presença de oficinas tutoriais. Ao todo foram inscritos ainda 916 profissionais de saúde desta região no Curso EaD “Saúde em Rede: Organização do Cuidado em Rede”, desenvolvido pela SES-MG e pela ESP-MG.

Para o superintendente da SRS Varginha, Luiz Paulo Riceputti Alcântara, a planificação da saúde, que em Minas Gerais recebeu o nome de Saúde em Rede, busca organizar os processos de trabalho na Atenção Primária à Saúde(APS), fortalecendo este nível de atenção, tornando-a de fato a ordenadora do cuidado na rede assistencial.

O superintendente destaca ainda que o Saúde em Rede qualifica a Atenção Primária à Saúde para que seja resolutiva frente ao novo cenário demográfico e epidemiológico brasileiro que, embora possua a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis – a exemplo da hipertensão, diabetes e doenças metabólicas -, associadas às causas externos, como os acidentes e a violência, ainda requer atenção às várias doenças infectocontagiosas que ocupam lugar de destaque na agenda da saúde, a exemplo da dengue.

O programa busca, em síntese, o compartilhamento do cuidado entre os níveis de atenção primário e secundário, qualificando a assistência à saúde prestada ao cidadão mineiro, como explica Luiz Paulo Riceputti Alcântara. “Espera-se como legado, dessa forma, com a conclusão do Projeto Saúde em Rede, uma Atenção Primária à Saúde ainda mais resolutiva na macrorregião de Saúde Sul, preparada para atender às necessidades de saúde da população residente neste território sanitário”.

Projeto Saúde em Rede
O Saúde em Rede é um projeto de educação permanente que tem como objetivo estruturar e integrar as ações de saúde realizadas na Atenção Primária com as ações realizadas na Atenção Especializada. Na prática, essa integração entre os diferentes níveis de atenção possibilita que o usuário seja melhor assistido, porque permite compreender a condição de saúde da pessoa de forma integral.

O projeto começou a ser executado em Minas Gerais em 2019, por meio da qualificação das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) e de Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) de 31 municípios da macrorregião do Jequitinhonha. O projeto foi expandido em ondas para as demais regiões do estado. A primeira onda de expansão ocorreu em 142 municípios, entre 2021 e 2022, já a segunda onda contemplou 286 municípios, foi iniciada em 2022 e finalizada em 2023. A terceira onda de expansão teve início em 2023 e abrange mais 392 municípios.

Por Thayane Viana de Carvalho Lenzi /Fotos: Tatiana Vilela