Teófilo Otoni recebe, pela segunda vez, a carreta itinerante do Projeto Roda-Hans, que desenvolve ações no município no período de 10 a 14/6 e tem como objetivo capacitar os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) para o diagnóstico e tratamento oportuno da hanseníase, além de ofertar gratuitamente esses serviços à população.

A ação é de iniciativa do Ministério da Saúde (MS) em parceria com a empresa Novartis, a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e as secretarias de saúde municipais. Médicos, enfermeiros e fisioterapeutas que atuam nas Unidades Básicas de Saúde dos 32 municípios pertencentes à área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni passam pelo treinamento, que é composto por duas etapas: teórica e prática.

Etapa teórica do treinamento

Em Teófilo Otoni, a etapa teórica aconteceu no dia 10/6, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – Campus Mucuri. A parte prática acontece na carreta da saúde, entre os dias 11 a 14/6. O veículo conta com cinco consultórios. Durante as consultas, os pacientes são atendidos por médicos especialistas do Ministério da Saúde, que aproveitam a oportunidade para treinar os profissionais de saúde dos municípios.

A carreta encontra-se estacionada na Praça Tiradentes, centro da cidade, quase em frente ao Banco do Brasil, funcionando das 8 às 16 horas e permanece em Teófilo Otoni até o dia 14/6. Pessoas com manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato), podem procurar o serviço para ser atendido.

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O dirigente da SRS Teófilo Otoni, Leonardo Figueiredo, ressaltou a importância da ação. “O Projeto Roda-Hans traz inúmeros benefícios para a nossa região, especialmente na capacitação dos profissionais que atuam na ponta no diagnóstico dessa doença. Trazendo para a população um diagnóstico precoce e a cura dessa doença”, declarou Leonardo.

Sobre a hanseníase
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, transmitida por meio das vias respiratórias (fala, tosse ou espirro) e atinge a pele e os nervos periféricos como os das mãos e pés, causando a perda de sensibilidade da pele. Se não for tratada, pode evoluir para o comprometimento severo dos movimentos dos membros.

É uma doença que tem cura. O tratamento é ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada para o paciente com suspeita da doença.

Cenário Epidemiológico da Hanseníase
O Brasil é o segundo país do mundo em número de casos novos de hanseníase dentre os 183 países que registram os casos da doença. Entre janeiro e novembro de 2023, mais de 19 mil pessoas foram diagnosticadas com a hanseníase no país.

Em Minas Gerais, nos últimos três anos, foram diagnosticados uma média de 1.339 novos casos da hanseníase por ano, o que demonstra que há transmissão ativa da doença no estado. Já na área de abrangência da SRS Teófilo Otoni foram notificados 65 novos casos da doença, nos últimos cinco anos.

Segundo o Ministério da Saúde, Minas Gerais é o estado de média carga de hanseníase com alta porcentagem de casos novos com incapacidades físicas permanentes, indicando o diagnóstico tardio e a necessidade de busca ativa de contatos e casos suspeitos.

A referência técnica da hanseníase no âmbito da SRS Teófilo Otoni, Márcia Ottoni, explica que a hanseníase é uma doença de difícil diagnóstico e enfatiza a importância da busca ativa de contatos intradomiciliar (dentro das casas) dos últimos cinco anos, e o tratamento oportuno como principais medidas de prevenção do avanço da doença. “Muitas pessoas podem estar doentes e não sabem”, enfatiza Márcia.

Dados sobre a incidência de hanseníase em Minas Gerais estão disponíveis no Painel Epidemiológico Hanseníase, que pode ser acessado em https://app.powerbi.com. Nele, é possível filtrar o número de casos por ano, semana epidemiológica, macrorregião de saúde, microrregião de saúde, Unidade Regional de Saúde e município.

Por Por Déborah Ramos Goecking / Fotos: Déborah Ramos Goecking