A vida de Octávio Magalhães se entrelaça com a história da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Nesse contexto, recentemente, em 2023, a instituição celebrou o cinquentenário do Instituto Octávio Magalhães (IOM), homenageando o cientista, pesquisador, médico por natureza e professor, que tanto contribuiu para a Funed ser o que é hoje.
Nesta semana, a Fundação recebeu a visita de Bernardo Tavares da Silva Magalhães, neto de Octávio, acompanhado de sua esposa, Fabiana Moraes Mathias e do bisneto Manuel Mathias Magalhães, que trouxeram um novo olhar sobre como a figura emblemática era em casa. Por meio da doação de diplomas, fotos e outros registros, se nota a afetividade e a dedicação à família e ainda o amor pelo trabalho. Agora, esse material integra o acervo do Serviço de Informação Científica, Histórica e Cultural (SICHC) da Funed.
A historiadora e servidora da Funed, Fabiana Melo, conta que o primeiro contato foi por meio de uma rede social, há três anos, com Maria Magalhães, também neta de Octávio. Posteriormente, Bernardo, que é responsável pelo acervo do avô e reside em Diamantina, demonstrou interesse em conhecer a Funed e, a partir disso, tomou a iniciativa de disponibilizar cópias dos documentos. “São materiais de extrema relevância histórica, tanto para a Fundação quanto para a saúde pública brasileira.
Além dos diplomas, que passaram por um processo de conservação específico, há diversas fotos que nos permitem resgatar essa época. Após a morte de Ezequiel Dias, em 1922, Octávio Magalhães assumiu a direção da instituição e manteve esse legado de Ezequiel por quase 20 anos. Ele foi uma pessoa extremamente relevante para a Funed, pois trouxe inovação e ampliou as atividades, entre elas a produção de soros no Instituto”, relembra.
Para Bernardo, saber mais sobre a história do avô foi algo maravilhoso. Embora ele soubesse da existência da Funed, nem imaginava como os serviços prestados por seu avô haviam determinado a história da Fundação. “É genial ter contato com esse passado, do papel de meu avô para toda essa história e perceber o que isso significa para a família. Estou muito orgulhoso”, comenta.
A assessora do IOM, Aline Melgaço, representou o Instituto no encontro e aproveitou para explicar as atribuições do espaço que leva o nome de Octávio Magalhães. A servidora da Funed lembra que cada estado do Brasil conta com um Laboratório Central de Saúde Pública, os Lacens, que são responsáveis pela vigilância laboratorial de doenças transmissíveis, como dengue, covid-19, tuberculose, meningite, entre outras enfermidades. Já a Vigilância Sanitária do Lacen, atende a diversos programas de qualidade de produtos controlados pela Vigilância Sanitária. “O fato é que todos se beneficiam desses serviços que são públicos. Desde a manhã, quando você abre a torneira e utiliza água em condições para fazer seu café e depois escova os dentes. Todos esses gêneros passam por um controle de qualidade rigoroso que garante a qualidade dos produtos que são consumidos pela população. Além disso, contamos com pesquisadores científicos fantásticos que realizam estudos de grande relevância para a saúde pública”, elogia.
O presidente interino da Fundação, Paulo Márcio, celebra o legado dessas figuras que, até hoje, se fazem presentes na Fundação. “Certamente, são pessoas que cumpriram uma missão aqui. Então, fico muito feliz em conhecer mais sobre esses personagens. Tenho certeza que são inspiração para os pesquisadores e cientistas em seus trabalhos, atualmente, e serão lembrados com carinho por gerações futuras”, ressalta.