Nesta quarta-feira,27 de outubro, comemora-se o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme, um dos distúrbios genéticos mais frequentes no Brasil e no mundo.Segundo a hematologista e referência técnica dos ambulatórios da Fundação Hemominas, Patrícia Cardoso, essa é uma das doenças hereditárias mais prevalentes no Brasil, sobretudo nas regiões que receberam maiores contingentes de escravos africanos. Em Minas Gerais, os dados do Programa de Triagem Neonatal, implantado em 1998, mostram uma incidência de 72 casos em cada 100 mil nascidos vivos (1:1.400), e uma pessoa com traço falciforme para cada 30 nascimentos.
“A Doença Falciforme (DF) é caracterizada por uma alteração genética, definida por um tipo de hemoglobina mutante designada por hemoglobina S (ou Hb S), que provoca a deformação das hemácias, células sanguíneas também conhecidas como glóbulos vermelhos ou eritrócitos, que adquirem a forma de foice. As hemácias falcizadas têm dificuldades de circularem na corrente sanguínea e, aliadas a ouros fatores, comprometem a oxigenação celular dos tecidos corporais e, assim, podem provocar obstrução vascular. Em consequência, as pessoas com DF apresentam dores intensas, isquemia, necrose, disfunção e danos irreversíveis a tecidos e órgãos, além de uma anemia crônica, sendo essas manifestações variáveis, conforme a gravidade com que a doença se apresenta”, esclarece a hematologista.
A Fundação Hemominas é referência para tratamento de hemoglobinopatias em Minas Gerais, com cerca de 8 mil pacientes cadastrados. A doença falciforme representa o maior número de pacientes atendidos nas 11 unidades ambulatoriais especializadas na área, no estado (Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Governador Valadares, Manhuaçu, Diamantina, Divinópolis, Patos de Minas, Sete Lagoas, Uberaba e Uberlândia).