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Existe algum medicamento para minimizar desconfortos que podem surgir durante a gestação?

Sim. Existem medicamentos que são utilizados para minimizar alguns dos sintomas mais comuns, que podem surgir ao longo da gestação. Porém, automedicação é um risco à saúde materna e fetal, uma vez que existem medicações contraindicadas durante o período gestacional. Os profissionais de saúde contam com protocolos e guias de orientação do Sistema Único de Saúde (SUS) para conduzir clinicamente os casos e orientar a mulher sobre mudança de hábitos que podem favorecer a minimização dos sintomas. Portanto, a gestante não deve tomar medicamentos sem prescrição médica.

O que é gravidez de alto risco?

Há uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, podem apresentar complicações para si e para o feto durante a gestação. Essas são, portanto, classificadas como gestações de alto risco. Além disso, a gestação pode ser classificada como de alto risco por causa de algum agravo no feto. Por isso é fundamental o acompanhamento regular nas consultas de pré-natal.

A gravidez na adolescência é considerada de alto risco?

Sim. Porém nem todas as gestações nas quais se identifica um risco maior do que o chamado “risco habitual” precisa ser acompanhada por especialista. Diversas condições que são classificadas como risco gestacional podem e devem ser acompanhadas apenas pela equipe da Atenção Primária. A gravidez na adolescência é uma dessas situações.

Quando deve ser iniciado o pré-natal?

A mulher grávida deve iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde tão logo descubra ou desconfie que esteja grávida, preferencialmente até 12 semanas de gestação (3 meses). A gestante deverá procurar a Unidade de Atenção Básica mais próxima de sua residência para avaliação de inclusão nas consultas de pré-natal.

Em alguns casos, o bebê pode não conseguir se desenvolver de forma adequada. Por isso, é importante o pré-natal desde o início, para que se possa diagnosticar estas e outras complicações. Nestes casos, a gestante será encaminhada à atenção de alto risco e será monitorada e acompanhada com maior frequência de consultas, favorecendo, assim, o controle de intercorrências e prevenção de complicações.

Durante o pré-natal, procure saber:

Qual é a sua maternidade de referência para o seu parto, ou para ser atendida em caso de alguma urgência, e anote na sua Caderneta da Gestante. Se possível, faça uma visita à maternidade para conhecê-la, e se informar sobre seu funcionamento. Por exemplo: saber o que você deve levar, os horários de visita, se tem alojamento conjunto, entre outros.

Quais os principais exames que devem ser realizados durante o pré-natal?

  • Tipagem sanguínea e fator Rh: identifica seu tipo de sangue. Se a gestante tem Rh negativo, ela deve fazer um outro exame durante o pré-natal, o Coombs Indireto. Após o nascimento, caso o bebê tenha Rh positivo, a mulher deverá tomar uma injeção específica em até 3 dias após o parto, para evitar problemas na próxima gestação. Essa medicação também deve ser administrada para as mulheres que Rh negativo e tem aborto. Você tem direito a essa injeção pelo SUS;
  • Hemograma: identifica problemas como, por exemplo, anemia. A anemia mais comum é causada pela falta de ferro suficiente no sangue, que é comum na gravidez e deve ser tratada. Mas existem outros tipos de anemia e o profissional de saúde precisa desse exame para saber se pode ser outro tipo de anemia;
  • Eletroforese de hemoglobina: identifica a doença falciforme ou a talassemia, que são hereditárias e requerem cuidados especiais na gravidez. Esse exame só precisa ser feito uma vez na vida. Algumas mulheres mais jovens já podem ter realizado esse exame no teste de pezinho ao nascer e, nessa situação, basta olhar o resultado do teste do pezinho.
  • Glicemia: mede a quantidade de açúcar no sangue. Se estiver alta, pode indicar diabetes, que deve ser cuidada com dieta, atividade física e uso de medicamentos;
  • Exame de urina e urocultura: identificam a presença de infecção urinária, que deve ser tratada ainda durante o pré-natal;
  • Exame preventivo de câncer de colo de útero: esse exame precisa ser realizado periodicamente por todas as mulheres que estão na chamada faixa etária alvo, ou seja, a partir de 25 anos. A repetição desse exame pode variar de acordo com o resultado do exame. Procure saber se você tem a necessidade de fazê-lo durante o pré-natal, pois este é um exame seguro de ser realizado na gestação e muito importante para sua saúde;
  • Teste rápido de sífilis e VDRL: identificam a sífilis, doença sexualmente transmissível que pode passar da gestante para o bebê durante a gravidez. Em caso de teste positivo, a gestante e seu parceiro devem ser tratados o mais rápido possível. O tratamento da sífilis é simples e eficaz. Pelo SUS, você tem direito ao teste rápido de sífilis no início do pré-natal;
  • Testes de HIV: identificam o vírus causador da AIDS, doença que compromete o sistema de defesa do organismo, provocando a perda da resistência e da proteção contra outras doenças. Pode ser transmitido da mãe para o filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior a chance de a mulher e seu bebê ficarem saudáveis. Pelo SUS você tem direito ao teste rápido de HIV no início do pré-natal;
  • Testes para hepatite B (AgHBs): identificam o vírus da hepatite B, que pode passar da mãe para o bebê durante a gravidez. Caso você tenha o vírus, seu bebê poderá ser protegido se receber a vacina e a imunoglobulina para hepatite B nas primeiras 12 horas após o parto. Para as gestantes com o resultado negativo, deve ser avaliado se a mesma já recebeu as 3 doses da vacina contra hepatite B. A vacina contra hepatite B pode ser feita na gestação. Gestantes têm direito ao teste rápido de hepatite B no início do pré-natal e, pelo SUS, elas têm direito a receber a vacina;
  • Teste rápido para hepatite C (anti-HCV): identifica o contato prévio com o vírus da hepatite C, que deve ser confirmado por um outro exame (HCV-RNA).
Exames para o pai: todos os homens adultos, jovens e adolescentes que participam do pré-natal têm direito a realizar exames para sífilis (teste rápido e VDRL), anti-HIV (teste rápido), hepatites virais B e C (testes rápidos), tipo sanguíneo e fator Rh, hemograma, lipidograma, glicose e eletroforese de hemoglobina.

O pré-natal também é para o parceiro?

Sim, também. O pré-natal do parceiro tem como objetivo preparar o homem para a paternidade ativa e consciente, assim como detectar precocemente doenças, atualizar a carteira vacinal e incentivar a participação em atividades educativas nos serviços de saúde. Além do direito de cuidar de si ao mesmo tempo em que acompanham suas parceiras.

Todos os homens e mulheres adultos, jovens e adolescentes, cuja parceira está em acompanhamento de pré-natal, têm direito a realizar exames e vacinas. É necessário pensar nesse cuidado considerando os diversos arranjos familiares existentes e possibilidades de vivências de paternagem. E, em todos os casos, o profissional de saúde deve respeitar a decisão da mulher de ser ou não acompanhada pelo parceiro nessas consultas.

Exames que o parceiro deve fazer:

Todos os homens adultos, jovens e adolescentes que participam do pré-natal têm direito a realizar exames para sífilis (teste rápido e VDRL), anti-HIV (teste rápido), hepatites virais B e C (testes rápidos), tipo sanguíneo e fator Rh, hemograma, lipidograma, glicose e eletroforese de hemoglobina.

Quais vacinas são importantes durante o pré-natal e fazem parte de toda a gravidez?

  • Vacina antitetânica (dT): protege contra o tétano e a difteria na gestante e no bebê . Se a gestante nunca foi vacinada, deve iniciar a vacinação o mais precocemente possível, se já iniciou deve completar a vacinação. O esquema de vacinação contra o tétano e a difteria é de três doses, sendo que para a gestante são duas doses com a vacina dT e uma dose com a vacina dTpa. ;
  • Vacina contra a hepatite B: caso não seja vacinada, a gestante deve tomar 3 doses para ficar protegida;
  • Vacina contra gripe (influenza): recomenda-se para toda gestante durante a campanha de vacinação.
  • Vacina tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa): essa vacina protege contra difteria, tétano e coqueluche. Todas as gestantes devem receber uma dose da dTpa a partir da 20ª semana de gestação, em todas as suas gestações, mesmo quando a vacinação para tétano estiver completa;
  • Vacina contra COVID-19: gestantes são grupo de risco para a covid-19 e têm mais risco, que a população geral, de desenvolver complicações graves.

Quais os sinais de parto?

Procure a sua maternidade de referência quando tiver:
  • Endurecimento da barriga (contração), 2 a 3 vezes em 10 minutos;
  • Perda de líquido pela vagina;
  • Esses sinais sugerem que você está em trabalho de parto, portanto deve ser examinada na maternidade.
Procure em primeiro lugar a maternidade de sua referência. Caso não haja vaga ou tenha outro problema, a própria maternidade é responsável por identificar outra e encaminhá-la em transporte adequado.

O que são exames de triagem neonatal?

Todo bebê que nasce no Brasil tem direito a realizar gratuitamente quatro exames muito importantes para a sua saúde. São os chamados exames da triagem neonatal (Teste do pezinho, olhinho, orelhinha e coraçãozinho).

O que é o teste do pezinho?

O teste do pezinho mostra se o bebê possui alguma alteração que possa indicar o diagnóstico de uma doença de origem genética grave ou que se desenvolveu no período fetal (congênita). A partir dessa triagem, o recém-nascido com suspeita para as doenças triadas passa por exames confirmatórios. Caso o diagnóstico seja confirmado, a criança começa a receber os cuidados necessários. Atualmente são triadas 12 doenças: Hipotireoidismo Congênito, Fenilcetonúria, Doença Falciforme, Fibrose Cística, Deficiência de Biotinidase, Hiperplasia Adrenal Congênita, Toxoplasmose congênita, Deficiência de acil-CoA de cadeia média, Deficiência de acil-CoA de cadeia muito longa, Deficiência de 3-OH-acilCoA de cadeia longa, Deficiência da proteína trifuncionale Deficiência primária de carnitina.

O teste é feito no pezinho por ser uma região bastante irrigada do corpo, o que facilita o acesso ao sangue para a coleta da amostra. Apesar de muitos bebês chorarem durante o exame, a picadinha no calcanhar é muito importante para dar as melhores condições de desenvolvimento para as crianças brasileiras.

Esse não é um exame que traz riscos ao bebê. Muito pelo contrário, é rápido, pouco invasivo e até bem menos incômodo do que a coleta com seringa em uma veia no bracinho.

Quando deve ser feito o teste do pezinho?

A família deve levar o recém-nascido a uma unidade básica de saúde entre o 3° e o 5° dia de vida. É fundamental ter atenção a esse prazo. Para as situações que o recém-nascido fica internado em Unidade Intensiva Neonatal, a coleta é realizada na maternidade. Pais e responsáveis devem ficar atentos a data do resultado.

Após a triagem neonatal, a criança identificada como positiva para alguma das doenças passa a ser acompanhada e tratada pela Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais. O Teste do Pezinho está disponível para todas as crianças nascidas nos 853 municípios de Minas Gerais, de forma gratuita.

Para que serve o teste do olhinho?

É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O fenômeno é semelhante ao observado nas fotografias.

O Teste do Olhinho pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas – cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.

O exame deve ser realizado nas maternidades públicas até a alta do recém-nascido. A recomendação é que o Teste do Olhinho seja feito logo que o bebê nasce. Se isto não ocorrer, o exame deve ser feito logo na primeira consulta de acompanhamento. Depois disto, continua sendo importante, nas consultas regulares de avaliação da criança, com a periodicidade definida pelo médico.

O que é teste da orelhinha?

Entre os procedimentos realizados ainda na maternidade, logo após o nascimento do bebê, está a triagem neonatal auditiva ou o teste da orelhinha. O exame é feito, geralmente, no segundo ou terceiro dia de vida do bebê e identifica problemas auditivos no recém-nascido. Desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança saia da maternidade sem ter feito o teste, que é gratuito. As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem fazê-lo antes de completarem 3 meses de vida.

O Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos.

O que é o teste do coraçãozinho?

Todo bebê tem direito de realizar o teste de coraçãozinho ainda na maternidade, entre 24h a 48h após o nascimento. O teste é simples, gratuito e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro - espécie de pulseirinha - no pulso e no pé do bebê. Caso algum problema seja detectado, o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma. Problemas no coração são a terceira maior causa de morte em recém-nascidos. Por isso, quanto mais cedo for diagnosticado, melhores são as chances do tratamento

Até qual idade é recomendado a amamentação?

O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, e que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno (aleitamento materno exclusivo), ou seja, sem necessidade de sucos, chás, água e outros alimentos. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito da mãe, melhor para ele e para a mãe. Depois dos 6 meses, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos saudáveis e de hábitos da família.

Qual a melhor posição para amamentar e pega da mama?

O bebê deve estar virado para a mãe, bem junto de seu corpo, completamente apoiado e com os braços livres. A cabeça do bebê deve ficar de frente para o peito e o nariz bem na frente do mamilo. Quando o bebê pega o peito, o queixo deve encostar na mama e os lábios da criança virados para fora, com seu nariz livre. O bebê deve abocanhar, além do mamilo, o máximo possível da parte escura da mama (aréola). Cada bebê tem seu próprio ritmo de mamar, o que deve ser respeitado.

Amamentação machuca?

Não. Quando o bebê tem uma boa pega (corpo do bebê voltado para o corpo da mãe, boca do bebê bem aberta pegando grande parte da aréola) as mamas não ficam machucadas (com rachaduras) e a mãe não sente dor para amamentar.

A amamentação não deve doer e nem machucar o peito. Se está machucando, é importante procurar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde ou Banco de Leite Humano.

Como cuidar adequadamente das mamas após a amamentação?

A “preparação” das mamas para a amamentação é realizada pela gravidez. Seios e mamilos devem ser lavados apenas com água, sem o uso de sabonetes ou cremes. Os mamilos têm uma hidratação natural que deve ser mantida durante a gravidez; por isso não use cremes e nem pomadas nos mamilos.

Durante a gravidez, a gestante deve usar um sutiã confortável, de algodão, com alças largas e boa sustentação, que não tenha o suporte de ferro e fecho ajustável com regulagem, já que o seio vai aumentando de tamanho.

O leite materno falta nutrientes?

O leite materno nunca é fraco, ele é sempre adequado ao desenvolvimento do bebê. Nos primeiros dias, a produção de leite é pequena e esse leite, chamado de colostro, tem alto valor nutritivo e é suficiente para atender às necessidades do bebê;

A mulher que amamenta pode fazer dietas?

Não é recomendado fazer dietas para emagrecimento. A mulher que amamenta precisa ter uma alimentação adequada e balanceada.

Como retirar o leite e armazená-lo?

  1. Use potes de vidro com tampa plástica.
  2. Ferva os potes e as tampas por 15 minutos (conte 15 minutos após a fervura) e deixe que sequem sobre um pano limpo. Utilize-o quando estiver seco.
  3. Em casa, procure tirar o leite em um lugar limpo e tranquilo.
  4. Use uma touca ou um lenço na cabeça, coloque uma máscara ou amarre uma fralda sobre o nariz e a boca.
  5. Lave as mãos e os braços até o cotovelo com bastante água e sabão.
  6. Lave as mamas apenas com água, e seque com um pano limpo.
  7. Massageie os seios com a ponta dos dedos, com movimentos circulares. Despreze os primeiros jatos ou gotas e inicie a coleta no frasco.
Na geladeira, o leite pode ser mantido por até 12 horas e, no congelador ou freezer, pode ser estocado por até 15 dias. Para oferecer ao bebê, o leite materno deve ser descongelado e aquecido em banho maria. O leite materno não pode ser descongelado em micro-ondas e não deve ser fervido. Do leite descongelado, retire apenas a quantidade de leite que o bebê for tomar.

É recomendado que o leite seja oferecido ao bebê em copinhos, xícara de café, colher dosador ou conforme orientação do profissional que acompanha o bebê. O restante do leite descongelado deve ser estocado na geladeira e utilizado no prazo de 12 horas após o descongelamento.

Se o bebê não tomar todo o leite, a sobra deverá ser desprezada.

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Quais as vacinas essenciais para a criança?

A vacinação é essencial para manter a criança saudável. Para vacinar a criança, procure o centro de saúde ou a equipe de saúde que cuida da sua família. Consulte o calendário básico de vacinação da criança para saber quais as vacinas que ela precisa tomar para estar protegida de doenças graves. Procure seguir esse calendário porque, se as vacinas forem realizadas nos períodos indicados, trazem mais benefícios à criança.

A vacinação básica é gratuita e esses serviços seguem rigorosamente as regras de conservação e aplicação das vacinas. Na maioria das vezes, mesmo que a criança esteja com febre, gripada ou com outros sintomas, a vacina pode ser aplicada. Quem pode avaliar é a equipe de saúde.