Pelo segundo ano consecutivo as coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros serão destaque, no dia 21/3, da Premiação 10+ Colaboradores do Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo). Com 804 registros de eventos de interesse da vigilância de zoonoses cadastrados em 2024, neste ano Bartolomeu Teixeira Lopes, referência técnica em entomologia da SRS, receberá homenagem da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pelo fato de ter ficado em primeiro lugar na categoria Profissionais de Saúde, Ambiente e outros Órgãos. Nas edições de 2024 e 2023, o mesmo profissional ficou em segundo e oitavo lugar nacional, respectivamente.

A premiação 10+ Colaboradores SISS-Geo 2024 será realizada a partir das 8h30, no Museu da Vida, no Rio de Janeiro, e contemplará 50 profissionais de várias regiões do país em cinco categorias: Colaboradores Voluntários; Mulheres Colaboradoras; Profissionais de Saúde, Ambiente e outros Órgãos; Unidades/Equipes de Saúde, Ambiente e Outros Órgãos; e Unidades de Conservação pelo número de registros na sua área.

“Chegar ao primeiro lugar na premiação 10+ Colaboradores do SISS-Geo coloca em evidência que, junto com os demais colegas da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, estamos trabalhando para disseminar, nos municípios, as melhores práticas de vigilância epidemiológica e ambiental. Tanto é que, nos últimos anos, profissionais atuantes em serviços municipais da região também estiveram entre os 10+ Colaboradores do SISS-Geo”, afirma Bartolomeu Lopes.

Bartolomeu Lopes e Agna Menezes

A referência técnica destaca que, em 2025 este feito está se repetindo, pois também na categoria Profissionais de Saúde, Ambiente e outros Órgãos, além dele está Gilberto Ramalho Pereira, assistente técnico do Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros, que ficou em décimo lugar.

A referência técnica lembra que os avanços obtidos pelo Norte de Minas são provenientes do apoio que o Centro de Informação em Saúde Silvestre da Fiocruz tem dado à Superintendência Regional de Saúde para a atualização de informações e a capacitação das equipes municipais de Vigilância Epidemiológica e de Saúde. Entre os profissionais estão Márcia Chame, coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre; Rita Braune, que atua na área de comunicação da Plataforma Institucional; a bióloga Jéssica Andrade de Oliveira; o pesquisador em saúde pública Eduardo Krempser; e o professor do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) Filipe Vieira Santos de Abreu.

Por sua vez, Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de Vigilância em Saúde e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da SRS, reforça que, nos últimos anos, as referências técnicas da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) têm se empenhado na capacitação teórica e prática de profissionais do Norte de Minas quanto à intensificação das ações de prevenção e controle da febre amarela e utilização do Sistema de Informação em Saúde Silvestre.

“A descentralização do Programa de Controle da Febre Amarela, já em andamento nas microrregiões de Salinas e de Coração de Jesus sob a coordenação de Bartolomeu Lopes, é de fundamental importância para que os municípios façam o correto registro de epizootias de primatas e, com isso, viabilizem a investigação da circulação da doença no Norte de Minas. Em casos positivos para a circulação do vírus da febre amarela em algum município, a Superintendência Regional de Saúde tem reforçado com as secretarias de saúde as ações de bloqueio da doença, com a intensificação da vacinação da população residente nas microrregiões. Como resultado, não temos registrado a ocorrência de casos de febre amarela em humanos”, explica Agna Menezes.

Ainda segundo a coordenadora, a utilização das ferramentas de monitoramento da fauna, disponibilizadas pela Fiocruz, facilita o trabalho dos profissionais dos municípios e, consequentemente, a antecipação de potenciais riscos à saúde da população.

“Ter profissionais do Norte Minas em destaque nacional evidencia que estamos empenhados em desenvolver um bom trabalho, com a utilização das mais modernas tecnologias”, conclui Agna Menezes.

Capacitação SISS-Geo Janaúba

A plataforma
A plataforma SISS-Geo possibilita aos profissionais de vigilância epidemiológica e de saúde de todas as regiões do país realizar o registro das ocorrências de epizootias com georreferenciamento preciso do local, além de disparar alertas, via e-mail, às referências técnicas estaduais e federais.

“A plataforma constitui importante iniciativa que possibilita aos profissionais de saúde o acesso às informações em tempo real sobre a ocorrência de doenças na fauna silvestre, especialmente aquelas com potencial de acometimento humano. Isso possibilita mais agilidade aos serviços de saúde na adoção de ações de vigilância e prevenção”, explica Agna Menezes.

O aplicativo é monitorado pelo Centro de Informação em Saúde Silvestre e foi elaborado para que qualquer pessoa possa registrar, on-line ou off-line, suas observações de maneira rápida e simples, contribuindo de forma direta nas tomadas de decisões relativas à prevenção de doenças em animais e pessoas.

“Mais de 50% dos profissionais de vigilância epidemiológica e de saúde do Norte de Minas já passaram por capacitações sobre o SISS-Geo, realizadas pela Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Esse trabalho viabiliza a região avançar nas ações de vigilância em saúde, evitando que agravos com potencial de atingir grande número de pessoas sejam contidos a tempo”, observa Bartolomeu Lopes.

Atualmente o SISS-Geo possui uma rede de 12 mil 844 colaboradores; 174 especialistas e 396 instituições de todos os estados, além de pessoas dos mais diversos perfis, originários de comunidades tradicionais, indígenas, rurais e urbanas, órgãos públicos, privados e organizações não governamentais.

Por Pedro Ricardo / Fotos: SRS de Montes Claros