Foi inaugurado na última sexta-feira (28/06), no município de Sete Lagoas, na região central do estado, o primeiro ambulatório municipal direcionado à Saúde Integral da População LGBTQIAPN+. A ação foi acompanhada pelas referências técnicas da Coordenação de Atenção à Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Sete Lagoas, que fomentou tal iniciativa desde a realização do Fórum de Saúde da População LGBT+, em 2023.

Com a inauguração do serviço, a população da cidade e da região que precisa de acompanhamento de uma equipe clínica e multiprofissional para a realização da hormonioterapia ou ações previstas para Processo Transexualizador, (definidas pela Portaria n° 2.803, de 19 de novembro de 2013), poderão ter acesso ao atendimento especializado.

A unidade localizada no bairro Santa Luiza, em Sete Lagoas, vai atender pessoas em transição de cuidado do serviço pediátrico/adolescente para o atendimento adulto; aquelas que apresentam acentuado sofrimento mental associado à não paridade de gênero conhecido como disforia de gênero, pessoas que façam uso de automedicação, como hormônios, e/ou auto aplicação de silicone e outras situações a serem avaliadas pela equipe médica.

Arquivo Pessoal/Sione Dias

Para a psicóloga e supervisora técnica na Secretaria da Mulher de Sete Lagoas, Anna Cecília Amorim, o ambulatório LGBTQIAPN+ é uma grande conquista que irá garantir o cuidado especializado para as pessoas transexuais.

Segundo ela, “o município de Sete Lagoas está dando um passo à frente na garantia do cuidado específico às demandas dessa população, e a implantação do ambulatório vem como resultado de muita luta dos movimentos, articulação entre a sociedade civil e o poder público”.

Sione Dias Oliveira Cardoso Silva, enfermeira e referência técnica na Regional de Saúde de Sete Lagoas para as Políticas de Promoção da Equidade em Saúde também exaltou que é um momento de celebração dessa primeira conquista para a comunidade trans, a partir de uma construção coletiva do Comitê Municipal, dos profissionais e gestores de Sete Lagoas e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Silva lembra que o Ministério da Saúde criou, em 2011, a Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT+, “um marco histórico de reconhecimento das demandas desta população marcada pela vulnerabilidade. Em Minas Gerais, a Deliberação CIB-SUS/MG nº 3.202, de 14 de agosto de 2020, aprovou a Política Estadual e em 2021 a SES-MG destacou-se novamente com a criação de um indicador de promoção da saúde atrelado ao repasse de incentivo financeiro para a Atenção Primária à Saúde, que recomendou a criação dos Comitês Municipais de Políticas de Equidade”, frisou.

De acordo com a referência das Políticas de Equidade do município de Sete Lagoas, Júnia Neves, “dar acesso e assistência à Saúde é estar falando não apenas da saúde, mas também falar de vida, falar sobre dar dignidade e acesso com respeito à população que precisa desse atendimento”, salientou.

Por Nayara Souza