Seguindo decisão tomada dia 23/4 pela Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) vai investir neste ano mais de R$ 3,9 milhões na implementação do Programa de Ampliação à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos. De 37 hospitais que aderiram ao Programa, cinco estão sediados em Montes Claros: Santa Casa; Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira; Hospital Aroldo Tourinho; Hospital Universitário Clemente de Faria e a Fundação de Saúde Dilson de Quadros Godinho.

Entre os objetivos da política continuada de ampliação à doação e transplante de órgãos e tecidos em Minas Gerais está o incentivo à redução do tempo de pacientes na fila de espera, por meio do aumento do número de doações, captações e transplantes de órgãos e tecidos. Além disso, o programa investe na ampliação da rede transplantadora estadual com fomento à implantação de serviços de transplantes pediátricos (cardíaco e hepático) e de pulmão, visando reduzir o quantitativo de transferências interestaduais decorrentes da inexistência de oferta dessas modalidades no estado.

A Santa Casa de Montes Claros é referência na realização de transplantes no Norte de Minas

O coordenador de Redes de Atenção à Saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, João Alves Pereira, explica que “o programa também incentiva a atuação efetiva das Comissões Intra-Hospitalares para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) tipos II e III, visando aumentar a identificação de potenciais doadores, bem como a conclusão de diagnósticos de morte encefálica e a doação de órgãos e tecidos no estado”.

De acordo com a Resolução 9.468, publicada no dia 23 de abril de 2024 pela SES-MG, a Santa Casa de Montes Claros, que é referência na realização de transplantes no Norte de Minas, aderiu aos eixos I, II e III do Programa de Ampliação à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos. Com isso a instituição assumiu os seguintes compromissos: qualificar as ações realizadas pelas CIHDOTTs para aumento da captação de órgãos e tecidos; viabilizar a implantação e manutenção de novos serviços de transplantes pediátricos (cardíaco e hepático) e pulmão; fomentar a ampliação da realização de transplantes de coração, fígado, rim, pâncreas, pâncreas-rim e tecidos oculares.

Já os hospitais Universitário Clemente de Faria, Dilson Godinho, Aroldo Tourinho e das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira aderiram ao eixo l do programa, voltado para a qualificação das ações realizadas pelas CIHDOTTs, visando o aumento da captação de órgãos e tecidos. Como incentivo ao trabalho das comissões intra-hospitalares, cada instituição recebe R$ 40 mil repassados pela SES-MG.

Critérios
A Deliberação 4.330 da CIB-SUS, publicada no dia 17 de agosto de 2023, definiu os critérios para a qualificação das ações realizadas pelas CIHDOTTs tipos II e III, visando o aumento da captação de órgãos e tecidos. As que cumprirem o mínimo de 4% de óbitos hospitalares convertidos em doação de tecidos no quadrimestre ou o mínimo de cinco doações de múltiplos órgãos, as instituições receberão R$ 20 mil, podendo totalizar R$ 60 mil por ano.

Já as CIHDOTTs que cumprirem o mínimo de 8% de óbitos hospitalares convertidos em doação de tecidos no quadrimestre ou de dez doações de múltiplos órgãos receberão R$ 40 mil, podendo totalizar R$ 120 mil por ano.

No eixo relativo à implantação e manutenção de novos serviços de transplantes pediátricos, o programa considera que cada modalidade terá o valor unitário de R$ 20 mil: transplantes pediátricos de coração (cinco por ano, totalizando, R$ 100 mil por ano); transplante pediátrico de fígado (22 por ano, totalizando R$ 440 mil); transplante de pulmão (nove por ano, totalizando R$ 180 mil). Caso sejam realizados mais transplantes de uma mesma modalidade do que a meta esperada, será realizada a remuneração do mesmo, desde que não ultrapasse o orçamento anual total previsto do eixo, de R$ 720 mil.

Para fomentar a ampliação da realização de transplantes de coração, fígado, rim, tecidos oculares e pâncreas-rim, o programa também definiu critérios. Eles variam de, no mínimo, três a acima de 18 transplantes realizados no quadrimestre, com valores variando de R$ 1 mil a R$2 mil por procedimento.

Por Pedro Ricardo / Foto: Divulgação Santa Casa de Montes Claros