A Força Estadual do SUS realiza, nesta sexta-feira (21/02), uma capacitação para profissionais da assistência à saúde em Diamantina. O evento reúne médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem dos 31 municípios que integram a Superintendência Regional de Saúde (SRS) Diamantina. A ação tem como objetivo aprimorar o manejo clínico adequado das arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, prevenindo o agravamento dos casos, a ocorrência de incapacidades permanentes e óbitos, além de fortalecer a rede assistencial e a resposta dos serviços de saúde diante do aumento de casos dessas doenças.
Composta por sete médicos e cinco enfermeiras, a Força Estadual do SUS foi instituída pela Resolução SES nº 9994, de 17 de fevereiro de 2025, para potencializar a atuação da Vigilância em Saúde Estadual. A equipe atua em situações de risco epidemiológico, surtos, endemias e pandemias.
Na abertura do evento, o coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da SRS Diamantina, José Vicente Honorato, ressaltou a importância da capacitação para a detecção e manejo adequado das arboviroses. "É essencial que os profissionais estejam atentos ao diagnóstico diferencial, evitando classificações precipitadas de casos como dengue, zika ou chikungunya sem uma investigação criteriosa. Precisamos reforçar a sensibilidade na vigilância e aprimorar a realização de exames para um diagnóstico mais preciso", afirmou.
Segundo Honorato, todos os municípios da SRS Diamantina apresentam circulação do Aedes aegypti. "Vivemos uma epidemia severa em 2024, e mesmo com o uso intensivo de inseticidas, os índices permaneceram elevados. Portanto, o desafio do controle vetorial e da assistência adequada continua sendo uma prioridade em nosso território", explicou.
A superintendente estadual de Vigilância Epidemiológica, Aline Lara Cavalcante Oliva, ressaltou a necessidade de um diagnóstico preciso das arboviroses e a importância da capacitação. “Nosso intuito é descentralizar cada vez mais a vigilância para a assistência, permitindo que os profissionais estejam preparados para identificar corretamente os casos”, afirmou. Ela também alertou para a circulação da febre amarela no Sul de Minas, reforçando que o aumento do fluxo de pessoas no carnaval pode ampliar a disseminação do vírus.
O treinamento ocorre no auditório da Superintendência Regional de Ensino de Diamantina e é conduzido pelo médico infectologista Frederico Toledo Rocha e pela enfermeira Priscilla Pimenta de Oliveira, membros da Força Estadual do SUS.
Atual cenário da macrorregião
De acordo com dados do Painel Estadual de Monitoramento de Casos das Arboviroses, em 2025, a macrorregião de Saúde Jequitinhonha já contabiliza 740 casos prováveis de dengue, com 116 confirmações. Para chikungunya, há 14 casos prováveis e 1 confirmado, enquanto a zika registra 2 casos prováveis e 1 confirmado. Até o momento, não há óbitos registrados na região.