As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são parte efetiva da saúde pública em Nova Lima, município da região metropolitana de Belo Horizonte. Homeopatia, auriculoterapia, acupuntura, Reiki, meditação e roda de prosa, dança circular, yoga, homeostase Quântica Informacional (HQI),entre outras práticas, são atividades da Atenção Primária no município.

O serviço é oferecido a crianças, adultos e idosos tanto no Centro Municipal de Atenção Integral à Saúde (Cemais) quanto em algumas Unidades Básicas de Saúde.A equipe, com formação em PICS, é composta por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos.

Créditos: Leandro HeringerA aposentada Orotildes Costa Silva, 72, conta a experiência com as práticas integrativas. “Estou aqui desde o início. Essa atividade tirou minha ansiedade, minha preocupação. Ajudou na minha saúde, no meu bem-estar, no convívio familiar. Estou muito feliz”. Colega de Orotildes, a técnica de enfermagem aposentada Alfa Cardoso, 65, foi ao grupo devido a doença da irmã. “Desde o primeiro dia em que eu vim, chorei de emoção pelo acolhimento. Vim por causa dela e foi bom para mim também. Estou vivendo as músicas na intensidade das letras. Estou encantada com o trabalho bem feito pelo pessoal. Eu tenho boa memória, então, encontrei muitas amigas de escola, do ensino médio e do trabalho. Eu sinto que estou em um lugar bom”. O convívio social também é destacado por Lucas Evangelista Espíndola, 78 . “Quando começou o grupo, fiquei meio envergonhado por ser o único homem. Mas, comecei, continuei e é muito bom. Fiz muitas amizades e, a cada dia, mais uma amiga”.

A fonoaudióloga com formação em práticas integrativas, Cláudia Aparecida Pereira Ugati, trabalha com reiki, meditação, auriculoterapia e outras práticas no Cemais.

Ela destaca os benefícios das práticas da dança circular e roda de prosa. “Essas atividades atuam na melhora da qualidade de vida, uma vez que propiciam bem estar, desenvolvimento pessoal, sendo instrumento de integração, celebração e autoconhecimento. Além de estimularem habilidades de atenção, memória, concentração, percepção corporal, presença no aqui agora, coordenação motora e equilíbrio”, ressalta. Francisca Maria Pereira,85, destaca o trabalho da profissional Cláudia. “O carinho da Cláudia é muito grande. Fico muito feliz em participar. A dança para mim é uma bênção. Eu adoro. A gente relaxa”.

Assistente social, há 35 anos na prefeitura de Nova Lima, Andréa Félix dos Santos Alves atua há mais de 37 anos em Nova Lima. Coordenadora de Políticas de Direitos da Pessoa Idosa, do Centro de Convivência da Pessoa Idosa e presidente do Conselho da Pessoa Idosa, Alves destaca que, em 2007, as PICs trouxeram nova roupagem. “As PICs proporcionam qualidade de vida. Por exemplo, a dança circular, a dança dos povos promove inclusão. Trouxe para nós uma vitalidade muito grande no Centro de Convivência da Pessoa Idosa. A Cláudia é uma profissional diferenciada nesse trabalho. Ela interage com os participantes e tira o melhor delas”, relata.

A parceria entre as instituições é ressaltada por Alves. “ Na Secretaria de Desenvolvimento Social de Nova Lima, nós temos, além da Cláudia, um educador físico e duas fisioterapeutas. Foi um presente enorme. A Secretaria Municipal de Saúde está sempre nos ajudando. Não tem condição de desenvolvimento social estar separada da saúde, da educação. A Prefeitura pensa nessa visão ampla”.

Nesse sentido, Caroline Romane é gerente da educação em saúde e PICs da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Lima e enfermeira de formação. Ela aponta a necessidade de divulgação das Práticas Integrativas e Complementares. ”É muito importante divulgarmos as PICS. Elas fazem diferença grande na vida do usuário”. O papel da Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG) é enfatizado por Romane. “O Estado oferece cursos na área de formação dos profissionais e está sempre apoiando em questões técnicas. É um grande parceiro”.

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Segundo Romane, as PICs são um serviço que veio complementar a saúde do cidadão”. Trouxe benefício para a saúde mental para a questão da ansiedade, da depressão. A socialização é muito importante. Esse grupo se encontra há muito tempo. As pessoas se ajudam, trocam conhecimentos. Trabalha o corpo, a mente e o espírito. Trabalha o todo do ser humano. A prática tem esse olhar integral.“, explica .

A referência em PICS da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte, responsável por 39 municípios da área central de Minas Gerais, Ana Luiza Viera, destaca o papel da SRS na interface com os municípios. “A Regional atua oferecendo um suporte técnico aos municípios para que as políticas de PICS sejam implementadas nos territórios, e assim o serviço chegue à população”. “As Práticas Integrativas Complementares em Saúde trazem diversos benefícios aos usuários, desde a diminuição do estresse, melhora no sistema imunológico e prevenção de doenças , até alívio de dores crônicas. Ademais, promovem o autocuidado e até mesmo autoestima entre as pessoas que as praticam”, enfatiza Alves.

Dança Circular
A Dança Circular é uma parceria entre o setor de saúde e a coordenadoria do idoso. Esse projeto acontece desde 2017 toda terça-feira entre 13h15 e 15h15. É um projeto de dança circular e roda de prosa. A dança circular é para adultos, jovens e crianças.Em Nova Lima, acontece para os idosos.

Em maio de 2006, o SUS entendeu os benefícios da dança circular e legitimou a prática por meio de portaria. É chamada também de dança dos povos. A gente faz um círculo, dança de mãos dadas. Isso cria vínculo, aprendizado em grupo e bem-estar.

Como acessar o serviço
Márcia da Silva, 61, explica que a ida, há 7 anos, foi encaminhamento médico. “O que aconteceu comigo foi uma superação. Eu não tirava nem o pé do chão. Além disso, tenho labirintite. Essa atividade me traz socialização e superação.”

O usuário pode procurar a UBS de referência para receber atendimento e referenciamento para o CEMAIS, na Rua Chalmers, 91, ou na própria UBS que tiver oferta de PICS.

Por Leandro Heringer