A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá realizou, no dia 5 de outubro, a segunda oficina sobre “Avaliação Neurológica Simplificada (ANS) da pessoa acometida pela hanseníase e o grau de incapacidade física”. O objetivo é dispor de profissionais habilitados no diagnóstico da hanseníase dentro das unidades de Saúde da Família, que façam avaliação clínica do paciente e proporcionem um início mais rápido do tratamento, interrompendo a transmissão da doença e evitando a ocorrência de incapacidades e deformidades.

Apesar de existir exame laboratorial que aponta a hanseníase, que é a baciloscopia, ele sozinho não possibilita a detecção do agravo, o que aumenta a importância da aplicação da Avaliação Neurológica Simplificada. O diagnóstico clínico é realizado através do exame físico com avaliação dermatoneurológica, buscando identificar sinais e sintomas. Anteriormente, os municípios encaminhavam os pacientes com suspeita de hanseníase para o hospital da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) em Ubá, o que aumentava o tempo e dificultava o diagnóstico oportuno. 

10.10.2023.Ubá Hanseníase 2

A oficina também sensibilizou os profissionais de saúde para manterem uma atitude de vigilância, pois a hanseníase possui potencial incapacitante. “A depender do grau de incapacidade, o paciente pode ter consequências graves para a própria mobilidade, aparência e qualidade de vida, causadas pelo comprometimento dos nervos periféricos. A oficina atende à esta nossa preocupação e habilita os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e dos Centros de Saúde para que eles possam fazer o diagnóstico da hanseníase, além da avaliação clínica dos contactantes dos pacientes diagnosticados", relatou Priscila Teixeira, referência técnica em hanseníase da GRS Ubá.

Agora, os municípios devem compartilhar o conteúdo com os demais servidores da Atenção Primária e estabelecer um fluxo de acesso do paciente com suspeita de hanseníase, tudo dentro do sistema municipal. “Não fazíamos esse diagnóstico em Guidoval, então é uma novidade para benefício da nossa população, já que poderemos identificar os pacientes acometidos e introduzi-los no tratamento logo na fase inicial, prevenindo problemas futuros. Foi uma iniciativa valiosa da GRS Ubá e da Fhemig para nós e para todos os municípios que ainda serão treinados”, contou Ana Paula Pereira de Souza, enfermeira coordenadora de Epidemiologia e Vigilância em Saúde do município de Guidoval. 

A oficina foi ministrada pela terapeuta ocupacional, Eliane Duarte, da Casa de Saúde Padre Damião, pertencente à rede Fhemig. Participaram profissionais médicos, enfermeiros e referências técnicas municipais de hanseníase de oito municípios, sendo eles Ervália, Guidoval, Miraí, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo e Tocantins. Na primeira capacitação, realizada em junho, participaram Ubá, Muriaé e Visconde do Rio Branco. Está previsto que os 31 municípios sob jurisprudência da GRS Ubá sejam capacitados em futuras oficinas.  

Por Keila Lima / Foto: Priscila Teixeira