De 27 e 29 de setembro, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova promoveu, no município de Viçosa, a Oficina de Microplanejamento para as Atividades de Vacinação de Alta Qualidade (Avaq). O objetivo foi qualificar profissionais da área de Vigilância Epidemiológica/Imunização e da Atenção Primária à Saúde (APS) dos 30 municípios pertencentes à SRE Ponte Nova para a realização dos programas de rotina e campanhas de vacinação, além de intensificar as estratégias para aumento de coberturas, com o auxílio de instrumento elaborado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e adotado em todo o Brasil.

A oficina também abordou o detalhamento das ações, que envolve as seguintes etapas: análise da situação de saúde; planejamento e programação; seguimento e supervisão; avaliação e monitoramento. Com foco na Campanha Nacional de Multivacinação, prevista para ocorrer de 21 de outubro a 4 de setembro, o treinamento contemplou a definição da população-alvo, a escolha das vacinas, datas e locais para vacinação, logística de transporte e armazenamento dos imunobiológicos, entre outros pontos importantes. 

De acordo com a referência técnica em Imunização do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS Ponte Nova, Sandra Ribas, o processo de microplanejamento é fundamental para que todas as etapas da vacinação sejam realizadas de forma segura e adequada, alcançando o maior número de pessoas possível. “É preciso seguir um critério de priorização das populações vulneráveis, das áreas de difícil acesso e dos locais com menores coberturas vacinais, respeitando a realidade de cada município”, observou Sandra.

Conforme explicou a referência técnica da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da SRS, Ana Flávia de Paiva Mendes, é preciso assegurar o tema vacinação como agenda política nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), visando a erradicação, a eliminação e o controle de doenças imunopreviníveis. “Todo o processo deve contar com a ampla participação das lideranças e da comunidade. Com a força das redes sociais e a propagação de ‘fake news’, é imprescindível a aproximação da Saúde junto aos formadores de opinião, que exercem importante papel de influência na população. Para isso, sugerimos a identificação dessas pessoas no território e a inclusão delas em um grupo de trabalho gerencial”, destacou.

Foto: Nuvepi/SRS Ponte Nova

Para a coordenadora da CAS, Saskia Maria Albuquerque Drumond, é importante que as equipes de saúde entendam que a Imunização faz parte da APS, tanto quanto é integrada à Epidemiologia. ”Esse trabalho não pode ocorrer separado e as rotinas têm de estar vinculadas umas às outras. A Imunização não se faz efetiva sem se conhecer o território, suas fragilidades, forças, possibilidades e dificuldades de acesso. Não adianta existir uma sala de vacinação bem montada, com técnicos capacitados, se o território é desconsiderado. A mesma coisa vale para o inverso: de nada adianta eu ter um território reconhecido e bem trabalhado pela APS que não tenha correspondência na sala de vacinação”, opinou. 

 

Segurança do Paciente

A Oficina de Microplanejamento para as Atividades de Vacinação de Alta Qualidade (Avaq) também contou com a participação das referências técnicas do Núcleo de Vigilância Sanitária (Nuvisa) da SRS Ponte Nova, Rafaela Arcanjo e Edilaine Coelho, que falaram sobre a importância da Segurança do Paciente (SP) para os serviços de saúde e, mais especificamente, para os serviços de vacinação. 

“A discussão na APS é ainda muito incipiente, com lacunas substanciais para a incorporação do tema no cotidiano das equipes, como falta de protocolos, a não implantação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e a ausência de notificação e investigação de eventos adversos. Para isso, é necessário um trabalho voltado para a apropriação das equipes sobre a importância da Segurança do Paciente para uma assistência de qualidade”, reforçou Edilaine. “No caso da imunização, a Segurança do Paciente preza pela administração correta do imunobiológico para o paciente correto, de forma segura, considerando validade, armazenamento, controle de temperatura, o registro completo em sistema próprio, e cartão de vacina”, completou Rafaela.

Por Tarsis Murad