A campanha de vacinação antirrábica canina e felina ocorre anualmente com a meta de vacinar, no mínimo 80% da população, de cães e gatos do municípios. Em 2022, nos 39 municípios da Regional BH,na região central de Minas Gerais,  foram vacinados 473.439 cães (66% de cobertura  vacinal) e 78068 gatos (74% de cobertura  vacinal).

Para aumentar a proteção de animais e tutores contra a raiva, foram realizados eventos no último dia 23 em diversos municípios, como Belo Horizonte e Contagem, entre outros. A preocupação com a saúde e a prevenção à doença leva a farmacêutica, contadora e moradora de Belo Horizonte, Denise Santos de Pontes, tutora de 6 cães, a vaciná-los periodicamente. Com grande carinho e atenção a eles, ela destaca a ação como um ato de amor. “A vacinação contra a raiva deve ser feita anualmente, não podemos vacilar. Quem ama, cuida! A doença também é transmitida por alguns animais silvestres como morcegos, por exemplo. Então devemos ter muito cuidado quando frequentarmos sítios e fazendas com nossos pets”. Pontes enfatiza que a vacinação é importante tanto para os animais quanto para os tutores. “Vacinar nossos cães e gatos contra a raiva é a única forma de protegê-los contra essa doença e também de nos proteger, pois não existe um tratamento eficaz e a taxa de mortalidade é quase 100%, tanto no homem quanto nos nossos pequenos”.

22.09.2023.BH Vacinação antirrábica

Nesse contexto, a veterinária Ana Karolina Pinheiro reforça a necessidade da imunização.  “A raiva é uma doença zoonótica e fatal que é transmitida pela saliva, principalmente. Diferente do que muitos pensam, a mordida de um cão contaminado ou morcego que se alimenta de sangue não é a única forma de transmissão” disse a veterinária. Muitas vezes, morcegos que se alimentam de frutas caem na casa das pessoas e se tornam alvos de gatos, com seu instinto caçador. Isso expõe o animal ao risco de se contaminar. “Uma vez contaminado, a progressão da doença costuma ser rápida, aproximadamente 10 dias entre o primeiro sintoma e o óbito. Infelizmente não há tratamento, e o sofrimento familiar é inevitável tanto na preocupação com o animal quanto na possibilidade de contaminação humana”, completou.

A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da SRS BH,Talita Chamone, esclarece que os 39 municípios da área de abrangência da regional receberam seringas, agulhas e a doses de vacina contra raiva – insumos necessários para realização da campanha de vacinação antirrábica canina e felina. “ A vacinação é muito importante e necessária para manter a doença sob controle e evitar a raiva nos cães e gatos e impedir que transmitam o vírus da raiva para a população.”

 

Sintomas

Segundo o Manual do Vacinador da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, os sintomas da raiva animal são: o animal modifica o comportamento, normalmente para de comer; esconde-se em locais mais escuros; tenta beber água, mas não consegue engolir. 

O animal também pode procurar fugir de onde está preso e morde tudo que vê pela frente (objetos, animais e pessoas). Um dos sintomas mais conhecidos é babar e o latido ficar rouco e prolongado, parecendo um uivo.

A raiva também pode ser chamada de hidrofobia e é uma doença de caráter infeccioso que é causada por um vírus do gênero Lyssavirus. Esse vírus é capaz de comprometer gravemente o sistema nervoso central e, por isso, a raiva é considerada uma doença grave, com um alto nível de letalidade.

Os sintomas da doença são progressivos e evoluem por cerca de uma semana, conforme o vírus se instala no cérebro. Os espasmos musculares acabam fazendo com que o paciente fique paralizado e deixe de, entre outras atividades, comer, excretar e respirar, o que é capaz de levá-lo ao óbito.

 

Prevenção

A vacinação contra a raiva é essencial não só para cães e gatos, como também para seres humanos que tenham contato com animais de qualquer tipo. A vacinação é a melhor forma de prevenir a difusão da raiva e os animais domésticos devem ser vacinados pelo menos uma vez por ano. Os locais de vacinação são disponibilizados nos sites da secretarias municipais de saúde.

 

Tratamento

A raiva não tem cura e sua evolução é muito rápida. Entre o começo dos sintomas e o estado de paralisia, podem se passar apenas sete dias. Por conta disso que, assim que um indivíduo é mordido, lambido ou arranhado por um animal (urbano ou silvestre) que não esteja vacinado contra a raiva, é preciso lavar o local atingido e procurar a unidade de saúde mais próxima para realizar o tratamento profilático antirrábico humano. 

Por Leandro Heringer / Foto: Acervo pessoal - Denise Pontes