16 municípios iniciam fase de expansão

Aprimorar os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população mineira por meio de aperfeiçoamento dos fluxos de trabalho. Essa é a principal consequência da aplicação e expansão do Projeto Saúde em Rede. Nesse sentido, 16 municípios das microrregiões de saúde de Contagem e Betim encerraram a 3ª onda do Projeto, no último dia 25 de junho.

Com objetivo de reorganizar a Rede de Atenção à Saúde do estado, por meio da realização de mudanças nos processos de trabalho da Atenção Primária à Saúde e dos serviços de Atenção Ambulatorial Especializada, o Projeto Saúde em Rede teve grande impacto nos municípios que fazem parte da Unidade Regional de Saúde de Belo Horizonte (URS-BH).

“O Projeto Saúde em Rede nas microrregiões Betim e Contagem possibilitou organizar/reorganizar a rede de atenção à saúde dos municípios jurisdicionados em relação aos fluxos e processos de trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) e Atenção Ambulatorial Especializada (AAE), ressalta a analista regional do Saúde em Rede da URS-BH, Ana Luiza Vieira de Freitas.

Créditos: Leandro Henriger

Essa é a constatação da referência técnica de Atenção Básica de Contagem, Cynthia Pires. “Essa ação foi voltada para a relação entre a rede de Atenção Primária com a Atenção Especializada. As oficinas passam por diversas temáticas com assuntos aplicados para a realidade das equipes. Tenho certeza de que foi um processo rico”.

O conhecimento foi aplicado, segundo Pires, nas 8 unidades de Contagem trazendo benefícios para a população. “Foi uma oportunidade para refletir e adotar novas metodologias. Todo processo formativo dos profissionais é com foco em proporcionar melhores serviços para a população, demais acesso às Unidades Básicas de Saúde. Nosso objetivo é qualificar as UBS para prestar melhor serviço”, aponta.

Nesse sentido, Maídila Sales de Mello, também analista regional do Saúde em Rede da URS-BH, explica o impacto do Projeto no acompanhamento regional. Para ela, “as atividades do Projeto nos permitiram, enquanto Referências Técnicas dos programas da Atenção Primária à Saúde e da Atenção Especializada, acompanhar esses municípios e juntos promovermos o fortalecimento e integração entre os serviços com foco no atendimento às necessidades de saúde da população”.

Em relação à Atenção Primária no âmbito municipal, a enfermeira e coordenadora de Atenção Primária e da Imunização e tutora do Projeto no município de Florestal, Gladys Magalhães, ressalta que os benefícios são perceptíveis. “Vimos pontos da atenção para cada grupo de pacientes desde os diabéticos até os hiper utilizadores. Neste projeto, temos um olhar diferenciado para cada grupo. O paciente só terá ganhos com a aplicação dos projetos que foram apresentados no Saúde em Rede”.

Desafiador, o Projeto favorece ganhos também no que diz respeito à gestão, segundo a enfermeira e tutora do projeto em Juatuba, Débora Camila Silva. “É um projeto desafiador. Temos que replicar as oficinas na ponta. Tem muitas entregas, temos que trabalhar com as equipes. Em termos de gestão, o gestor que olhar de forma especial e incentivar o plano de expansão só tem a ganhar em vários níveis desde o financeiro até o atendimento. A melhora que teve na atenção especializada da nossa microrregião foi sensível”.

A característica desafiadora também fez parte do cotidiano da URS-BH, de acordo com a analista regional Regina Trindade. “Estar presente no Projeto Saúde em Rede – Polo Contagem foi gratificante pelos momentos de aprendizado, de trocas e de crescimento, mas também contou com momentos de desafios e reflexões”, afirma.

“Estamos finalizando a 3ª onda. Nesse momento, foi contemplado o polo de Belo Horizonte com as microrregiões de Betim e Contagem. Fizemos oficinas com 2 participantes por município com 9 ciclos. Percebemos que temos pessoas muito capacitadas, mas que precisam de instrumentos para fomentar o trabalho estruturado”, detalha a analista central do Saúde em Rede do nível central da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Sara Beatriz Silva.

Créditos: Leandro Heringer

Silva destaca a capacidade e dedicação dos profissionais que participaram do Projeto como tutores municipais. “Olhando o todo, vemos o grande impacto. São pessoas com conhecimento excelente e que o fomento da gestão é importante para expansão. Temos grande rotatividade de pessoas. Se o serviço estiver organizado, a lógica de trabalho permanece. Percebemos que o projeto foi capaz de fazer diferença”, afirma.

Para o secretário de saúde de Contagem, Fabrício Simões, o desafio é fazer a organização considerando os princípios do Sistema Único de Saúde. “Nosso trabalho funciona baseado nos princípios organizativos. Temos que dialogar, capacitar, qualificar e tentar diminuir as diferenças regionais para fazermos saúde em rede. O projeto tem que ser ampliado. Em Contagem, foram 8 unidades que será replicadora na rede”, salienta apontando para a fase de expansão que ocorre no nível municipal.

Projeto Saúde em Rede

O Saúde em Rede é um projeto de educação permanente que tem como objetivo estruturar e integrar as ações de saúde realizadas na Atenção Primária com as ações realizadas na Atenção Especializada. Na prática, essa integração entre os diferentes níveis de atenção possibilita que o usuário seja melhor assistido, porque permite compreender a condição de saúde da pessoa de forma integral.

O projeto começou a ser executado em Minas Gerais em 2019, por meio da qualificação das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) e de Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) de 31 municípios da macrorregião do Jequitinhonha. O projeto foi expandido em ondas para as demais regiões do estado. A primeira onda de expansão ocorreu em 142 municípios, entre 2021 e 2022, já a segunda onda contemplou 286 municípios, foi iniciada em 2022 e finalizada em 2023. A terceira onda de expansão teve início em 2023 e abrange mais 392 municípios.

Por Leandro Heringer