Em apoio à campanha Maio Amarelo, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) atualiza e apresenta novidades no hotsite “Vida no Trânsito”. O objetivo é alertar a população para a importância da adoção de hábitos seguros nas vias e rodovias do estado, tendo a vista o alto índice de internações e óbitos causados por acidentes. Somente em 2019, por exemplo, foram registradas 3.446 internações por acidentes de trânsito e 501 óbitos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2018, foram 22.383 internações e 2.947 óbitos.

As internações realizadas em 2019 já representam, até o momento, um gasto de R$ 5,5 milhões destinados ao atendimento e tratamento das vítimas no SUS. Em 2018, R$ 35,5 milhões foram repassados para cobrir as internações na rede hospitalar que presta atendimento à população por meio do sistema.

Conforme explica a diretora de Vigilância de Agravos Não Transmissíveis da SES-MG, Janaína Passos, é preciso se atentar para o fato dos acidentes de trânsito serem responsáveis por grande parte das internações e óbitos no SUS. “No Sistema Único de Saúde, os acidentes de trânsito são responsáveis por uma das principais causas de internações e óbitos, contribuindo para a diminuição da expectativa de vida da população. Por isso, a SES-MG apoia a campanha Maio Amarelo, com o intuito de mobilizar a população para a prática de hábitos seguros nas vias do estado”, explica.

Entre as estratégias da SES-MG em apoio à campanha, está a realização de reuniões integradas com diversos parceiros, com o objetivo de divulgar as ações por meio das mídias sociais e mobilização nas Regionais de Saúde do estado e municípios. Além disso, é frequentemente reforçado junto aos profissionais que atuam no âmbito da mobilização que a temática exige uma abordagem conjunta entre os diversos atores sociais, o Estado e a sociedade civil, trabalhando de forma integrada e articulada.

Série histórica

De 2010 a 2018, em Minas Gerais, o SUS foi responsável por 1,2 milhão de internações. Dessas, 190.163 foram decorrentes de acidentes de trânsito, o que corresponde a 15% das internações totais no SUS, um número considerado elevado. Em relação às internações hospitalares segundo o grupo de causas, o maior quantitativo foi de motociclistas com 47,7% dos casos, seguida das internações de pedestres com 21,3% e ocupantes de automóveis com 11,7%.

Sobre os óbitos, no período de 2010 a 2018, verifica-se que os homens apresentaram maior percentual, com 81% dos óbitos por acidentes e as mulheres com 19% das mortes. Já o total de óbitos segundo grupo de causas, a maior proporção está entre os ocupantes de automóveis, com 38,1% dos óbitos, seguido de motocicleta, com 19,6%.

Arte: Deise Meireles

Segundo informações da Organização Pan-Americana da Saúde, entre os fatores de risco para os acidentes de transporte está dirigir sob o efeito de bebidas alcóolicas, estresse, fadiga, tonteira, excesso de velocidade, falta de uso de equipamentos de segurança (principalmente cinto de segurança e capacete), manutenção inadequada dos veículos e infraestrutura deficiente do sistema viário.

Maio Amarelo

Marcada pela mobilização por um trânsito mais seguro, a campanha Maio Amarelo desenvolve ações em âmbito internacional com o objetivo de salvar vidas no trânsito. Em 2019, a campanha adotou o tema “No trânsito, o sentido é a vida”, com o objetivo de alertar a população para o fato dos acidentes e consequentes óbitos no trânsito serem considerados uma questão de saúde pública.

Entre as medidas que podem salvar vidas está o uso do cinto de segurança que, em caso de frenagem brusca, capotagem ou impacto frontal, protege e mantém o corpo dos ocupantes do veículo no assento. Transitar dentro da velocidade permitida é outra forma fundamental de promover a segurança, afinal, o campo de visão do condutor é afetado à medida que a velocidade aumenta. Enquanto a 40 km/h o condutor alcança 100% da capacidade de visualização, a 100 km/h seu campo de visão será de apenas 45 graus.

Já o consumo de álcool, mesmo em quantidades pequenas, além de provocar a deterioração de funções indispensáveis à segurança ao volante, como a visão e os reflexos, diminui também a capacidade de discernimento. Em geral, o consumo de álcool também está associado a outros comportamentos de alto risco, como excesso de velocidade e o não uso do cinto de segurança.

Por Jéssica Gomes