A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, dispensou hoje (23/02), um lote com 242 doses da vacina Qdenga ao município de Santa Maria de Itabira, dando início a imunização de crianças de 10 e 11 anos, conforme orientação da Nota Técnica do Ministério da Saúde.

De acordo com o Diretor Regional de Saúde de Itabira, Maurício Geraldo Marques, que foi retirar pessoalmente a vacina Qdenga na Central Estadual da Rede de Frio em Belo Horizonte, as doses fazem parte do primeiro lote de vacinas (78.790 doses) contra a dengue que Minas Gerais recebeu do Ministério da Saúde na última quinta-feira (22/2).

“A chegada da vacina é um ponto importante em nosso combate pela redução do número de casos confirmados e mortes pela dengue. O Estado vinha dialogando com o Ministério da Saúde no sentido do envio dessas doses o quanto antes, visando mesmo efetivar o início de mais uma ação de enfrentamento à dengue. Mas é preciso ressaltar que independente da vacina, os cuidados que são comuns a todos no enfrentamento à dengue, principalmente água parada, devem continuar”, ressaltou o diretor regional de saúde, Maurício Geraldo Marques.

Créditos: GRS Itabira

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Aline Graziele Fernandes Martins, da GRS Itabira, destacou que os municípios selecionados para receber a vacina Qdenga tiveram que atender a três critérios, definidos pelo Ministério da Saúde, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e da Organização Mundial de Saúde: possuir pelo menos um município de grande porte, ou seja, com mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada no último período sazonal, e com maior predominância do sorotipo DENV-2.

"Estamos neste momento iniciando a vacinação contra a dengue. Trata-se de mais uma estratégia junto às demais ações de controle e prevenção da doença e devem ser realizadas em conjunto visando promover e ampliar a redução da incidência e casos graves de dengue nos municípios das microrregiões de Guanhães, Itabira e João Monlevade”, ponderou a coordenadora.

A referência técnica em Imunização, Marcella Cristina Silva Braga, da GRS Itabira, salientou que o Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, e que o Ministério da Saúde (MS) já recebeu mais de 6 milhões de doses.

“É preciso explicar que por conta da aplicação em duas doses e uma baixa quantidade de vacina, o ministério precisou definir os critérios para o início da imunização, e recomendou aos municípios, via nota técnica, que a aplicação fosse iniciada em crianças nas idades de 10 a 11 anos, seguindo o protocolo de vacinação de duas doses, com um intervalo de 90 dias entre elas”, finalizou Marcella Cristina.

Ainda de acordo com a referência técnica, os informes técnicos do imunizante esclarecem que a vacina possui vírus vivos da dengue que foram enfraquecidos de maneira controlada, o que possibilita o desencadeamento de uma resposta imunológica, facilitando uma reação mais rápida do organismo em situações de exposição real ao vírus.

Dos municípios que receberam a vacina neste primeiro lote que chegou ao Estado, 8 (oito) são da região de Saúde de Coronel Fabriciano/Timóteo (Coronel Fabriciano, Timóteo, Pingo-d'Água, Antônio Dias, Marliéria, Jaguaraçu, Dionísio e Córrego Novo), 1 (um) da região de Saúde de Itabira (Santa Maria de Itabira) e 13 (treze) da região de Saúde de Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté (Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Nova Lima, Caeté, Rio Acima, Jaboticatubas, Raposos, Belo Vale, Moeda, Nova União e Taquaraçu de Minas).

Qdenga

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante Qdenga (TAK-003), contra a dengue, na rede pública. A vacina contra a dengue foi desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023.

A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, ela induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.

O imunizante é aplicado em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.

Por Flávio A. R. Samuel