A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas) e da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, realizou, nos dias 15 e 16/4, capacitação acerca da assistência ao paciente pediátrico gravemente enfermo, com ênfase nas doenças estreptocócicas. O primeiro dia aconteceu no auditório do Hospital Arnaldo Gavazza (HAG), em Ponte Nova, e o segundo dia foi realizado no Hospital São Sebastião (HSS), em Viçosa.

Os encontros foram conduzidos por equipe técnica do Cievs-Minas, representada pela médica pediatra intensivista Flávia Ribeiro Soares Cruzeiro e pela médica pediatra infectologista Daniela Caldas Teixeira, e tiveram como público-alvo médicos e enfermeiros de urgência e emergência e equipes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e dos Núcleos de Vigilância Epidemiológica e de Segurança do Paciente das instituições hospitalares participantes, entre as quais HAG, HSS, Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), de Ponte Nova, e Hospital São João Batista (HSJB), de Viçosa.

17.04.2024 - Cievs - Viçosa

A programação abrangeu o seguinte conteúdo: doenças estreptocócicas, reconhecimento do paciente pediátrico gravemente enfermo e manejo inicial do choque séptico, caso clínico interativo e manejo clínico da dengue. “Foi uma excelente oportunidade para conversarmos com os profissionais de saúde a respeito dos cuidados com o paciente pediátrico criticamente doente, com foco nas doenças estreptocócicas, causadas por bactérias gram-positivos, os estreptococos. Pudemos tratar as patologias mais frequentes e os cuidados iniciais que devemos ter com essa criança que está apresentando uma condição clínica grave”, esclareceu Flávia Cruzeiro.

Daniela Caldas, por sua vez, destacou a importância do diagnóstico oportuno e do tratamento assertivo, com isolamento de doentes, mesmo em manifestações não graves. “Temos que nos concentrar no manejo adequado, conforme manifestação clínica: no manejo ambulatorial, com o cuidado na prescrição e na reavaliação, e no manejo hospitalar, com a monitorização e o uso assertivo de antimicrobianos”, frisou.

Sobre o manejo da dengue, Daniela localizou a doença em suas fases, que se iniciam com a incubação, passam pela fase febril, com o início dos sintomas, como viremia (presença de vírus circulante no organismo), cefaleia (dor de cabeça, mialgia (dor muscular) e exantema (manchas vermelhas), e fase crítica, próxima ao período de defervescência (diminuição ou cessação da febre), finalizando com a recuperação, que envolve a resolução do extravasamento plasmático (perda de volume do plasma). “Para que possamos salvar vidas, precisamos identificar as complicações em todos os momentos e nas diferentes manifestações clínicas da doença”, destacou.

Por Tarsis Murad / Fotos: Ascom - HAG (Ponte Nova) e Graziele Dias (Viçosa)