A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) publica, hoje, o primeiro Boletim Epidemiológico referente à terceira onda da Febre Amarela, correspondente ao período de monitoramento da doença entre julho de 2018 a junho de 2019.
As duas primeiras ondas ocorridas em Minas Gerais correspondem aos períodos sazonais de 2016/2017 e 2017/2018, que ocorreram em áreas distintas do estado. A epidemia do período de 2016/2017 esteve focada principalmente nos Vales do Rio Doce e Mucuri e em parte da Zona da Mata e Jequitinhonha. Para o período de 2017/2018 as principais áreas atingidas foram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Zona da Mata e parte das regiões Campos das Vertentes, Oeste e Sul/Sudoeste mineiro.
No período de monitoramento 2018/2019 até a presente data, não foram registrados casos humanos confirmados de febre amarela silvestre no estado de Minas Gerais. Neste período de monitoramento, tem ocorrido epizootias (morte de macacos) em municípios mineiros, com confirmação de circulação do vírus amarílico em um município, Varginha, conforme descrito no primeiro Boletim Epidemiológico deste período.
Para o período de 2017/2018, até junho de 2018, foram registrados 527 casos confirmados, dos quais 178 evoluíram para óbito, representando uma letalidade de 33,5%.
No período de 2016/2017, período onde foram registrados 475 casos confirmados de febre amarela silvestre no estado de Minas Gerais, dos quais 162 evoluíram para óbito, com uma letalidade de 34,1%.
O Estado de Minas Gerais em sua totalidade é área com recomendação para vacinação contra febre amarela desde o ano de 2008. A vacina de febre amarela é indicada a partir dos nove meses de idade, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. A meta é alcançar cobertura vacinal de pelo menos 95% da população elegível no estado.
Atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais está em torno de 91,11%. Ainda há uma estimativa de 3.115.983 pessoas não vacinadas*, especialmente na faixa-etária de 15 a 59 anos de idade, que também foi a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida em 2017 e 2018. Entre os 853 municípios do Estado, 19,81% (169) deles não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 27,19% (323) dos municípios têm entre 80% e 94,99% de sua população vacinada; com mais de 95%, estão 42,32% (361) das cidades mineiras.
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* Esse boletim traz uma modificação em relação à metodologia para se calcular o número de não vacinados no estado. O cálculo anterior levava em consideração o dado agregado do Estado, de forma generalizada (Não Vacinados = População Total – Doses Aplicadas de 2007 a 2018). Desta forma, englobava também populações de outros estados, que eventualmente foram vacinadas em Minas Gerais. Porém, em discussão com o grupo e conforme recomendações do Ministério da Saúde para todo o país, concluiu-se que o resultado era muito simplificado e não demonstrava a situação real do risco.
Para melhor demonstrar a realidade dos territórios, optou-se por utilizar o somatório da estimativa de não vacinados de cada município. A soma do resíduo de cada um, levando-se em consideração que a homogeneidade de coberturas no Estado está abaixo da meta recomendada de cobertura de 95%, gerou este número aproximado de 3,1 milhões de não vacinados.
Este método, portanto, é mais fidedigno para estimar o risco real de adoecimento da população em razão da ausência de coberturas vacinais elevadas, uma vez que utiliza a informação específica de cada município do Estado.
Além disso, vai ao encontro das informações detalhadas da ocorrência de epizootias. Onde há ocorrência de epizootias a vacinação deve ser intensificada, especialmente se os municípios tiverem ciência do resíduo de não vacinados e da baixa cobertura vacinal de seu território.
As ações de intensificação vacinal estão sendo realizadas, continuamente, em 853 municípios mineiros. Minas Gerais ainda apresenta 17 Unidades Regionais de Saúde com cobertura vacinal menor que 95% (Tabela 1). Portanto, ainda é necessária a continuidade das ações de vacinação para garantir a homogeneidade da cobertura em todos os municípios, de acordo com a meta preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
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