Com o objetivo de alertar os municípios da região nordeste de Minas sobre o aumento do número de casos notificados de leishmaniose visceral no período de 2016/2017 e de alinhar ações para o combate à doença, a Regional de Saúde de Pedra Azul realizou nos dias 10/05, em Pedra Azul, e 11/05, em Almenara, uma reunião técnica para o enfrentamento da Leishmaniose. Foram convidados a participar do encontro gestores, veterinários e coordenadores de endemias dos 25 municípios da região.

Crédito: Allan Campos

O médico veterinário do núcleo de Epidemiologia da Regional de Pedra Azul, Alex Assis, apresentou o cenário epidemiológico da Leishmaniose Visceral na região, com 60 casos confirmados em 2017, um aumento de 87,5% se comparado ao ano de 2016. Já no período de 2012 a 2017 foram notificados 170 casos da doença, sendo os municípios de Almenara (17,6%), Itaobim (15,3%), Jequitinhonha (14,7%), Itinga (14,1%), Rubim (10,6%) e Joaíma (9,4%), os municípios com maior quantidade de casos registrados. “É importante apresentarmos esse cenário epidemiológico para que os municípios possam estar atentos à situação e estejam preparados para o combate à doença realizando ações de controle integradas, que envolvem a vigilância entomológica, o controle do reservatório canino, o manejo ambiental, a educação em saúde e a vigilância de casos humanos”, explicou.

O diretor da Regional de Pedra Azul, Francisco de Carvalho, fez um alerta sobre a gravidade da doença na região. No período de 2012 a 1017 foram 14 óbitos, sendo cincos destes no ano de 2017. “Nós já tivemos óbitos e isso tem nos deixados bastante preocupados. Temos conversado muito internamente na regional sobre como desenvolver ações de combate à Leishmaniose, e, mobilizado os municípios para que desenvolva as ações necessárias”.

Planejamento das ações

O médico veterinário, Alex Assis, também orientou os municípios de Águas Vermelhas, Bandeira, Divisópolis, Felisburgo, Monte Formoso e Palmópolis, que são aqueles municípios silenciosos não receptivos (não tem a presença do mosquito vetor), a trabalharem a vigilância de reservatórios caninos para o Programa de Vigilância e Controle de Leishmaniose Visceral (PVCLV) por meio da demanda espontânea e busca ativa, além de realizar as atividades de manejo ambiental e educação em saúde, que devem, inclusive, ser realizadas por todos os municípios.

Nos municípios silenciosos receptivos (Cachoeira de Pajeú, Divisa Alegre, Jordânia, Mata Verde, Salto da Divisa e Santa Maria do Salto), que tem a presença do mosquito vetor, foi indicada a realização do inquérito amostral, sendo que em Santa Maria do Salto a amostra deverá ser censitário por ter menos que 500 cães na zona urbana. Já em Comercinho, Jacinto, Joaíma, Medina, Pedra Azul, Ponto dos Volantes, Rio do Prado e Santo Antônio do Jacinto, classificados como municípios esporádicos, deverá ser realizado o inquérito censitário no local de transmissão. Por fim, em Almenara, Jequitinhonha, Itaobim, Itinga e Rubim foi orientado o inquérito censitário nas áreas com casos humanos, inquérito amostral nas áreas sem casos humanos e nas áreas de prevalência canina com mais de 2% realizar o inquérito censitário.

Por Allan Campos