Se não tratadas corretamente, doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela podem levar à morte. Para minimizar esse risco, a Força Estadual do SUS realiza, nesta quarta-feira (12/03), a capacitação de cerca de 70 profissionais, entre médicos e enfermeiros, além de 35 profissionais da vigilância epidemiológica municipal. O objetivo é aprimorar o atendimento a pacientes com sintomas dessas doenças, garantindo uma abordagem mais eficiente.
O foco da Força Estadual é preparar a rede assistencial, composta por hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e postos de saúde, para o manejo clínico adequado das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti desde o primeiro atendimento. Durante a capacitação, são abordados aspectos como a diferença entre sintomas das doenças, exames necessários para um diagnóstico preciso, medicações indicadas e primeiros atendimentos essenciais para evitar o agravamento da doença.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Campos Prosdocimi, explicou que a Força Estadual do SUS está percorrendo as 28 regionais de saúde de Minas Gerais para capacitar profissionais nos 853 municípios mineiros.
Ele destacou que o manejo clínico adequado envolve “conhecer o perfil clínico do paciente, fazer a hidratação em maioria dos casos e fazer o acompanhamento desse paciente, especialmente quando a febre passa. Envolve ainda que esse paciente consiga ter o cartão do acompanhamento e possa retornar ao serviço possibilitando o acompanhamento da evolução desse paciente de forma a eliminarmos ou diminuirmos cada vez mais a possibilidade de casos graves e de óbitos”.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika, divulgado na segunda-feira (10/03), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Sete Lagoas registrou 666 casos prováveis de dengue, dos quais 127 foram confirmados, e um óbito em investigação. Em todo o estado, foram confirmados até o momento 13 óbitos por dengue. Quanto à chikungunya, foram registrados 141 casos prováveis, com 16 confirmações. No território da SRS Sete Lagoas, há um caso provável de vírus zika em acompanhamento.
O dirigente regional da SRS Sete Lagoas, Fabrício Júnior Alves Teixeira, relembrou o cenário epidêmico vivenciado desde 2023, quando Minas Gerais registrou 327.238 casos de dengue e 204 óbitos. “Nosso território teve muitos casos positivos e óbitos significativos por arboviroses no último período sazonal (fim de 2023 até meados de 2024), principalmente por chikungunya e com caso de óbitos inclusive”, observou Teixeira.
Para ele, a presença da Força Estadual do SUS em todos os municípios mineiros é fundamental para evitar que os casos da doença evoluam para óbitos em 2025. "A SES-MG mais uma vez implementa essa estratégia essencial de preparação das equipes municipais, próximo ao território e com atenção às particularidades locais, garantindo não apenas um atendimento adequado, mas também, a redução do risco de óbitos", concluiu.
Força Estadual do SUS em Minas Gerais
A Força Estadual do SUS/MG foi criada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) por meio da Resolução SES nº 9994, de 17 de fevereiro de 2025. A equipe é composta por sete médicos e cinco enfermeiras especialistas no manejo de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O objetivo da Força Estadual é fortalecer a atuação da Vigilância em Saúde Estadual em parceria com os municípios, atuando em situações de risco epidemiológico, surtos, endemias, pandemias, desastres ambientais e outras emergências de saúde pública identificadas pela SES-MG.