Nos dias 12 e 13/3, profissionais que atuam na área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova participam de uma capacitação realizada pela Força Estadual do Sistema Único de Saúde (FE-SUS) para a preparação da rede assistencial para o manejo clínico adequado das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, além da febre amarela. O treinamento está ocorrendo na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e é voltado para médicos e enfermeiros da Atenção Primária e Atenção Hospitalar, incluindo os hospitais de pequeno porte (HPPs).

Cento e sessenta pessoas se inscreveram para a capacitação, coordenada pelo enfermeiro Thiago Martins e pelo médico Fagner Toledo, componentes da Força Estadual do SUS. Além da SRS Ponte Nova, as demais 27 Unidades Regionais de Saúde (URS) do estado recebem a iniciativa, que é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Organização Panamericana de Saúde (Opas) e Ministério da Saúde (MS).

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Segundo Thiago Martins, trata-se de uma oportunidade para atualizar fluxos e protocolos e discutir o manejo adequado das arboviroses e outras doenças, assim como organizar o aparato assistencial. “O resultado esperado é um melhor preparo dos profissionais da assistência para o enfrentamento dos casos de dengue e outras arboviroses, por meio da discussão de casos e diagnósticos diferenciais. Esperamos também que os participantes sejam multiplicadores das informações e práticas em seus territórios”, frisou.

De acordo com Fagner Toledo, a importância do treinamento reside em prevenir os desfechos desfavoráveis, como agravamentos, complicações e, sobretudo, óbitos. “A capacitação foi criada de modo que os participantes consigam imergir nas atividades práticas, tornando o aprendizado mais significativo, contribuindo para a resolutividade e efetividade da assistência à saúde sensível à Vigilância Epidemiológica”, disse.

Para a assessora da Superintendência de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Eleonora Assunção Morad Arantes, é necessário que a assistência esteja caminhando junto com a Vigilância Epidemiológica, provendo diagnósticos e tratamentos adequados, refletindo em dados de qualidade para o SUS. “A capacitação possui uma metodologia ativa, com discussões de casos clínicos. Ao aproximar a teoria das atividades práticas, potencializamos a atuação dos profissionais frente a diferentes cenários epidemiológicos”, pontuou.

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A superintendente da SRS Ponte Nova, Josy Duarte, ressaltou a importância da capacitação realizada pela Força Estadual no território. Ela também destacou que, além dos esforços do poder público, é fundamental que a população se envolva no processo de prevenção e combate às arboviroses. “Cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das residências. Atitudes simples, como evitar o acúmulo de água parada, descartar corretamente o lixo, tampar as caixas d’água são fundamentais para o controle do cenário”.

O Estado de Minas Gerais segue com atenção especial voltada para as arboviroses, com o fortalecimento de diversas frentes. Entre elas, a implementação dos serviços de drones para reconhecimento e identificação dos focos. Ressalta-se, também, o repasse de recursos financeiros aos municípios, descentralização de UBV via consórcios, ações de mobilização, parcerias com o Programa Saúde na Escola e capacitações para médicos e enfermeiros, visando fortalecer a resposta aos surtos e o manejo clínico das doenças.

Cenário Epidemiológico
De acordo com o Painel de Monitoramento de Casos da SES-MG, o cenário epidemiológico de 2025 no território da SRS Ponte Nova registrava, até o dia 11/3, 2155 casos prováveis para a dengue, 815 casos confirmados, dois óbitos em investigação e um óbito confirmado. Para a chikungunya, os registros indicam 36 casos prováveis e 15 confirmados.

Sobre a Força Estadual do SUS
A Força Estadual do SUS é formada por sete médicos e cinco enfermeiros e foi instituída por meio da Resolução SES nº 9994, de 17 de fevereiro de 2025, com o objetivo de potencializar as ações da Vigilância em Saúde Estadual, em cooperação com os municípios. Sua atuação se dá em situações de risco epidemiológico, ocorrência de doenças e agravos inusitados, nos surtos, endemias e pandemias, nos desastres ambientais naturais ou tecnológicos que impactam na desassistência à população e nas situações que configuram situação de emergência.

Por Tarsis Murad / Fotos: Tarsis Murad

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