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A febre amarela é uma doença viral aguda, imunoprevenível, transmitida ao homem e a primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados.
A Febre Amarela é transmitida pela picada de mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata, assim como os macacos.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
A série histórica da doença no Brasil demonstra que os casos ocorrem com maior frequência nos meses entre dezembro a maio caracterizando a doença com perfil sazonal. Esse fato ocorre principalmente no verão, quando a temperatura média aumenta na estação das chuvas, favorecendo a reprodução e proliferação de mosquitos (vetores) e, por consequência o potencial de circulação do vírus.
Sim, tanto a febre amarela silvestre quanto a urbana possuem as mesmas manifestações clínicas. A diferença está apenas nos vetores responsáveis pela transmissão, sendo que no ciclo silvestre o vetor da febre amarela são os mosquitos Haemagogus e o Sabethes. Já no meio urbano, a transmissão se dá pelo Aedes aegypti.
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
Os macacos não transmitem a febre amarela! Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da Febre Amarela está circulando. Macacos mortos são analisados em exames específicos para detectar se a causa morte foi Febre Amarela, o que aciona o alerta de cuidado com as pessoas e a necessidade de intensificar ações de vacinação no município com ocorrência de casos.
A principal forma de prevenção da Febra Amarela é por meio da vacinação.
A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para toda população a partir dos 9 meses de idade. Consulte sua Unidade de Saúde mais próxima da sua casa.
Todo território mineiro é Área de Recomendação de Vacina (ARV) para Febre Amarela. Portanto, toda pessoa que reside em ARV contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.
Atenção: A vacina deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco
Além da vacina, deve-se manter os cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos, mantendo as casas e as ruas limpas sem acúmulo de água parada, habitat ideal para reprodução dos vetores.
Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente um paciente suspeito com febre amarela.
O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
Não. Os macacos não transmitem a febre amarela para o homem e não são os responsáveis pela transmissão da febre amarela. A febre amarela é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da doença. Os primatas, inclusive, prestam importante auxílio no controle da febre amarela, dando às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus. O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação.
A matança indiscriminada bem como o envenenamento intencional de macacos, são extremamente prejudiciais ao próprio homem, além de ser um crime ambiental previsto na LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
No caso de encontrar um macaco doente e/ou morto, o cidadão deve acionar o setor zoonoses do município para que as devidas providências possam ser tomadas o mais rápido possível. A partir da denúncia, o profissional da zoonoses acionado verificará se o animal morto apresenta condições de coleta e envio para exames laboratoriais. O procedimento de coleta é específico e deve ser realizado por profissional habilitado para tal.
Crianças menores de 9 meses de idade.
Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade.
Pessoas com alergia grave ao ovo.
Pessoas que convivem com vírus HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350.
Pessoas em tratamento quimioterápico/ radioterápico
Pessoas portadoras de doenças autoimunes
Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).
Geralmente, os sintomas da febre amarela são:
início súbito de febre;
calafrios;
dor de cabeça intensa;
dores nas costas;
dores no corpo em geral;
náuseas e vômitos;
fadiga e fraqueza.
A maioria das pessoas acometidas apresentam melhora após os sintomas iniciais da doença. Porém, cerca de 15% podem apresentar uma leve melhora num curto período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
Em casos graves, a pessoa infectada pode desenvolver algumas complicações, como:
febre alta;
icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos);
hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal);
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Caso você tenha viajado para área de risco para febre amarela e apresente alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. É importante também relatar caso tenha observado mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe também, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e quando.
Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, informe imediatamente as autoridades sanitárias do município ou estado, de preferência, diretamente para a vigilância ou órgãos de vigilância de zoonoses.
No caso de qualquer um dos sintomas da doença, procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica adequada. O profissional fará os exames necessários para diagnosticar a doença, assim como sua gravidade, para escolher a melhor forma de tratamento.
Sim, existe essa possibilidade. Por isso, a prevenção por meio da vacinação e da eliminação dos criadouros do Aedes aegypti é fundamental.
Clique aqui e confira alguns cuidados simples para evitar a transmissão do mosquito que também transmite a Dengue, Zika e Chikungunya.

Sim. Porém, dentre os quase 18 milhões de vacinados no Estado, há registro de 11 (0,000061%) pacientes com histórico de vacinação prévia e exame positivo para febre amarela, bem abaixo do preconizado pela literatura. Esses pacientes permanecem em investigação, e uma comissão está investigando os casos, com a participação do Ministério da Saúde. Conforme consta no Caderno 9, página 34, do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, a eficácia da vacina contra febre amarela é superior a 95%, o que é considerada uma elevada taxa de eficácia, sendo considerada imprescindível para a prevenção da transmissão do vírus.
Como medida adicional, para a população mais exposta à circulação do vírus, a Secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam, também, a utilização de repelente como medida de proteção individual. É importante salientar que a recomendação preconizada pelo Regulamento Sanitário Internacional da Organização Mundial de Saúde, ratificado pelo Ministério da Saúde, é de que uma única dose da vacina contra Febre Amarela confere proteção contra a doença.
Não é verdade. Um estudo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para acompanhar possíveis mudanças genéticas no vírus da Febre Amarela realmente identificou mutações no vírus, resultado publicado em 2017. Porém, como divulgado textualmente na própria comunicação original da Fiocruz, em 2017, não há qualquer impacto destas mutações que comprometa a eficácia da vacina oferecida pela Sistema Único de Saúde (SUS). Clique aqui e veja a matéria original.
Toda pessoa acima de nove meses de vida que mora ou vai viajar para área rural, de mata ou silvestre deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para se vacinar contra a Febre Amarela. A vacina é gratuita e oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Idosos acima dos 60 anos e gestantes devem ser avaliadas por uma equipe de saúde em relação ao benefício e risco da vacinação, levando em conta o risco de eventos adversos.
» Clique aqui e conheça o Esquema Vacinal da Febre Amarela
A vacina contra a Febre Amarela faz parte do calendário de vacinação do SUS, por isso se você tiver com a sua imunização em dia provavelmente você já se vacinou. Basta conferir o seu Cartão de Vacinação. Mas, caso ainda tenha dúvida, procure a equipe de saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer a avaliação e a necessidade de se vacinar.
Seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde adotou os padrões internacionais da dose única. Ou seja: quem tomou 1 (uma) dose da vacina da febre amarela em qualquer fase da vida está imunizado pelo resto da vida, e não precisam do reforço.
Gestantes, bebês com menos de 6 meses (e mulheres que amamentam crianças até essa idade), alérgicos a ovo e imunodeprimidos por doenças como câncer e Aids ou por tratamento, como no caso de radioterapia. Pessoas com doenças autoimunes devem ser avaliadas caso a caso. Em situações emergenciais, a imunização deve ser avaliada por um profissional de saúde.
» Clique aqui e conheça o Esquema Vacinal da Febre Amarela
Para as pessoas as quais a vacina não é recomendável o ideal é evitar áreas de mata em regiões com casos da doença, além de se proteger das picadas. Algumas formas de colocar isso em prática são: usar repelente, evitar áreas silvestres, vestir roupas compridas e claras, usar mosqueteiros e telas, e evitar perfume em áreas de mata.
Pessoas com 60 anos ou mais, que nunca foram vacinadas contra a febre amarela anteriormente, ou sem o comprovante de vacinação, deverão consultar a equipe de saúde para avaliação de possíveis contraindicações da vacina, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária.
A vacinação é contraindicada para lactantes de bebês menores de 6 meses. Na impossibilidade de adiar a vacinação – como em caso de surtos e epidemias ou viagem para área com risco, a mãe deve antes da vacinação praticar a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias em freezer ou congelador.
O calendário de vacinações indica a imunização a partir dos nove meses de idade. Caso a criança resida em de transmissão ativa da febre amarela (na qual há morte de macacos com suspeita da doença, e casos em humanos), o bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses de idade.
» Clique aqui e conheça o Esquema Vacinal da Febre Amarela
Você deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa para fazer um novo Cartão de Vacina pelo SUS, e assim, se vacinar normalmente. Lembre-se: o cartão é um documento muito importante que reúne todo o seu histórico vacinal durante a vida. Por isso, o guarde com cuidado.
Quem tomou vacina contra a Febre Amarela necessita de um intervalo de 30 dias para realizar uma doação de sangue. As pessoas ainda não imunizadas podem, no mesmo dia, doar sangue e, depois, se dirigirem a uma unidade de saúde para receber a vacina da febre amarela.
Vale destacar que durante o período de férias e Carnaval, historicamente, o estoque de sangue da Fundação Hemominas sofre uma redução de aproximadamente 30%. Aliada a essa sazonalidade, a ocorrência de casos de febre amarela pode agravar a situação, tendo em vista que o tratamento de suporte aos pacientes infectados pode demandar o uso de grande quantidade de hemocomponentes. Por isso, antes de se vacinar, procure um Hemocentro e salve vidas.
É a utilização de um quinto (1/5) de uma dose padrão (0,5 mL) da vacina febre amarela (VFA), ou seja, 0,1mL. Retira-se do frasco da vacina uma dosagem menor do que habitualmente é utilizado. No entanto, a proteção e segurança da dose fracionada é a mesma do que a dose padrão. A diferença está no tempo de proteção, que na dose padrão é para toda a vida, e com a dose fracionada, de pelo menos 8 anos. O fracionamento de doses é uma orientação do governo federal (Ministério da Saúde) para alguns estados brasileiros. Minas Gerais não está entre esses estados e não utilizará o fracionamento de doses.

Desde as primeiras notificações, a SES-MG tem desencadeado as ações preconizadas para vigilância e assistência dos casos suspeitos de febre amarela:
Realização de ações educativas de mobilização social para eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti em municípios infestados, visando evitar a reurbanização da Febre Amarela no Brasil;
Apoio aos municípios na investigação dos casos e nas ações de mobilização, controle e vacinação.
Ampliação da oferta de vacina aos viajantes não vacinados que se destinem à Área Com Recomendação de Vacina no Brasil (ACRV) ou para países com risco de transmissão, pelo menos 10 dias antes da viagem.
Intensificação da vacinação em municípios que são área com recomendação de vacina no Estado, elevando assim as coberturas vacinais , com priorização das populações de áreas rurais e silvestres, principalmente para aqueles indivíduos com maior risco de exposição (população de área rural, silvestre, pessoas que fazem turismo “ecológico” ou “rural”, agricultores, extrativistas e outros que adentram áreas de mata ou silvestres);
Notificação e investigação oportuna (até 24h) de todos os casos humanos suspeitos, incluindo aqueles de doenças febris ictéricas e/ou hemorrágicas, óbitos por causa desconhecida e mortes de primatas.
A investigação epidemiológica de um caso suspeito é realizada através do levantamento de dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos vinculados aquele paciente. Tais informações podem ser obtidas através das fichas de notificação de bancos oficiais, roteiros específicos de investigação que englobam perguntas específicas para aquele agravo, coleta de amostras biológicas, assim como através da consulta de sistemas oficiais de outros setores, como exemplo, dados da assistência e laboratoriais, além da essencial visita técnica in loco para verificação das informações e busca de eventuais outros casos suspeitos. Para definição de um local provável de infecção são levados em conta vários outros fatores, tais como: período de incubação, histórico de deslocamento e circulação viral na localidade.
Após a suspeição de um caso humano de febre amarela, é iniciada a investigação específica para febre amarela, com levantamento de informações essenciais como notificação do caso, histórico de deslocamento, status de vacinação, mortandade de macacos na área, cobertura vacinal no município, etc. Concomitante a essa investigação é realizada coleta de amostra biológica do paciente e este é avaliado pela Unidade de Atendimento em relação a sua evolução, clínica e tratamento a ser dispensado ao mesmo (status de gravidade).
A amostra biológica é cadastrada no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) pelo município e encaminhada para o Serviço de Gerenciamento de Amostras Biológicas (SGAB) da Fundação Ezequiel Dias (Funed), com a ficha epidemiológica do agravo (SINAN). O material é conferido para verificação se as amostras estão de acordo com o Manual de Coleta, Acondicionamento, Transporte de Material Biológico para Exames Laboratoriais.
No caso das amostras de macacos, os municípios que têm condições de realizar a necrópsia, encaminham o material diretamente para a Funed. As cidades que não podem realizar o procedimento, enviam o animal para necrópsia no Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte, para posterior encaminhamento para a Funed.
» Clique aqui e conheça todo o fluxo pelo qual o exame de febre amarela passa na Funed. Vale destacar que, embora a Funed realize o diagnóstico laboratorial, a atribuição de divulgar resultados e estatísticas epidemiológicas do Estado fica a cargo da SES-MG.
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) realiza todos os exames para detecção de arboviroses (doenças transmitidas por insetos) em Minas Gerais, inclusive os exames para detecção da febre amarela. A Fundação também analisa as vísceras dos macacos com suspeita da doença.
» Clique aqui e conheça todo o fluxo pelo qual o exame de febre amarela passa na Funed. Vale destacar que, embora a Funed realize o diagnóstico laboratorial, a atribuição de divulgar resultados e estatísticas epidemiológicas do Estado fica a cargo da SES-MG.