Qualquer pessoa com sofrimento ou transtorno mental pode acessar o Sistema Único de Saúde (SUS) para obter tratamento, acompanhamento de equipe multiprofissional e medicamentos, tudo de forma gratuita. A divulgação desses serviços é uma das abordagens da campanha Janeiro Branco, utilizada nos 31 municípios da área da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, ao buscar alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do uso de álcool e outras drogas e do estresse, como ansiedade, depressão e pânico.
O suporte para assistência e tratamento em Saúde Mental da GRS Ubá conta com a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) que possui 21 dispositivos, sendo eles 12 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), três Centros de Convivência e Cultura (CCC), quatro Residências Terapêuticas, uma Unidade de Acolhimento Adulto e uma equipe de Consultório na Rua.
Seguindo as diretrizes da Política Nacional e Estadual de Saúde Mental, a Raps da GRS Ubá busca consolidar um modelo de atenção de porta aberta e de base comunitária, com a proposta de garantir a livre circulação das pessoas em sofrimento mental pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. “Nossos dispositivos estão distribuídos pelas duas microrregiões de Saúde, Ubá e Muriaé, em 12 cidades, desenho este pensado para atender às necessidades da população dos 31 municípios sob nossa jurisdição, da forma mais próxima possível de sua residência”, explicou Josiel da Silva Ferreira, referência técnica em Saúde Mental da GRS Ubá.
E a Raps está em expansão, com previsão de implantação de novos dispositivos, conforme as pactuações da Deliberação CIB-SUS/MG Nº 4.019/2022. “Estamos nos esforçando junto com os gestores municipais para ampliarmos nossos pontos de atendimento e os serviços prestados”, disse a referência técnica em Saúde Mental da GRS Ubá. A expectativa, segundo Josiel Ferreira, é que sejam implantados, ainda em 2024, os Caps I de Piraúba; Caps Infantojuvenil de Muriaé; Caps Álcool e outras Drogas de Visconde do Rio Branco; a qualificação do Caps I para II de VRB; e a implantação do Caps I em Tocantins.
Os dispositivos atuam de forma articulada, inclusive com outras áreas para além da Saúde, como a Assistência Social, Educação e Direitos Humanos, buscando garantir o cuidado efetivo ao usuário ao contemplar os múltiplos fatores que podem influenciar na Saúde Mental.
Como acessar
Centros de Atenção Psicossocial (Caps) - Esta unidade realiza acolhimento, atendimento e reinserção social de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e/ou com transtornos mentais decorrentes do uso de álcool e/ou outras drogas. O Caps conta com equipe multidisciplinar e reúne médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros profissionais que trabalham em conjunto para propor um projeto terapêutico singular para tratar cada uma das demandas daquele indivíduo e de sua família. O acesso aos Caps pode ser feito por demanda espontânea (iniciativa da própria pessoa), por intermédio de Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps) ou especializada, por encaminhamento de uma emergência ou após uma internação clínica/psiquiátrica.
Centro de Convivência e Cultura (CCC) - São centros com papel de acolhimento à população em geral e têm a missão de trabalhar a inclusão social e autonomia do assistido, promovendo práticas de atividades artísticas e artesanais, possibilitando a convivência e a ampliação de laços sociais, além da promoção do trabalho e geração de renda. A equipe mínima dos CCCs é constituída por 1 gerente, que é da área da saúde, e os outros componentes podem ser artistas plásticos, músicos, atores e diretores, artesãos, educador físico e entre outros profissionais ligados às atividades de cultura, artes e esportes. O encaminhamento para os CCCs é feito por profissionais da rede de saúde e de outros setores, como assistência social, em conjunto com os gerentes dos Centros de Convivência. Porém, toda a população pode acessá-lo livremente por demanda espontânea.
Unidade de Acolhimento Adulto (UA) - São serviços residenciais de caráter transitório que, articulados aos outros pontos de atendimento da Raps, acolhem temporariamente pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar e precisam de acompanhamento terapêutico e proteção temporária. Está vinculada a um Caps de referência para suporte técnico profissional e acompanha cada morador de acordo com o seu respectivo Projeto Terapêutico Singular. Dessa forma, o acesso para este dispositivo é realizado por encaminhamento do Caps de referência.
Consultório na Rua - Formado por equipes multiprofissionais, que desenvolvem ações integrais de saúde frente às necessidades da população em condição de rua, o Consultório de Rua realiza atividades de forma itinerante para ofertar atenção integral à Saúde onde o paciente estiver. No processo de trabalho devem estar garantidas ações para o cuidado in loco, a partir da abordagem ampliada dos problemas de saúde e sociais, bem como ações compartilhadas e integradas às Unidades Básicas de Saúde (UBS). A depender da necessidade do usuário, essas equipes também devem atuar junto aos Caps, aos serviços de Urgência e Emergência e a outros pontos de atenção da rede de saúde e intersetorial.
Serviço de Residência Terapêutica (SRT) - São casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, em sua maioria que passaram por processo de institucionalização (os antigos hospitais psiquiátricos), que não contam com suporte familiar ou de qualquer outra natureza. Tais residências não são precisamente serviços de saúde, mas espaços para morar, articulados à rede de atenção psicossocial de cada município, de onde os moradores são encaminhados ao serviço.
Informações dos dispositivos da Raps da GRS Ubá: