Ontem (24/4), no auditório da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Campus Divinópolis, aconteceu o Simpósio com o tema “A Saúde Mental no NASF: Diálogos entre a Universidade e o SUS” cujo objetivo foi divulgar a pesquisa sobrea a atuação dos profissionais do Núcleo Ampliado à Saúde da Família (Nasf) na Atenção à Saúde Mental na Região Ampliada Oeste de Minas Gerais.

Realizada em parceria entre Superintendência Regional de Saúde e UFSJ, a pesquisa destaca e evidencia as boas práticas e experiências. Buscou divulgar e compartilhar entre os municípios da região Oeste os resultados encontrados. Participaram do encontro profissionais dos NASFs e Coordenadores de Atenção Primária a Saúde da Região Ampliada de Saúde Oeste, além de docentes e alunos da instituição.

“O que esperamos com esta pesquisa é aprofundar o diálogo entre os atores participantes potencializando possíveis processos de mudança no dia a dia dos profissionais da Atenção Primaria a Saúde, a partir do diagnóstico dos problemas encontrados”, destacou a Coordenadora da Atenção Primária da Regional de Saúde de Divinópolis, Agripina Maria de Sousa Fraga.

Pesquisa

A enfermeira Referencia Técnica do NAPRIS na SRS Divinópolis, Cecília Godoi, apresentou a situação da Rede de Atenção Psicossocial e acesso dos usuários à Atenção Primária e aos serviços de da Saúde Mental. Esta parte da pesquisa contemplava tópicos da formação dos Secretários municipais, a existência do Cargo de Coordenador de Saúde Mental, como é o acesso dos usuários à Rede e o atendimento dele na Atenção Primária. Em relação ao Nasf, a pesquisa mensurou as ações de Saúde Mental desenvolvidas pelo Núcleo.

Créditos: Willian Pacheco

“O que percebemos nesta primeira parte do trabalho foi a necessidade de qualificar os profissionais da rede, melhorar e otimizar os serviços do NAsf e dos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), além de articular com outros pontos da rede de saúde do município e da região. No entanto, é necessário salientar que os usuários de Saúde Mental são acompanhados pela Atenção Primária e que há um trabalho envolvendo a promoção e o tratamento”, frisou a enfermeira.

O professor da UFSJ e coordenador da pesquisa, Carlos Alberto Pegolo da Gama, apresentou os resultados qualitativos das entrevistas com os profissionais região Ampliada Oeste. O professor pontuou que os relatos apontam para a necessidade de melhorar o diálogo e a informação com os profissionais, idosos se encontrem em situação de abandono e qualificar a abordagem da Atenção Primária com os adolescentes.

“Verificou-se também o crescimento de consumo abusivo de drogas lícitas, da necessidade de ampliar a discussão do Papel do Agente Comunitário na Saúde Mental e os desafios enfrentados pelos profissionais da Atenção Primária para lidar com as demandas da Saúde mental, necessitando de Política de Educação Permanente”, constatou o professor.

“A entrevista possibilitou analisar como são desenvolvidos os trabalhos com os pacientes de saúde mental e como eles participam dos grupos, rodas de conversa e oficinas oferidas pelo Nasf. Percebemos ainda que é preciso melhorar os encaminhamentos dos pacientes da Rede de Atenção Psicossocial(Raps) para outros pontos da rede para que eles não fiquem soltos no sistema”, acrescentou a professora da UFSJ, Denise Alves Guimarães .

Ao final, o município de Pará de Minas apresentou a experiência exitosa de integração das Equipes de Atenção Primária e Nasf e houve uma mesa de redonda mediada pela psicóloga da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cláudia Maria Figueiras Penido. Participaram da mesa o Coordenador da Saúde Mental de Belo Horizonte, Fernando Siqueira Ribeiro, o psicólogo da Secretária Saúde de Campinas, Rodrigo Fernando Presotto e a médica psiquiátrica do curso de Medicina da UFSJ, Vivian Andrade Araújo Coelho.

Para o Coordenador do Nasf de São Sebastião do Oeste, Leonardo de Castro Pio Nascimento, o Simpósio foi um convite para repensar os trabalhos e as estratégias de trabalho da equipe. “Estratégias que nos permitam trabalhar , oferecendo um verdadeiro apoio à Saúde da Família e , assim, promovermos a saude da população”, disse o Coordenador.

O Núcleo Ampliado a Saúde da Família

O Núcleo Ampliado a Saúde da Família (NASF), foi criado pelo Ministério da Saúde em 2008 e tem por objetivo contribuir para aumentar a capacidade de cuidado da Atenção Básica, ampliando o escopo das ações ofertadas nas Unidades Básicas de Saúde. Hoje, na região Ampliada Oeste , são 58 Nasfs.

O Núcleo se constitui em um arranjo organizacional integrante da Atenção Básica, formado por diferentes categorias profissionais, que atuam de maneira complementar. Seu trabalho se estabelece a partir de problemas e necessidades de saúde das pessoas no território da área de abrangência da Equipe de Atenção Básica, por meio do compartilhamento de saberes específicos, práticas e gestão do cuidado na Rede de Atenção, tendo como principal referencia teórico-metodológico o apoio matricial. Neste sentido, propomos um diálogo entre a Instituição de Ensino Superior e a rede de saúde visando melhorar a atenção à saúde prestada pelo SUS.

Por Willian Pacheco

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