TRANSMISSÃO E SINTOMAS | PREVENÇÃO | DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO | VACINAÇÃO DÚVIDAS FREQUENTES

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode acarretar paralisias musculares irreversíveis. Os membros inferiores são os mais atingidos.

A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de 5 anos devem ser vacinadas.

A doença permanece endêmica em dois países: Afeganistão e Paquistão. No Brasil, o   último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza/PB e, devido a intensificação da vacinação desde essa data, não há registros de novos casos.   

A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP). Essa vacina propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.

Chama-se a atenção para o risco de importação de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem (Paquistão e Afeganistão). Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.

IMPORTANTE: Todas as crianças menores de 5 anos devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Vacinem as crianças, para que elas não sofram com as sequelas de doenças que podem ser evitadas.

A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da poliomielite, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia.

Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações neurológicas mais graves.

A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.

Os sintomas mais frequentes são:

  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Dor de cabeça;
  • Dor de garganta e no corpo;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Constipação (prisão de ventre);
  • Espasmos;
  • Rigidez na nuca;
  • Meningite.

Na forma paralítica ocorre:

  • Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre;
  • Assimetria, acometendo sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
  • Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
  • Sensibilidade conservada;
  • Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.

A vacinação é a única forma de prevenção contra a poliomielite. Mas é fundamental ficar atento à algumas medidas como:$1·

  • Cuidado com a higiene pessoal;
  • Sempre higienizar bem as mãos;
  • Ter cuidado com o preparo e higienização dos alimentos;
  • Beber água tratada.

A suspeita de poliomielite deve ocorrer sempre que houver paralisia flácida de surgimento súbito com diminuição ou abolição de reflexos em menores de 15 anos.

O diagnóstico laboratorial é realizado a partir da coleta de amostra de fezes que poderá confirmar ou não a detecção de poliovírus.

Não existe tratamento específico para a poliomielite, todos os pacientes devem ser hospitalizados recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro.

A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Todas as crianças menores de 5 anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.

Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha).

A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.

Doses Recomendadas (Heading 2)

VIP (vacina injetável) (vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)):

Recomendada a administração de três doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade), com intervalo de 60 dias entre as doses. O intervalo mínimo é de 30 dias entre as doses.

– VOP (Gotinha) (vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada)):

Reforço: Administrar o primeiro reforço aos 15 meses e o segundo aos 4 anos de idade.

Particularidades

Administrar o primeiro reforço com intervalo mínimo de 6 meses após a última dose do esquema primário (três doses).

Administrar o segundo reforço com intervalo mínimo de 6 meses após o primeiro reforço.

Na rotina dos serviços de saúde, a vacina é recomendada para crianças menores de 5 anos. Crianças acima de 5 anos de idade ou mais, sem comprovação vacinal ou com esquema incompleto, deverão receber a VOP (gotinha) , excepcionalmente, se forem viajantes residentes no Brasil que estiverem se deslocando para áreas com recomendação da vacina.

Esta vacina é contraindicada para pessoas imunodeprimidas, contatos de pessoa HIV positiva ou com imunodeficiência, bem como aqueles que tenham histórico de paralisia flácida associada à dose anterior da VOP (gotinha).

Cobertura vacinal em crianças menores de 2 anos de idade, Minas Gerais, 2023.

Imuno

Cobertura vacinal (%)

AO NASCER

BCG

80,28

Hepatite B (< 30 dias)

77,09

MENORES DE 1 ANO DE IDADE

Pentavalente (DTP/HepB/Hib)

86,98

Polio Injetável (VIP)

87,41

Pneumocócica 10

87,96

Rotavírus

87,38

1 ANO DE IDADE

Meningocócica C

79,27

Febre Amarela

84,39

Tríplice viral (1ª dose)

88,98

Tríplice viral (2ª dose)

72,18

DTP (1° Reforço)

80,57

Polio Oral Bivalente

81,40

Pneumocócica 10 (1° Reforço)

79,85

Meningocócica C (1° Reforço)

79,27

Hepatite A Infantil

84,39

Varicela

78,35

Fonte: Atualização do painel em 01/04/2024 às 05:21:03, com dados contidos na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) até o dia 29/03/2024.

QUAIS AS SEQUELAS DA POLIOMELITE?

As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura. Assim, as principais sequelas da poliomielite são:
  • Problemas e dores nas articulações;
  • Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
  • Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;
  • Osteoporose;
  • Paralisia de uma das pernas;
  • Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
  • Dificuldade de falar;
  • Atrofia muscular;
  • Hipersensibilidade ao toque.
As sequelas da poliomielite são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas.

A POLIOMIELITE PODE ATINGIR ADULTOS?

Embora ocorra com maior frequência em crianças, a poliomielite também pode ocorrer em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como:
  • Cuidado com a higiene pessoal;
  • Sempre higienizar bem as mãos;
  • Ter cuidado com o preparo e higienização dos alimentos;
  • Beber água tratada.

QUAIS AS ORIENTAÇOES SOBRE A VACINAÇÃO PARA QUEM VAI VIAJAR?

A Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) orienta os serviços de saúde e usuários sobre a vacinação de viajantes internacionais contra poliomielite, provenientes ou que se deslocam para áreas com circulação de poliovírus selvagem e derivado vacinal, na Nota Informativa nº 315/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS. O Brasil recomenda ainda, a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia para a última dose da vacina contra a poliomielite, a todo viajante residente no país. Esse certificado é emitido nos Centros de Orientação a Saúde do Viajante da ANVISA e credenciados

QUAIS AS ORIENTAÇÕES PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE?

Os profissionais de saúde devem ficar atentos a possíveis novos casos da doença no Brasil. O monitoramento da ausência de circulação de poliovírus selvagem no país é feito a partir da vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA). Todo caso de PFA em menores de 15 anos, independente da hipótese diagnóstica, deve ser notificado e investigado imediatamente.

A notificação é feita no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). É necessária coleta de uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para isolamento viral e esclarecimento diagnóstico. É preciso, ainda, realizar reavaliação neuromuscular (revisita) para avaliação de sequela neurológica aos 60 dias do início da deficiência motora, e ser encerrado no sistema em até 60 dias após a notificação.

A vigilância da poliomielite é avaliada com base nos indicadores de qualidade das paralisias flácidas agudas em menores de 15 anos de idade.
  1. Taxa de notificação;
  2. Investigação epidemiológica em até 48 horas;
  3. Coleta de uma amostra oportuna de fezes;
  4. Proporção de notificação semanal negativa/positiva.
A meta da taxa de notificação é de no mínimo (1 caso/100.000 < 15 anos), para os demais indicadores a meta mínima esperada é de 80%.