TRANSMISSÃO | SINTOMAS | DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO | VACINAÇÃO | ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS
A coqueluche é uma infecção respiratória, extremamente contagiosa, causada pela bactéria Bordertella perfussis, que afeta a região da traqueia e dos brônquios respiratórios. Presente em todo o mundo, sua principal característica são quadros de tosse seca.
Crianças menores de 6 meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar à morte. Já as complicações em adultos são pouco comuns, mas incluem desmaios, distúrbios do sono e fratura na costela.
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada, e por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer através de objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. É pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível.
O período que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.
Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em alguns níveis. No primeiro nível, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado: mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Esses sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença.
No estágio intermediário da coqueluche, a Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, e intensa a ponto de comprometer a respiração. A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo. Nessa fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês.
É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves da coqueluche em relação às crianças mais novas. A gravidade da doença também está diretamente relacionada à falta de imunidade e à idade.
Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre 6 a 12 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.
O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer com resfriados ou outras doenças respiratórias.
A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames: coleta de material de nasofaringe para cultura, e PCR em tempo real.
O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.
As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.
As aplicações da vacina pentavalente (que imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B) são feitas aos dois, quatro e seis meses de idade do bebê, com intervalo de 60 dias entre as doses, e mínimo de 30 dias. A terceira dose não deverá ser administrada antes dos 6 meses de idade.
Já o reforço deve acontecer com a vacina tríplice bacteriana (DTP) – difteria, tétano e coqueluche – aos 15 meses e, para que se complete a imunização, a última dose deve ocorrer aos 4 anos.
Além disso, gestantes devem receber uma dose da vacina do tipo adulto a partir da 20ª semana a cada gestação. A imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza uma dose de dTpa para todos os profissionais de saúde, estagiários da área (estagiários da área da saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal (UTI/UCI convencional e UCI Canguru), atendendo recém-nascidos) e parteiras tradicionais (aquela que presta assistência ao parto domiciliar baseada em saberes e práticas tradicionais, sendo reconhecida pela comunidade como parteira), considerando o histórico vacinal de difteria e tétano.
Prevenção durante o pré-natal:
Todas as gestantes que não foram vacinadas ou que desconhecem seu histórico vacinal, é recomendado que tome 2 doses de DTP (Difteria, Tetano e Pertussis) e uma dose de dTpa (vacina que previne: Difteria (Crupe), tétano, coqueluche (Pertussis). Há a necessidade da mulher tomar a vacina em todas suas gestações, assim o recém-nascido nascerá com anticorpos adquiridos com a vacinação da mãe.
Mulheres no último mês de gestação, ou que pariram recentemente, e que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado, apresentando tosse por 5 dias ou mais, independentemente da situação epidemiológica, devem realizar o tratamento para coqueluche.