O Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Rede Fhemig, é o primeiro hospital de Minas Gerais a destinar, desde o dia 25 de março, 100% de seus leitos de enfermaria e de terapia intensiva para o atendimento aos pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo coronavírus.

Neste momento, a unidade conta com 70 leitos de enfermaria e 40 de terapia intensiva, podendo expandir sua capacidade para 84 leitos de CTI. Além disso, o Setor de Imagem será adaptado para receber o novo Serviço de Tomografia Computadorizada do hospital, que irá iniciar suas atividades em breve.

Referência estadual para o tratamento de doenças infectocontagiosas, o HEM integra o Centro Mineiro de Controle de Doenças e Pesquisa de Vigilância em Saúde (CMC), instituído, no início do mês passado, pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a fim de atender às demandas epidemiológicas e sanitárias do Estado.

Para se dedicar exclusivamente à Covid-19, a unidade hospitalar transferiu os pacientes internados por outros diagnósticos para o Hospital Júlia Kubitschek (HJK), que reservou uma de suas alas de internação para a infectologia e passou a atuar como retaguarda do HEM.

A transferência para o HJK foi planejada e seguiu critérios técnicos, em conformidade com o Plano de Capacidade Plena Hospitalar (PCP), desenvolvido pela Rede Fhemig para fazer frente à pandemia da Covid-19.

A parceria entre os dois hospitais se estende ao atendimento às gestantes, parturientes e puérperas com suspeita ou diagnóstico positivo para a Covid-19, já que a maternidade do HJK é preferencial para esse grupo de pacientes.

Rede efetiva

O remanejamento dos pacientes do HEM para o HJK exigiu o estabelecimento de uma efetiva rede de atenção, de tal forma que o Hospital Alberto Cavalcanti (HAC) também reorganizou seus leitos para receber pacientes do HJK.

créditos: Everton Lemos

O planejamento estruturado pela Fundação para responder à pandemia da Covid-19 em Minas, que têm confirmados, hoje (7/4), 559 casos e 11 óbitos, num contexto de quase 50 mil casos suspeitos, prevê ainda que o Hospital Galba Velloso (HGV) disponibilize 200 leitos para atender a possíveis demandas de retaguarda aos demais hospitais da Fhemig que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus. Com o remanejamento, os pacientes psiquiátricos do HGV serão acolhidos pelo Instituto Raul Soares (IRS) que atua na mesma linha de cuidado.

Múltiplas iniciativas

Para alcançar esse nível de organização, que permitiu ao HEM agrupar os pacientes suspeitos em enfermarias ou quartos privativos e ampliar sua capacidade de atendimento, o hospital tem adotado diversas iniciativas de adequação do seu serviço desde o início da epidemia na China.

Como ressalta a gerente assistencial do HEM, a infectologista Tatiani Fereguetti, as medidas se estenderam do treinamento das equipes assistenciais, passando pela elaboração de protocolos internos para utilização dos equipamentos de proteção individual e adequação da estrutura física dos leitos dedicados ao atendimento dos pacientes com casos suspeitos ou confirmados, à participação do HEM na elaboração do protocolo estadual para o combate à pandemia da Covid-19.

"Em 21 de janeiro deste ano, recebemos o primeiro paciente suspeito e, a partir daí, outras tantas medidas corretivas e adequações foram efetivadas", sublinha a gerente assistencial.

Capacitação

Todos os profissionais do hospital foram treinados para o adequado atendimento aos pacientes da Covid-19. A capacitação estendeu-se, inclusive, àqueles que não atuam na assistência e trabalham no HEM em suas diversas áreas administrativas.

Ainda de acordo com Tatiani, "foram realizados numerosos treinamentos para a utilização correta dos equipamentos de proteção individual, bem como para o manejo clínico e para medidas de prevenção à Covid-19. Os profissionais participaram voluntariamente e também foram convocados nominalmente, por carta, para participação nos treinamentos", afirma a médica.

Chamamento público

Além do treinamento massivo dos servidores também foi necessário a realização de chamamentos públicos emergenciais para a contratação de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, entre outros, para compor as equipes de terapia intensiva e de internação, não apenas do HEM, como também dos Hospitais Infantil João Paulo II (HIJPII), Regional Antônio Dias (HRAD), Regional João Penido (HRJP) e Alberto Cavalcanti (HAC). Saiba mais sobre os processos seletivos no link https://bit.ly/34hJMc9 ou em www.fhemig.mg.gov.br

Recursos

No primeiro momento, o HEM se reorganizou com recursos próprios, no que diz respeito à realocação das equipes, conformação dos setores de internação e leitos de terapia intensiva.

"À medida que vem ocorrendo o incremento de equipamentos, insumos e recursos humanos, o HEM tem ampliado e aprimorado sua capacidade de atendimento, especialmente no âmbito da terapia intensiva" reitera Tatiani.

Novos aportes

Nesse cenário de novos aportes, a Fhemig adquiriu dez ambulâncias, com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e recursos da Loteria Mineira, que serão utilizadas no transporte inter-hospitalar dos pacientes com Covid-19 e, posteriormente, irão compor e reforçar a frota da Rede.

Também serão disponibilizados, pelo Ministério da Saúde, o quantitativo inicial de 50 kits/leito, com equipamentos que compõem os leitos de terapia intensiva e que serão distribuídos ao HEM, HRJP e HRAD.

Na última sexta-feira (3), o secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, acompanhado pelo presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti, realizaram visita ao HEM e ao HJK para verificar o andamento das medidas que vêm sendo implementadas pela Fhemig para fazer frente à pandemia da Covid-19.

Créditos: Everton Lemos

Durante a visita, ambos puderam ver as novas ambulâncias que serão usadas no transporte de pacientes com suspeita da doença, as obras para a ampliação do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do HJK e de unidades de isolamento do HEM que, segundo o secretário, "estão avançadas e, em breve, serão entregues à sociedade".

Ainda segundo Carlos Amaral, na ocasião, eles também conversaram sobre o financiamento emergencial para a conclusão das obras de toda a Rede Fhemig, tanto em Belo Horizonte, como no interior do Estado, que será viabilizado em breve. "Acreditamos que, com as obras para a expansão de 238 leitos de CTI e a readequação da Rede, estaremos contribuindo para a melhora da assistência e o preparo do Estado no enfrentamento da Covid", ressaltou o secretário.

O presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti, destacou que "a Fhemig possui papel muito importante no planejamento ao combate dessa nova pandemia. O Hospital Eduardo de Menezes, em especial, foi o primeiro hospital da rede do Estado a atender, exclusivamente, pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19. Para isso, foi necessário um grande investimento, não só financeiro, como de toda a equipe, nesse planejamento para que a gente consiga ofertar o maior número de leitos de terapia intensiva e enfermaria para esses pacientes", afirmou Fábio.

Além disso, uma parte dos R$ 500 milhões anunciado, no dia 31/3, pelo governador Romeu Zema, será destinada à Rede Fhemig para o fortalecimento de sua estratégia de resposta à pandemia.

O recurso, que vai ser integralmente aplicado no combate à Covid-19 em Minas, é uma antecipação da indenização devida pela Vale, proveniente de bloqueio judicial numa das ações que o Estado move contra a Mineradora pelo rompimento da barragem de Brumadinho.

Capacidade plena

O Plano de Capacidade Plena Hospitalar em resposta à pandemia da Covid-19, desenvolvido pela Fhemig no final do mês passado, apresenta as fases de resposta hospitalar da Rede Fhemig à pandemia, conforme demanda por internação em leitos de terapia intensiva e enfermaria à medida que avançam os casos da doença.

Para conhecer o plano na íntegra, acesse o link https://bit.ly/39Ip06M ou visite o site da Fhemig em www.fhemig.mg.gov.br

Nele estão detalhadas as fases de enfrentamento ao novo coronavírus, em Minas, pelos hospitais que integram a Rede Fhemig. A primeira fase refere-se à vivenciada neste momento, com a destinação exclusiva do HEM para o atendimento aos casos da doença. As demais fases serão postas em ação assim que o HEM, unidade de cuidado preferencial à Covid-19, atingir 70% de sua capacidade de atendimento. A partir daí, haverá a ocupação progressiva de unidades hospitalares da Rede, cujos leitos estão sendo reorganizados, em caráter emergencial, para atender aos casos da Covid-19.

Desse modo, com o acionamento das demais fases do plano, a Rede Fhemig terá, além dos atuais 72 leitos de terapia intensiva do HEM, 254 novos leitos de CTI, distribuídos pelos hospitais Júlia Kubitschek, João XXIII, Regional de Barbacena Dr. José Américo, Regional Antônio Dias e Regional João Penido.

Também haverá o direcionamento para a Covid-19 de 103 leitos de enfermaria já existentes, além dos 70 atualmente direcionados no HEM, nos hospitais Júlia Kubitschek, Regional de Barbacena Dr. José Américo, Regional Antônio Dias e Regional João Penido.

Além desse quantitativo, serão revocacionados para a retaguarda da pandemia, para atender pacientes não Covid-19, 397 leitos já existentes nos hospitais Alberto Cavalcanti, Galba Velloso, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena e nas Casas de Saúde Santa Fé, Santa Izabel, Padre Damião e São Francisco de Assis.

O Hospital Infantil João Paulo II já possui leitos dimensionados para resposta à sazonalidade respiratória, com possibilidade de ampliação da oferta, considerando a baixa taxa de complicação da Covid-19 em crianças.

Por Alexandra Marques / Fhemig