Por meio do Núcleo de Atenção Primária à Saúde (NAPRIS), a Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, realizou capacitação virtual nessa terça-feira (02/05), direcionada aos secretários municipais de Saúde, referências técnicas de Atenção Primária à Saúde, de Saúde Mental e Saúde do Trabalhador dos municípios que compõe a macrorregião Vale do Aço.

Segundo a referência técnica da Atenção Primária da Regional, Anelize Alvez Tuler, o objetivo foi orientar os gestores dos serviços de saúde quanto ao manejo das equipes a fim de minimizar possíveis impactos à saúde mental dos profissionais da rede, bem como fortalecer a compreensão de intersetorialidade e multidisciplinariedade quanto à atenção psicossocial e promoção da saúde mental.

“A pandemia causada pela Covid-19 nos colocou diante de um cenário desconhecido e que nos gera sentimento de impotência, angústia, medo, ansiedade, estresse e inseguranças. Esses sentimentos podem acarretar problemas de saúde mental individual e coletiva”, explicou.

Créditos: Flávio Samuel

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, em situações de epidemia como esta é estimado que cerca de 33% a 50% das pessoas apresentem alguma manifestação psicopatológica, caso não sejam ofertadas condições para o enfrentamento de todas as adversidades deste cenário, principalmente nos momentos iniciais da pandemia.

De acordo com Anelize Alvez Tuler, existem outros fatores agravantes aos profissionais de saúde neste momento, “os profissionais de saúde são mais expostos à possibilidade de infecção e contágio do vírus, o que faz com que necessidade de se adaptar aos novos protocolos de biossegurança em meio uma rotina intensa de trabalho, e até a falta de EPI em algumas estruturas sanitárias”, disse.

Durante a videoconferência foram abordadas as estratégias gerais de cuidado em saúde mental para os profissionais de saúde. A referência técnica em Saúde do Trabalhador da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, Michelle Cristina Batista e Silva, destacou algumas ações, como o investimento em exercícios e ações que possam contribuir com a redução do nível de estresse, entre eles meditação, leitura, exercícios de respiração e atividades manuais e a garantia de rotatividade dos profissionais alternando entre funções de alta e baixa tensão. “Caso as várias estratégias discutidas e recomendadas não sejam suficientes para o processo de estabilização emocional do profissional e, percebendo uma agudização dos sintomas mais comuns, o mesmo deve ser direcionado aos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”, finalizou.
Os Centros de Atendimento deverão ter equipes constituídas por médicos, enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem e deverão cumprir carga horária mínima semanal variável entre 40 e 160 horas.

Por Flávio Samuel