Foi realizada em São Lourenço uma ação sobre febre maculosa que foi fruto de uma parceria entre o município, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha. O município recebeu técnicos e participantes de 14 municípios, no período de 30 de julho a 1º de agosto, para o “Curso prático para profissionais na atuação de vigilância epidemiológica em ambientes de ocorrência da Febre Maculosa (FM) e outras Riquetsioses”.

O curso contou com videoaulas, ministradas pela bióloga do Laboratório de Entolomologia / Divisão de Epidemiologia e Controle de doenças da Funed, Ana Lúcia do Amaral Pedroso, e pela responsável pelo Laboratório de Riquetsioses e Hantavirose da Funed, Ana Íris Duré. As aulas destinadas aos agentes de controle de endemias, abordaram, de forma teórica, a bactéria Riquetse, transmissora da febre maculosa e outras Riquetsioses.

Profissionais se paramentando e preparando para realização do arrasto

O laboratório da Funed foi reconhecido pelo Ministério da Saúde (MS), em 2020, como referência nacional para febre maculosa e outras Riquetsioses e oferece suporte às análises provindas de todo o território brasileiro, além de trabalhar, como neste contexto, com capacitação de profissionais na vigilância ambiental.

A parte prática do curso contou com a orientação dos entomologistas da Funed João Batista da Silva e Cleider Rodrigues que, juntamente com Márcio Alberto da Silva, supervisor de campo da SRS Varginha, guiaram a realização do levantamento acarológico - chamado de arrasto. O procedimento consiste no uso de um pano branco, de algodão, com dimensões entre 1,5 metro de comprimento por 90 centímetros de largura e preso a duas hastes nas extremidades, com o qual se percorre lentamente toda a área pesquisada, verificando e coletando, a cada 10 metros, os espécimes presos na superfície. Em ambiente propício, os profissionais foram treinados na execução em campo, frisando sempre sobre a correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Amostras coletadas na prática in loco

As amostras coletadas em campo foram encaminhadas para a Funed para o isolamento da bactéria. Segundo João Batista, “os profissionais dos municípios participantes se tornaram, com a prática e teoria aplicados nesta semana, aptos a realizar o trabalho de captura, encaminhamento, utilizando corretamente os EPIs, o que é fundamental para a execução segura do arrasto”.

Ana Cristina Gonçalves, gerente de Vigilância Epidemiológica de São Lourenço, manifestou a grande satisfação em receber o curso na cidade. “Foram dias de muito aprendizado para nossos profissionais. A prática da captura de carrapato feita por meio do arrasto e também em animais de grande porte - bovino e equino - foi realizada pela primeira vez no município e nos torna aptos a manter essa rotina de prevenção e monitoramento”, afirmou.

Série histórica
São Lourenço registrou, nos últimos 10 anos, dois casos de febre maculosa. Para Monique Borsato, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da SRS Varginha, “o trabalho de capacitação dos profissionais dos municípios em torno da febre maculosa está sendo iniciado e pretende fortalecer e intensificar as notificações para que os reais números sejam obtidos, por meio da execução adequada do fluxo de monitoramento na abrangência da Regional de Saúde de Varginha.

Por Tânia Corrêa Machado / Fotos: Secretaria Municipal de Saúde de São Lourenço