Na manhã desta quarta-feira (8/4), o secretário adjunto de Estado de Saúde de Minas Gerais, Marcelo Cabral Tavares, o chefe do Estado-Maior da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel Marcelo Fernandes, o subsecretário de Serviços Compartilhados da Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG), Rodrigo Matias, e o diretor regional do SESI/SENAI, Christiano Leal, receberam a imprensa na Academia de Polícia Militar, em Belo Horizonte, para falar sobre operação que visa a busca e manutenção de respiradores mecânicos, para tratamento de infectados pela Covid-19.

Fotos: Alexandre Scotti

A ação teve início em 3/4 e coube à Polícia Militar a tarefa de fazer a busca dos aparelhos respiradores em diferentes municípios mineiros, trazer os equipamentos para Belo Horizonte, onde será feita a manutenção, e retorná-los às suas unidades de saúde origem. “Nossa missão enquanto Polícia Militar é apoiar a busca desses equipamentos, a guarda e o controle de rastreabilidade, para sua posterior devolução. No total, a expectativa é que visitemos 989 estabelecimentos de saúde. Desses, já fomos a 290 e recebemos para manutenção, até o momento, 206 equipamentos que estavam em desuso”, explicou o chefe do Estado-Maior da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel Marcelo Fernandes. Quanto à previsão de término da operação, o coronel destacou que a mesma será mantida enquanto perdurar esse período de crise.

O secretário adjunto da SES-MG, Marcelo Cabral Tavares, explicou que esses respiradores serão restituídos às unidades de onde foram retirados, já que o objetivo é reestruturar a rede de saúde para o enfrentamento à pandemia. “Como neste momento a atribuição de recolher os equipamentos está por conta da Polícia Miliar, a SES está na retaguarda. Após esta etapa, aturemos na verificação da recuperação das máquinas e também na reestruturação da rede”, explicou Marcelo Cabral Tavares.

Em relação à situação da pandemia por Covid-19 em Minas Gerais, o secretário adjunto da SES-MG destacou que, embora atualmente o epicentro de casos seja em Belo Horizonte, é preciso olhar para o estado como um todo e avaliar a situação por meio de critérios assistenciais, para que haja condições de atender a toda a população mineira.

“O nosso objetivo é trabalhar sempre se antecipando ao evento, avaliando toda a estrutura da rede e fazendo todo o necessário para que essa estrutura esteja pronta para atender à demanda que se apresente”, afirmou o secretário adjunto da SES-MG.

O subsecretário de Serviços Compartilhados da Secretaria de Planejamento e Gestão (SEPLAG), Rodrigo Matias, explicou que coube ao órgão fazer a articulação entre o grupo de profissionais da indústria que se voluntariaram a prestar apoio na estratégia de reparo dos respiradores, a SES e a PM.

“Em Minas Gerais, além do SENAI, o estado também conta com a parceria da Fiat e da ArcelorMittal. Atualmente, são aproximadamente 18 engenheiros da Fiat, devidamente treinados pela própria empresa, e mais 12 profissionais da ArcelorMittal e do SENAI, trabalhando para a manutenção desses equipamentos”, destacou Rodrigo Matias.

Fotos: Alexandre Scotti

De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) há, em Minas Gerais, um total de 5.964 respiradores. Desses, estima-se que pelo menos 373 estão fora de uso.

“A Fiat e a ArcelorMittal estão fazendo todo o processo de manutenção sem custo algum. É importante destacar que as unidades de saúde que tiveram a compreensão da dimensão dessa parceria, estão entregando, à confiança da polícia militar, o seu equipamento e irão recebê-lo de volta reparado e em condição de uso, sem nenhum custo para a unidade”, afirmou o subsecretário de Serviços Compartilhados.

Rodrigo Matias destacou, ainda, que se levado em consideração a evolução de cada quadro clínico, estima-se que cada equipamento possa ser utilizado por até 10 pacientes. “A expectativa é de que ainda hoje já tenhamos 220 equipamentos. Se reparados na sua totalidade, podem contribuir para o salvamento de, no mínimo, 2.200 vidas”, concluiu Rodrigo.

Já o Diretor Regional do SESI/SENAI, Christiano Leal, explicou que o papel da instituição nesta operação é fazer a manutenção dos equipamentos que estão com problemas. “Hoje nós já recebemos no SENAI cerca de 18 equipamentos e desses, nós já concluímos a manutenção de 3. Outros 3 estão em processo de calibração e 13 em processo de manutenção”, detalhou Cristiano Leal.

De acordo com o diretor regional do SESI/SENAI, foram estruturadas algumas células de trabalho para organizar e tornar mais efetivo o processo de manutenção. “Identificamos que, por mais que sejam diversas as marcas de respiradores, há duas ou três mais presentes no mercado e, a partir disso, conseguimos mapear os maiores problemas que acometem as máquinas”, explicou Cristiano Leal,

O representante do SESI/SENAI explicou que a equipe trabalha com a meta de solução dessas manutenções de no máximo sete dias, levando em consideração que esse prazo pode variar de acordo com a complexidade do problema.

Por Fernanda Rosa