A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis realizou na última sexta-feira, 24/03, no auditório da da SRS, a capacitação de Manejo clínico de arboviroses para 21 municípios da Macrorregião de Saúde Oeste. 

Foto de Willian Pacheco

O evento teve apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e participaram médicos e enfermeiros dos municípios de Araújos, Bom Despacho, Carmo do Cajuru, Carmo da Mata, Conceição do Pará, Divinópolis, Estrela do Indaiá, Iguatama, Itaguara, Leandro Ferreira, Martinho Campos, Nova  Serrana,Oliveira, Onça de Pitangui, Pará de Minas, Passa Tempo,  Pitangui, São Gonçalo  do Pará,São Francisco de Paula, São José da Varginha e São Sebastião  do Oeste.

 

A Capacitação objetivou o  fortalecimento das ações para o enfrentamento das arboviroses, principalmente dengue e chikungunya.  A Coordenadora  de Vigilância das Arboviroses da SES-MG, Danielle Capistrano,  explicou que neste período de sazonalidade de transmissão das arboviroses tem se observado um aumento importante no número de casos de dengue e chikungunya no estado de Minas Gerais. 

 

Segundo a coordenadora, diante do cenário de aumento de casos, torna-se  fundamental a qualificação das equipes para execução das ações, ampliando a capacidade e a qualidade da resposta a esse cenário epidemiológico de risco. 

 

“Atualmente, estamos vivendo um período sazonal das arboviroses. É um período que é esperado um aumento do número de casos, principalmente de dengue e chikungunya. A Opas, juntamente com o protagonismo do estado de Minas Gerais, está fazendo ações nos territórios para qualificar os profissionais da ponta para que possam da melhor maneira atender a população, diminuindo os casos graves e os óbitos por esta doença”, destacou Danielle Capistrano.

 

A médica infectologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-Minas),  Tânia Marcial, destacou que é preciso focar também na vigilância e assistência dos casos de chikungunya.  A médica explica que a doença chama atenção pela dor articular, podendo vir acompanhada de um inchaço. Segundo ela, muitas vezes, estas pessoas não irão conseguir trabalhar  porque a dor é bem incapacitante. Por isso, as pessoas  

precisam prestar atenção, porque os casos de chikungunya começam da mesma forma da dengue com febre alta, que aparece rapidamente, mas com o agravante, pois ela pode cronificar.

 

“A chikungunya é uma doença bastante preocupante porque ela pode dar formas que chamamos de sub agudas e crônicas. Ou seja, é uma doença que pode durar 10 dias na forma aguda.  e Algumas pessoas podem ter a forma crônica em sentirão os efeitos da doença por até 3 anos”, destacou a médica.

 

A Coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI), da SRS de Divinópolis, Ana Camila Neves Morais explicou que a capacitação é mais uma estratégia  de ajuda e suporte para organizar a rede dos municípios que estão em alta e muito alta incidência de casos prováveis de arboviroses. O encontro ocorre em duas frentes, uma para discutir fluxo e tratamento ao paciente diagnosticado com uma das arboviroses e  outra de gestão  com os eixos de  assistência, vigilância epidemiológica e controle vetorial para que possam organizar o  atendimento neste momento de maior incidência nos municípios.

 

“Qualquer pessoa que chegue com um sintoma muito inespecífico nas unidades de saúde, pode ser uma arbovirose, dengue, zika e chikungunya, ou até mesmo febre amarela. Principalmente para aqueles casos em que o paciente chega com desidratação, que é o grande problema quando ele tem uma doença por uma arbovirose. Ele desidrata muito fácil. Ele foi para um atendimento, fez uma consulta que  orientou a hidratação. Este paciente voltou para hidratar no dia seguinte? Então, é preciso o Agente Comunitário (ACS)  ir atrás deste paciente na casa dele. Verificar se as outras pessoas que moram com ele estão com o mesmo sintoma”, pontuou a coordenadora Ana Camila.

 

O médico de Carmo da Mata, Diego Thomaz Silveira, ressaltou a importância desta capacitação para a assistência dos municípios para atender com qualidade os pacientes que procuram pelo serviço de saúde.  

 

“A capacitação é importante para definição de fluxos para atendimento às arboviroses e também definição tanto ao critério clínico quanto epidemiológico para tratamento das questões leves, moderadas e graves da doença. O encontro ajuda para que toda a equipe trabalhe em sinergia para o bem comum, que é o atendimento adequado ao paciente”, destacou Silveira.

 

 

Por Willian Pacheco

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