Efetivamente implantado na macrorregião de Saúde Leste do Sul em 31 de agosto de 2022, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) 192 já comemora dois meses de atuação com número expressivo de atendimentos. O território, composto pelas microrregiões de Saúde de Ponte Nova, Viçosa e Manhuaçu contabilizou, no período, conforme levantamento da Central de Regulação do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste), 3.210 atendimentos.

O Samu Leste do Sul conta com quatro Unidades de Suporte Avançado (USA), sendo uma em Ponte Nova, uma em Viçosa e duas em Manhuaçu, além de 19 Unidades de Suporte Básico (USB) nos seguintes municípios: Alvinópolis, Jequeri, Ponte Nova, Raul Soares, Rio Casca, São José do Goiabal, Araponga, Teixeiras, Viçosa, Abre Campo, Ipanema, Lajinha, Manhuaçu (com duas), Manhumirim, Matipó, Mutum, Santana do Manhuaçu e São João do Manhuaçu. 

Foto: Tarsis Murad

Para a dirigente da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, Josy Duarte Faria, a confiança da população e a receptividade dos serviços que compõem a Rede de Urgência e Emergência (RUE) foram fundamentais para a obtenção dos resultados. “O Samu é um serviço que estava sendo aguardado há muitos anos na região e sua chegada veio contribuir para a organização e a resolutividade da nossa rede”, destacou. 

Segundo o diretor técnico do Cisdeste, Homero Augusto da Silva Calderaro, o número de atendimentos e ligações provenientes da macrorregião de Saúde Leste do Sul superou as expectativas para o período. “Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a Leste do Sul ainda não havia sido incorporada ao escopo de atuação do Samu/Cisdeste, observamos um aumento de 40%”, disse. “Comparado com microrregiões de Saúde onde o Samu já está implantado há mais de oito anos, vemos números iguais ou até superiores de demanda, o que demonstra tanto a necessidade do serviço no território quanto a excelente adesão da população. Desde o início já se criou o hábito de realizar ligações via 192, diferentemente de outros locais, onde isso aconteceu de forma mais gradativa”, explicou Homero.

Calderaro acredita que ainda existem alguns desafios a serem superados, o que é comum, tendo em vista o pouco tempo de implantação. “São desafios como a necessidade de um conhecimento mais aprofundado do território, a capacidade instalada em cada município e a integração entre os serviços de urgência e emergência e a Atenção Primária à Saúde (APS). Se este nível de atenção estiver fortalecido, evitaremos que muitos casos evoluam para um quadro de maior gravidade”, reforçou. 

 

Comitê Gestor 

A fim de qualificar ainda mais a prestação do Samu 192 e de toda a Rede de Urgência e Emergência, ocorrem, regularmente, reuniões do Comitê Gestor Regional das Urgências da Região Ampliada de Saúde Leste do Sul, conforme Deliberação CIB-SUS/MG nº 2.288, de 16 de março de 2016, do qual as Superintendências Regionais de Saúde de Ponte Nova e Manhuaçu fazem parte. Conforme o médico consultor de Urgência do Cisdeste, César Nitschke, o comitê, que integra diversos componentes da rede, constitui um espaço formal de discussão e implementação de adequações, conforme diretrizes estabelecidas, para aprovação, quando necessário, em Comissão Intergestores Bipartite (CIB) micro e macrorregionais. 

“Sua função é acompanhar o andamento dos fluxos de urgência e das respectivas referências, realizando adequações em relação ao serviço, à rede própria e de prestadores, bem como ao processo de regulação assistencial, sempre visando atender à população o mais brevemente possível em uma situação de urgência”, disse o consultor. Segundo César, é nesse espaço que serão discutidas as inconformidades a serem resolvidas nas diversas linhas de cuidado, desde a APS até os hospitais da mais alta complexidade. “Além disso, busca-se uma distribuição mais equânime possível, tanto do SAMU quanto dos prestadores, promovendo readequações e melhorias na qualidade da resposta e no tempo para que essa resposta seja dada, principalmente em casos críticos, como os de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e trauma”, finalizou.

Por Tarsis Murad