Iniciada m Minas Gerais, a campanha de vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade, os 39 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte deverão vacinar população superior a 500 mil crianças, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Crédito: Leandro Heringer

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Bacheretti, declarou que a expectativa é de que as duas doses da vacina sejam ministradas no novo público da campanha até março deste ano. A superintendente da SRS-BH, Débora Tavares, ressalta a importância da vacinação de crianças. “Até o retorno das aulas, espera-se que muitas crianças entre 5 e 11 anos tenham tomado a primeira dose, de acordo com a disponibilidade. É importante para controlar a pandemia.” A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da SRS-BH, Talita Chamone, ressalta que, apesar de aprovado o uso, é necessário esperar o cronograma do Ministério da Saúde. “A vacinação para crianças é muito importante. Vamos receber o cronograma do Ministério da Saúde e divulgar para a população”.

Para a bióloga, professora universitária e mãe de três filhos, Thaís Maya Aguilar, a notícia da vacinação de crianças é excelente. “O avanço da vacinação diminui o número de casos, principalmente os casos graves, que estão entre pessoas não vacinadas. Com a vacinação das crianças, diminui o risco, a transmissão e as atividades escolares podem retornar no ritmo do final do ano. Como mãe e professora estava ansiosa por essa notícia.” Para Aguilar, com a vacinação ampla, é possível diminuir a preocupação de novas variantes. “O foco passa a ser a população que não se vacinou.” A analista de sistema, Helen Peters, afirma ser um alívio a disponibilidade de vacinas para as crianças ressaltando o papel de proteção a elas. “Como pai e rsponsáveis - e como sociedade - temos o papel de cuidar e proteger nossas crianças. Já fazemos isso respeitando e cumprindo uma agenda vacinal que começa nos primeiros dias de vida do bebê. Espero que o poder público se mobilize na aquisição urgente da vacina e na organização da sua aplicação para que possamos começar 2022 com o coração mais tranquilo.

Coordenadora da Unidade de Gestão do Sistema da Qualidade (UGSQ) da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Helen Aquino, é mãe de duas crianças, de 4 e 7 anos. “Minha filha será vacinada e estou esperando a oportunidade de vacinar meu filho caçula. É um anseio muito grande. A preocupação é constante no contexto das restrições que as crianças vivem. Apesar de a mortalidade ser baixa, as crianças ficam muito vulneráveis até pela questão dos cuidados necessários”.

Vacina diferenciada para crianças

Foi liberado em 16 de dezembro de 2021, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso do imunizante da Pfizer para crianças entre 5 e 11 anos.  Com metade da dosagem para adultos, a vacina também é aplicada com duas doses. Utilizada nos Estados Unidos desde o início de novembro de 2021 e autorizada pela União Europeia no fim do mesmo mês, a vacinação teve início, em Minas Gerais, na sexta-feira (14/1).

Apresentando os dados das pesquisas em evento de aprovação, o gerente geral de medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, Gustavo Mendes, ressaltou que há diferenças entre as vacinas para crianças em relação à população maior de 12 anos. “Há diferença na fórmula, produtos e dosagens. O próprio rótulo é da cor laranja. Além da própria capacidade de armazenamento. A vacina para crianças pode ficar até 10 semanas em manutenção entre 2 e 8 graus.” A diretora da Agência, Meiruze Sousa Freitas, destacou benefícios para a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. “É necessária a imunização para evitar interrupções no processo educacional bem como diminuir contágio do novo coronavírus.” 

Imunização de crianças pelo mundo

A vacinação de crianças ocorre em diversos países de todos os continentes. Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Israel, China, Espanha, Portugal, Chile, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, China, Bahrein, entre outros, realizam campanhas para imunizar menores de 12 anos. Os imunizantes, até o momento utilizados nesses países, são da Biontech/Pfizer, Coronavac, Sinopharm e, em Cuba e Venezuela, a Soberana 2 desenvolvida na ilha caribenha. No Brasil, o primeiro e único autorizado até o momento é o da Biontech/Pfizer. Mais informações estão disponíveis no Portal da Anvisa no endereço eletrônico www.anvisa.gov.br

Por Leandro Heringer