Na quarta-feira (1/12), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Manhuaçu compartilhou o boletim epidemiológico da hanseníase com as gestões dos 34 municípios de sua área de abrangência. O boletim apresenta os números de casos da doença registrados nos últimos 6 anos, nos 23 municípios da microrregião de saúde de Manhuaçu e 11 municípios da microrregião de saúde de Carangola.

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A publicização do boletim antecede janeiro, mês definido pelo Ministério da Saúde, todos os anos, para orientar e conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase. Trata-se de uma doença crônica, infecciosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, de evolução lenta e progressiva, com um período de incubação em média de 2 a 7 anos. A transmissão acontece pelas gotas eliminadas no ar pela tosse, pela fala e pelo espirro de uma pessoa com hanseníase multibacilar sem tratamento e convívio prolongado.

De acordo com o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), de 2016 até 12 de novembro de 2021, foram 99 casos confirmados na área de abrangência da SRS-Manhuaçu. “Nesse período, 38,2 % dos nossos municípios ficaram silenciosos, ou seja 13 dos 34 não detectaram nenhum caso de hanseníase. O município de Manhuaçu foi o que mais diagnosticou, 18 casos no período, seguido por Matipó, com 14 casos. Divino, Santa Margarida e Pocrane registraram 8 casos cada”, informou a referência técnica em hanseníase da Superintendência Regional de Saúde de Manhuaçu, Helena Cotrim Furtado Albuquerque.

Helena detalhou, ainda, que a busca dos pacientes sintomáticos dermatoneurológicos entre os contatos intradomiciliares do portador de hanseníase e na comunidade, tem como objetivo detectar precocemente os casos novos. “É fundamental iniciar o tratamento e interromper a cadeia de transmissão. Uma das principais ações para alcançar a prevenção de incapacidade física no portador de hanseníase, é o diagnóstico precoce da doença e a identificação e tratamento adequado das reações e neurites”, explicou.

O superintendente regional de Saúde de Manhuaçu, Juliano Estanislau Lacerda, pontuou que a SR-Manhuaçu dispõe de uma referência técnica para orientar os profissionais dos 34 municípios. “Vale ressaltar que a porta de entrada para o diagnóstico da hanseníase e tratamento inicial são as Unidades Básicas de Saúde e por entender isso, a equipe da SRS tem buscado proporcionar atualizações sobre o manual técnico e operacional da hanseníase, do Ministério da Saúde e notas informativas por meio de reuniões e orientações pontuais. Além de informar sempre às referências municipais o fluxo para o atendimento da hanseníase na região, visando sempre melhorar cada vez mais a assistência no território”, finalizou.

No Brasil

O Brasil ocupa a 2ª posição no mundo em número de casos novos de hanseníase, sendo classificado como país de alta carga da doença e detém cerca de 92% dos casos das Américas. No Brasil, ainda é endêmica e representa um problema de saúde pública. A doença não se distribui de forma homogênea no país e está mais concentrada nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Na região de Manhuaçu ocorreu queda no número de casos novos nos últimos 20 anos, apresentando comportamento de estabilidade nos últimos 5 anos.

Tratamento e prevenção

O tratamento é feito por meio de medicamentos disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As melhores formas de prevenir a hanseníase é diagnosticar precocemente e iniciar o tratamento o mais breve possível, pois, a partir do momento em que o doente começa a se tratar, ele não é mais considerado infectante.

 

Por Antonio Rodrigues